Exposição comemorativa do Dia do Braile recebe visitantes de quatro escolas do DF

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Alunos com deficiência visual de quatro escolas do Distrito Federal visitaram a exposição do Senado em comemoração ao Dia Nacional do Braile. Realizada nos dias 8 e 9 de abril, o evento contou com jogos para pessoas com deficiência visual e com os materiais produzidas pelo Serviço de Impressão em Braile da Gráfica do Senado. No final da exposição foi realizado um tour pelas dependências do Senado.

— Nós tivemos a participação dessas escolas inclusivas do Distrito Federal, todos participaram, também, de uma visita guiada no Senado. Todos gostaram muito dessa oportunidade de conhecer a exposição e o Senado. Essa ação integra o Senado à comunidade e tem o objetivo divulgar as ações de acessibilidade do Senado — afirmou Karin Kässmayer, gestora do Núcleo de Coordenação de Ações Socioambientais (NCas).

Ela disse que está trabalhando com o Setor de Visitação para possibilitar que mais grupos de pessoas com deficiência venham conhecer a Casa, mediante equipe específica que possa acompanhar cada grupo dentro de sua particularidade.

Cerca de 59 estudantes do Colégio Setor Leste, Instituto Blind Brasil, Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais (Ceedv) e Centro de Ensino Fundamental Cerâmica São Paulo, acompanhados de professores e monitores, visitaram a exposição, montada pelo NCas/Acessibilidade, nesses dois dias. Eles tiveram contato com livros, quadros e até máquina de escrever adaptada. Em seguida, ouviram profissionais salientarem que o braile não é uma linguagem e sim um sistema de escrita tátil para pessoas cegas ou com baixa visão.

A praticidade desse sistema foi explicada aos alunos pelos transcritores e revisores da Gráfica do Senado. Trata-se da única gráfica pública em braile no DF e também a única gráfica pública legislativa que trabalha com braile no Brasil.

— Somos quatro revisores para fazer a transcrição e as primeiras revisões [o conteúdo passa ainda por revisão de profissionais que enxergam] de livros jurídicos editados pelo Senado. É um trabalho minucioso e delicado, mas fazemos com carinho — afirmou Daniela Ribeiro, deficiente visual que está na Gráfica há cinco anos.

Para Charles Jatobá, que foi revisor de braile da Gráfica do Senado, e que hoje é servidor do Distrito Federal, o braile é uma linguagem libertadora.

— O braile facilita para que o deficiente visual se torne independente, que possa gerir a sua própria vida — disse Jatobá, que também é fundador da ONG Instituto Blind Brasil.

A importância do braile para os estudos foi destacada pelo professor Renato Soares, a partir de sua experiência na Sala de Recursos para Deficientes Visuais, montada no Colégio Setor Leste desde 2000. De lá para cá, 72 alunos se formaram, dos quais mais de 40 passaram em concursos. É o caso da revisora Daniela Ribeiro, que foi aluna do colégio e do professor Renato e se emocionou ao reencontrá-lo tantos anos depois.


Source: Senado

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