Semana de conscientização do Autismo é realizada em todo o País

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Na sexta-feira, 2, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, prédios públicos de Curitiba foram iluminados de azul para lembrar a população sobre a data e estimular o debate e o conhecimento sobre o Transtorno do Espectro Autista. A ação foi promovida pela Superintendência Geral de Ação Solidária do Governo do Estado (SGAS) e deve perdurar durante o mês de abril, com luzes azuis iluminando o Palácio Iguaçu, o Palácio das Araucárias e o Tribunal de Contas do Estado, no Centro Cívico, e o Teatro Guaíra, na Praça Santos Andrade.

Em suas redes sociais, a SGAS (@sgasparana) também divulgou uma série de posts sobre a data, que trazem mais informações sobre o transtorno e estimula as famílias a procurarem por um diagnóstico. A superintendência também está promovendo uma campanha para mobilizar a população e os servidores do Estado para que vistam, na segunda-feira (5), uma peça de roupa na cor azul e postem em suas redes sociais com a hashtag #souumapecaimportante.

Os servidores também receberam uma peça de um quebra-cabeça, que foi montado na segunda-feira, 05, em frente ao Palácio Iguaçu, cada pessoa em um horário diferente, para não gerar aglomeração. A ideia é mostrar que todos são peças fundamentais dentro desse grande movimento de conscientização.

“A sociedade e muitas famílias ainda desconhecem o que é autismo, como identificá-lo e como buscar um tratamento. Ações como essa nos ajudam a quebrar as barreiras e da falta de informação, do preconceito e tornam a vida dos autistas muito mais inclusivas”, afirma a presidente do Conselho de Ação Solidária, a primeira-dama Luciana Saito Massa. “Precisamos ter consciência de que o transtorno existe e que é um direito de todos estarem incluídos na saúde, na educação e na sociedade”, diz.

No Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde mantém 350 pontos de atenção especializados no atendimento a pessoas com deficiência intelectual, incluindo o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Distribuída em todas as regiões do Estado, a rede presta acolhimento, atendimento e tratamento para pessoas com suspeita ou diagnóstico de autismo.

A pasta também disponibiliza em seu site (www.saude.pr.gov.br) uma área para cadastro sobre o Transtorno do Espectro Autista, que busca identificar e conhecer a realidade de pessoas com TEA no Estado. As informações contidas no cadastro auxiliam a Secretaria de Estado da Saúde nas ações de atenção e cuidados a essas pessoas.

Além disso, a Escola de Saúde Pública do Paraná, em parceria com o The Scott Center for Autism Treatment/Florida Institute of Technology, lançou em setembro de 2020 a Capacitação Multiprofissional em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) voltado ao Transtorno do Espectro do Autismo.

A proposta é de atualizar profissionais (médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, cirurgiões-dentistas) e gestores da Rede SUS em Análise do Comportamento Aplicada. Profissionais da área podem buscar pelo conteúdo da capacitação no site da ESPP (http://escoladesaude.pr.gov.br).

Associação Autismo Sem Barreiras

A Associação Autismo Sem Barreiras de União da Vitória, em suas redes sociais enfatizaram a data e apresentou uma live muito especial com o tema “A importância do diagnóstico precoce” com o convidado Neurologista e Especialista em Autismo Dr. Emerson Canelo. A live teve a participação do Juiz da Vara da Infância da Juventude e da Família da comarca de União da Vitória, Dr. Carlos Eduardo Mattioli Kockanny.

Ao longo do mês a Associação irá publicar vídeos com profissionais da área do autismo, com informações para contribuir de forma positiva para causa.

Nas Câmaras de Vereadores

Na Câmara Municipal de União da Vitória os vereadores Ednilson Godoy (PV), Valdecir Ratko (DEM), Cordovan Melo Neto (PP) e Andre Henik (Solidariedade) entraram com o Projeto de Lei N°14/21 que cria a obrigação para estabelecimentos Públicos Municipais e Privados a inserirem nas Placas de Atendimento Prioritário o Símbolo Mundial de Conscientização do Transtorno do Espectro Autista.  A Lei Federal 12.764 reconhece a pessoa com TEA como pessoa com Deficiência para todos os efeitos legais, já a Lei 13.146 de 2015 que institui a LBI, estabelece atendimento prioritário as pessoas com Deficiência.

No fim do ano de 2019 foi aprovada na Câmara de União da Vitória a Lei de 4865/2019, que instituiu o Programa Municipal de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno Autismo. “A lei representa uma grande conquista para essas mães, pais e familiares das pessoas com transtorno de espectro autista, visto que as políticas públicas precisam discutir esse assunto. Com a lei, eles terão a carteirinha que proporcionará prioridades e lutaremos também para oferecer as terapias que eles tanto necessitam”, falou na época o autor do projeto, ex-vereador Diego dos Santos.

Em Porto União o vereador Neilor Grabovski (MDB) lembrou a data na sessão de segunda-feira, 05. Ele é autor da lei que criou a carteira de Identificação do Autista, válida desde 2019. Segundo ele a Lei tem por finalidade instituir, no âmbito do Município de Porto União, a Carteira de Identificação do Autista (CIA), destinada a conferir identificação à pessoa diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e assegurar que todas as pessoas que possuem este transtorno tenham seus direitos garantidos.

 “A intenção é facilitar a identificação das pessoas autistas para que tenham assegurados seus direitos, inclusive o atendimento preferencial, haja vista que o autismo não é fácil ser identificado por quem não tenha um contato direto, pois, é comum que restaurantes, shoppings e cinemas, por exemplo, não os reconheçam na condição de pessoas com Transtorno do Espectro Autista e a Carteira irá facilitar o atendimento a eles”, justificou o vereador.

O presente Projeto de Lei também prevê o atendimento preferencial a pessoas portadoras de Autismo em estabelecimentos públicos e privados localizados no Município. Prevê também que esses estabelecimentos insiram nas placas de atendimento prioritário, o símbolo mundial da conscientização do Transtorno do Espectro Autista (o símbolo se configura como uma fita, feita de peças de quebra-cabeça coloridas). Assim, pessoas autistas terão atendimento preferencial, dispensada a presença nas filas para os caixas.

Abril Azul

O mês direcionado para a Conscientização do Autismo, lançou segunda-feira, 5, por meio da Diretoria de Atenção e Vigilância em Saúde e Escola de Saúde Pública do Paraná (ESPP), uma capacitação voltada para pais, cuidadores e educadores.

O curso é virtual, modalidade à distância, com duração de 20 horas e baseado em Análise do Comportamento Aplicada (ABA), terapia reconhecida internacionalmente com evidências científicas. A organização é da Divisão de Saúde da Pessoas com Deficiência da Secretaria da Saúde do Paraná e ESPP, em parceria com o Flórida Institute of Tecnologie.

No conteúdo, disponibilizado no site da ESPP temas como: o que é o autismo, práticas saudáveis de criação dos filhos, aprendizagem de pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo e aprendizagem através de brincadeiras.

“Os sintomas do TEA variam de paciente para paciente, sendo os mais comuns: dificuldades de comunicação, dificuldade nas interações sociais, interesses obsessivos e comportamentos repetitivos”, explica a chefe da Divisão de Saúde do Paraná das pessoas com Deficiência, Aline Jarchel de Oliveira.

“A capacitação de profissionais e de pessoas próximas auxiliam no desenvolvimento e autonomia do autista por meio da aprendizagem de importantes habilidades sociais e motoras nas áreas de comunicação e autocuidado, bem como na redução de comportamentos não adaptativos”, complementou Aline de Oliveira. As duas capacitações estão disponíveis no site da ESPP: escoladesaude.pr.gov.br

“A Sesa sabe da importância do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e seu impacto na vida das pessoas. Por isso, destacamos a relevância das capacitações voltadas para o tema e que estão disponíveis para profissionais, pais e familiares; são conteúdos atualizados e que podem apoiar o tratamento e favorecer o cuidado das pessoas com suspeita ou diagnóstico de TEA”, disse o secretário da Saúde do Paraná, Beto Preto.

Na Assembleia do Paraná

“Esse isolamento que vivemos esse ano, muitas famílias vivem a vida inteira”. A afirmação da Fernanda Rosa, presidente fundadora do Instituto Anjo Azul e mãe de duas crianças autistas, é um pequeno recorte dos efeitos do preconceito, do desrespeito e da falta de informação na vida de quem tem o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e de seus familiares. Durante a Semana Azul, dedicada à conscientização sobre o autismo, o pedido é um só. “Respeito para todos, em todos os aspectos. Desde o nível mais leve até o mais severo. A conscientização tem que ser sempre, o respeito às diferenças tem que ser sempre”, pede Fernanda.  

A Organização Mundial da Saúde estima que há 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, sendo dois milhões no Brasil. Uma a cada 88 crianças apresentam sinais do transtorno, com prevalência cinco vezes maior em meninos. O Paraná não tem dados oficiais sobre o TEA, por isso a Secretaria de Estado da Saúde instituiu um cadastro voluntário com o objetivo de formar um banco de dados. Até o momento, são apenas 618 cadastros. Já a Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho já emitiu 1.253 Carteiras de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA), em cumprimento da lei federal nº 13.977/2020. Entretanto, esses números estão longe de demonstrar a realidade do estado, já que a estimativa indica que são mais de 100 mil autistas no Paraná.

TEA

O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, é um distúrbio no desenvolvimento cerebral. O autismo é considerado uma síndrome, sendo uma condição permanente. Os déficits de desenvolvimento se manifestam, geralmente, na primeira infância (até os seis anos de idade) e variam desde manifestações leves até mais severas que se caracterizam por padrões de comportamentos repetitivos, dificuldade de comunicação e interação social.

A data

O Dia Mundial do Autismo foi instituído em 2008 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para trazer mais luz sobre o tema. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) avaliam que há 70 milhões de pessoas com autismo no mundo, 2 milhões no Brasil. Calcula-se que uma em cada 88 crianças apresenta sinais do Transtorno do Espectro Autista.

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