“Quando as pessoas votam em você, eles não querem saber se você é amigo daquele ou do outro deputado, eles querem que você tome atitude e traga benefício”

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Parte 1

O Jornal O Iguassú conversou essa semana com o prefeito de União da Vitória, Santin Roveda (PL), que falou sobre a sua administração a frente da prefeitura e falou dos desafios e conquistas nesses quase quatro anos de mandato. Santin também falou sobre este momento em que passamos por uma pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) e mostrou como lidou com essa questão junto a sua equipe para realizar um trabalho da melhor forma possível em benefício da população de União da Vitória. A entrevista devido a pandemia foi realizada via telefone com o mandatário do município e será dividia em duas partes. A primeira parte da entrevista, começa agora.

Jornal O Iguassú: Quando assumiu a prefeitura, qual foi a primeira ação realizada pela administração?

Santin Roveda: A primeira ação foi a doação dos salários do prefeito, do vice-prefeito e dos secretários, porque tínhamos um problema muito grave na farmácia do município, pois ela estava completamente desfalcada, indigna, num lugar impróprio e não tinha estoque e faltava diversos medicamentos. Há algum tempo estava com reclamação da população de medicamentos que não tinha. O que fizemos foi doar nossos salários para que pudéssemos resolver esse problema o mais rápido possível. Com essa doação conseguimos aproximadamente 100 mil reais de imediato.

JI: Após essa ação dos salários o que foi alterado além da compra dos medicamentos?

SR: Conseguimos fazer um estoque de medicamentos rápidos. Conseguimos também aparelhar com estrutura administrativa ágil e melhorar o ambiente de trabalho de quem estava trabalhando na farmácia e mudamos a estrutura para o prédio dos bombeiros.

JI: Tirando essa questão da farmácia e de medicamentos, como estava a situação financeira da prefeitura e a questão física de trabalho para os funcionários?

SR: A questão financeira, recebemos a prefeitura com um caixa de 400 mil reais, nos foi entregue de maneira correta, não tenho nada a reclamar e nem criticar a gestão anterior, mas não deixou um caixa fantástico, para podermos sonhar em fazer o que conseguimos fazer nesses quase quatro anos. Tivemos que bolar diversas estratégias e principalmente parcerias com os governos federal e estadual. Eu diria que é a maior característica do nosso governo é ser aberto, não deixa de conversar com deputado estadual, deputado federal, senador ou governador ou quem quer seja, que partido seja, para beneficiar a população.  Com toda humildade a gente vê que somos pessoas escolhidas pela população só para fazer uma cidade melhor, não vejo muito correto chegar lá e imprimir a sua personalidade, por exemplo ser mais turrão, briguento, não conversar com deputado A ou B. Quando as pessoas votam em você, eles não querem saber se você é amigo daquele ou do outro deputado, eles querem que você tome atitude e traga benefício para a cidade, mude a vida da população para melhor.

Assim que eu tentei encarar esse período, bem como fosse um executivo trabalhando para a população, população que espera que eu tenha boas conquistas para melhorar o seu dia-a-dia.

Outra coisa que é bom destacar, a gente fez uma espécie de um inventário virtual, de como pegamos a prefeitura. Nós temos todas as fotos. Pegamos União da Vitória em péssimo estado, estava paralisada. Ela ficou, na minha opinião, sem liderança um bom tempo e sei ou imagino o porque isso aconteceu e posso falar, mas realmente só um exemplo, o setor de obras estava num lugar, num terreno muito ruim, num local de enchente, insalubre e com o barracão que estava caindo na cabeça dos colaboradores e caso ocorresse alguma cheia, como aconteceu no nosso mandato, não é possível que o setor de obras que seria o primeiro a ser solicitado nesse caso, seja o primeiro a ser atingindo. Fora o estádio Antiocho Pereira, o Ginásio Pastuch e outros ginásios depreciados em excesso. E isso acontece às vezes porque pegamos um gestor público do executivo que trabalha não com motivação de fazer a diferença, mas as vezes determinados indivíduos trabalham mais com poder e status e partidariamente. Com o pensamento de que eu tenho que estar no pleito político se não o partido tal vai fazer isso. E quando conquista a oportunidade de estar no comando do município não faz muita coisa ou tem receio. Eu afirmo como prefeito o fazer muita coisa, traz muito risco no seu dia-a-dia. Qualquer coisa que você for fazer pode trazer um processo, uma multa ou impugnação. Na verdade, não é nada fácil exercer o cargo no executivo.

Acho importante o sangue novo, mas competente. As pessoas gostam de renovação, mas não necessariamente de idade que vai fazer a diferença. Entrar alguém motivado, com energia e capacidade faz diferença. Votar em alguém com 12 mandatos, ele não vai correr risco para determinada conquista, porque já está vacinado e com medo dos órgãos de fiscalização. Sou mais empresário do que político. No meio privado o errar é bem visto como aprendizado e na gestão pública o erro é um crime. Então errar sai muito caro. Por isso muitas vezes a gente vê gestões que não fazem nada com esse medo.

JI: O prefeito falou sobre a coragem de fazer projetos, percebemos que a maioria dos projetos da sua administração são de médio e longo prazo. Fato esse que muitas vezes não são entendidos porque as pessoas querem projetos de curto prazo.

SR: A nossa administração tem projetos de curto, médio e longo prazo. Quando assumimos paramos e analisamos o que que a gente quer e sonha para União da Vitória? Onde vemos num furto curto e longo a nossa cidade. Um dos motivos de fazer eu entrar na política foi ver União da Vitória com muitas oportunidades e sem fôlego e sem ânimo e eu sabia que eu tinha como contribuir para melhorar isso e ajudar a ser um motor da cidade e do ânimo. Somos um povo trabalhador criativo e cheio de garra, mas fomos macetados por algumas décadas, parecia que União da Vitória era menos ou mais fraca ou nada na nossa cidade iria bem. Quem abria um negócio em nossa cidade, o que mais ouvia era: não invista na cidade, não tem futuro. Principalmente em se tratando de grandes obras como a Ponte José Richa.

Não paramos em nenhum minuto. No começo eu pensava em contratar o Carlos Ceneviva para melhorar apenas o trânsito da cidade, pois foi ele quem modernizou o trânsito de Curitiba, mas ele devido a idade acabou não querendo pegar esse trabalho, ele chegou a vir para a cidade conhecer, mas logo em seguida acabou falecendo. Eu sou um pouco audacioso, então depois do Ceneviva, eu fui direto na fonte, fui conversar com o Jaime Lenner, que aceitou fazer o trabalho. Fomos a única cidade a contratar ele para fazer um projeto desses, para repagina toda a cidade. Tem muita coisa para fazer ainda dentro do projeto, mas não se faz tudo de uma hora para outra. Além de ter aprendido muito sou muito grato em ter a oportunidade de estar prefeito.

JI: Falando em obras, quero destacar dois pontos importantes que foram o ginásio Isael Pastuch e o Estádio Antiocho Pereira que receberam uma reforma total, como foi realizado esse trabalho?

SR: Se tratando nesses dois pontos é interessante frisar algumas coisas. Falamos muito sobre a autoestima abalada e o retrato disso era o estado do estádio e do ginásio e vou colocar mais uma que estamos trabalhando é a Fricesp. Estamos trabalhando e vai ficar um espetáculo. O setor de obras está usando uma parte da Fricesp, que antes estava completamente abandonada, sendo usada como lugar de uso de drogas e bandidagem, afetando toda a região do Conjuntos e o bairro Cristo Rei e tentamos levar um pouco de segurança para aquela região. Mês passado fizemos uma licitação para ser usada a outra parte da Fricesp e me parece que vai ser ocupado como centro de distribuição dos supermercadistas de toda a região, tipo uma Ceasa. Eles já participaram e ganharam a licitação e agora só estão arrumando a documentação final. Nós fizemos na agricultura o projeto HF em parceria com o Emater é uma organização do mercado de produção de hortifrúti e um Ceasa em União da Vitória beneficia a região inteira e traz riqueza e desenvolve um setor do nosso município que temos de 6 a 7%, que moram no interior e produz, isso é muito pouco, isso mostra que somos uma cidade urbana. É importante que desenvolva e aumente esse setor e continue fortalecendo União da Vitória como polo de uma região inteira e o Ceasa vai fazer a diferença e usando a Fricesp que é um lugar muito estratégico.

Outra coisa que no começo do governo, tivemos assim 100 primeiros dias muito intenso. Fizemos um mutirão de limpeza com a população no parque ambiental. Poderíamos pegar o setor de obras, meio ambiente e parceiros e fazer essa limpeza. Mas foi um grande sucesso porque crianças, as universidades, o Lions, Rotary queriam colocar a mão na massa, porque estavam sedentos de ver uma cidade bem cuidada e bonita. Fizemos ações parecidas, mas aquela me deu muito ânimo e deu para ver que a população estava ao nosso lado.

A população é parceira quando ela vê que é uma atitude de verdade e consistente e fica com raiva e enojada quando é uma ação politiqueira. Por isso é importante que saiba e faça as coisas de coração sem segundas intenções, porque a população sempre percebe.

JI: A questão do empreendedorismo, a sua gestão foi muito marcada por essa questão com uma das cidades que mais gerou emprego e renda no estado, como foi realizado esse trabalho?

SR: A maior crise econômica, logico precisamos ver como será os dados estativos devido a pandemia desse ano e isso afetou o mundo inteiro, mas a maior crise da história do Brasil foi em 2014 e muita gente quebrou e perdeu emprego. Como trabalhei isso, deixei União da Vitória mais atrativa para investimentos e isso não se faz da noite para o dia. Outra linha de trabalho foi estimular com que as pessoas que estão na cidade acreditem na cidade, que elas voltem a acreditar na cidade para investir.

Tínhamos uma casinha na avenida Manoel Ribas, onde hoje é a casa do empreendedor, antes era um mictório. Pegamos a rua mais emblemática e que mais movimenta a cidade e fizemos uma revitalização total em parceria com o governo federal através do DNIT e emendas parlamentares estaduais. O que você vê na Manoel Ribas, que praticamente todo mundo comerciantes e lojistas investiram, reformaram ou melhoraram a vitrine. E é interessante fazer essa avaliação mais específica na Manoel Ribas, sempre quando você investe, as coisas boas veem com essa atitude. Como muita gente tinha perdido o emprego em 2014, muitas pessoas sonharam em ser empresário ou ter seu próprio negócio e nos facilitamos muito a abertura de microempreendedores individuais para que tivéssemos geração de emprego de um, dois, três ou quatro empregos.

Eu não sei em que momento União da Vitória colocou na cabeça de seus moradores que só interessa que venha empresa com mil ou dois mil empregos para o município. Isso é um erro, porque empresa gigantesca em sua maioria, primeiro que é emprego não tem muita assistência e que tratam o funcionário como qualquer coisa e outra coisa que percebemos é que empresas que geram 4 a 7 empregos, geram indiretamente mais 4 empregos. Demos muita atenção a essas empresas.

Outra coisa que gostaria de falar é a questão do preconceito na instalação de supermercados na cidade, porque eu falo isso? porque é um grande erro. Vai se instalar mais um mercado que abrirá na rua Carlos Cavalcanti e que irá gerar 150 empregos direto e tem outro mercado que se instalará na Marechal Deodoro que irá gerar em média 180 empregos. Isso gerará aproximadamente 500 empregos direto e imagina quanto mais indiretos irá gerar. E tem mais uma vantagem como somos polos da região ele atrai pessoas de outros municípios e ter muito supermercado baixa os preços dos produtos, porque gera uma concorrência. E a família pode economizar e ter consequentemente mais qualidade de vida. E muito bom para cidade isso.

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