Projeto União Pró-Vida realiza eventos para divulgar o Setembro Amarelo

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O Projeto União Pró-Vida (UPV) realizou nos dias 3 e 4 de setembro, panfletagem e a feira de livros doados, visando divulgar o Setembro Amarelo, os meios e formas de atendimentos realizados, além de ouvir e conversar com a população de União da Vitória e Porto União.

Além dessa ação, os integrantes voluntários do União Pró-Vida visitaram diversas entidades e instituições das cidades para divulgar o Setembro Amarelo que alerta para a conscientização e prevenção ao suicídio. Além das ações os voluntários da Família UPV, junto com outros parceiros realizaram a doação de sangue no Hemocentro de União da Vitória.

O UPV faz atendimento por telefone, WhatsApp e presencialmente na Rodoviária de Porto União, que deve ser consultado antes para esse tipo de atendimento (Veja em box os números).

O suicídio é uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo. Por isso, a campanha Setembro Amarelo deste ano traz o slogan ‘Agir salva vidas’ e visa a alertar as pessoas sobre como identificar alguém que precisa de ajuda e tratamento psicológico. Os números reforçam a importância da campanha mundial. No Brasil, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos. Cerca de 96,8% dos casos estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Em Santa Catarina, no ano de 2020, de acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), foram registrados 769 suicídios, dos quais 79% (611) foram cometidos por pessoas do sexo masculino. Em 2021, até julho, mantém-se proporção semelhante, com 416 registros (336 do sexo masculino). No período de 2017 a 2020, a maior proporção dos óbitos concentrou-se na faixa etária de 30 a 59 anos; no entanto, a maior incidência está na faixa etária de 70 a 79 anos, com 13,1 óbitos a cada 100 mil habitantes nesta faixa etária.

Prevenção

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas. Por isso, para diminuir as estatísticas, o diálogo sobre o tema é fundamental. “Precisamos conscientizar as pessoas, esclarecer e abrir espaço para falar sobre suicídio. É preciso deixar que as pessoas possam falar sobre o sofrimento, e isso pode trazer alívio e conforto. As pessoas próximas podem perceber sinais e ajudar na prevenção. Lembrando que também é necessário procurar ajuda especializada para acolher e encaminhar para o tratamento adequado”, explicou Libiana Bez, enfermeira da Gerência de Análises Epidemiológicas e Doenças e Agravos não Transmissíveis, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive).

O Ministério da Saúde destaca que não há como detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, mas ela pode dar alguns sinais que devem chamar atenção da família e de amigos, como isolamento, abuso de álcool e outras drogas, mudanças bruscas de humor, diminuição do autocuidado e até a automutilação. Esses sinais, especialmente quando se manifestam constantemente, requerem atenção especial.

A porta de entrada para o acolhimento é sempre a unidade básica de saúde. Os serviços públicos de saúde mental de Santa Catarina contam com 110 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e diferentes modalidades. Nessas estruturas, são atendidas pessoas que vêm em demanda espontânea, incluindo as que têm distúrbio psiquiátrico, pensamento suicida e tentativa de suicídio.

No Paraná o mês foi lembrado na Assembleia Legislativa do Paraná que falou sobre a data de 10 de setembro que é o Dia Mundial de Combate ao Suicídio. No Paraná, a lei 18.871/2016, que teve parte de sua redação alterada, através de proposta dos deputados Dr. Batista (DEM) e Mabel Canto (PSC), pela lei 20.229/2020 criou a Semana de Valorização da Vida e de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, que deve ser realizada no período que compreenda o dia 10 de setembro.

O objetivo dessa legislação é o de promover a reflexão e a conscientização sobre essa temática, com o objetivo de dignificar avida em relação ao aumento do índice de suicídios e a automutilação, esclarecendo à população, através de palestras, debates e audiências públicas, sobre como identificar possíveis sinais suicidas e como auxiliar o acompanhamento de indivíduos que apresentem esse perfil, visando minimizar a evolução dos quadros que podem chegar ao suicídio.

A pedido da Associação, a Assembleia Legislativa do Paraná, por solicitação do deputado Alexandre Curi (PSB), estará iluminada com a cor amarela neste dia 10 de setembro em apoio à campanha do Setembro Amarelo. Movimento que acontece em todo o mundo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9 entre cada 10 fatos ocorridos poderiam ser evitados se essas pessoas tivessem ajuda, e é justamente esse alerta que o Setembro Amarelo traz: a necessidade de se falar sobre as doenças psíquicas que podem levar ao suicídio e, principalmente, provocar uma reflexão nas pessoas sobre as causas que geram o comportamento suicida, e como esse gesto extremo pode ser evitado com ações preventivas.

De acordo com o relatório “Suicide worldwide in 2019” publicado pela OMS, todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios. “Não podemos – e não devemos – ignorar o suicídio”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde.

A Campanha Setembro Amarelo tem por objetivo prevenir e reduzir estes números, e em trabalho conjunto entre Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Paranaense de Psiquiatria (APPSIQ), se tem, no ano de 2021, a intenção de aumentar ainda mais a visibilidade sobre este relevante tema.

Pandemia

Outro fator preocupante é o prolongamento da pandemia da Covid-19, o que tem obrigado muitas pessoas a se isolarem com medo do contágio da doença. Reuniões entre familiares e com amigos deixaram de existir, viagens foram adiadas e isso fez com que as pessoas ficassem mais em suas casas, muitas vezes no seu “mundinho particular”, o que pode acarretar ainda mais em quadros de depressão e crises de ansiedade e pânico que podem levar essas pessoas ao suicídio. Sem contar que muitos tratamentos de saúde mental foram interrompidos nesse período.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa o primeiro lugar em casos de transtorno de ansiedade e o segundo lugar em casos de transtornos depressivos, que podem levar ao suicídio.

“Nossa atenção à prevenção do suicídio é ainda mais importante agora, depois de muitos meses convivendo com a pandemia de Covid-19, com muitos dos fatores de risco para suicídio – perda de emprego, estresse financeiro e isolamento social – ainda muito presentes. A nova orientação da OMS fornece um caminho claro para intensificar os esforços de prevenção do suicídio”, disse o diretor-geral da OMS.

Preconceito

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Tadeu Veneri (PT), realizou no final do mês de agosto uma audiência pública virtual onde o tema suicídio foi debatido. Para Diógenes Martins Munhoz, diretor da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção ao Suicídio, o preconceito sobre o tema é a principal causa para o aumento dos números de casos. “O preconceito em torno do tema suicídio é um dos principais fatores que corroboram para o crescimento dos números, especialmente de homens, que têm mais dificuldade em pedir ajuda que as mulheres. O primeiro passo é deixar de lado essa falácia de que uma terapia é “frescura” ou “mimimi”. Desmistificar a área da saúde mental. As pessoas precisam cada vez mais de ajuda profissional. E elas podem e merecem esse tratamento. E no caso da tentativa propriamente dita, a forma de acolhimento por parte dos profissionais tem se mostrado eficaz até em evitar uma provável reincidência”.

A psicóloga e especialista no tema, Karen Scavacini, lembra “que o suicídio tem relações com muitos fatores: relações sociais, culturais, econômicas, psicológicas e situacionais e a pandemia se tornou um destes fatores, como dentro do comportamento suicida”, indicou.

A especialista faz parte de uma organização internacional que abrange 41 países que estuda os números da Covid-19 e a relação da pandemia com os casos de suicídio. O objetivo é utilizar estratégias de prevenção antes e depois que a situação melhorar ou se resolver.

Alguns fatores como o isolamento social, estresse dos profissionais de saúde e o distanciamento físico podem ter contribuído para o crescimento dos casos. “O impacto tem sido muito grande, inclusive com a desativação de serviços psiquiátricos, o que comprometeu o tratamento de pessoas propensas ao suicídio”, ressaltou.

Uma cartilha confeccionada a pedido da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre prevenção ao suicídio pode ser acessada no link: https://bit.ly/3tazC9Q e mais informações sobre o Setembro Amarelo podem ser conferidas no site oficial da campanha: https://www.setembroamarelo.com/

Centro de Valorização da Vida

Um importante aliado na prevenção do suicídio é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio emocional gratuitamente, de forma voluntária, 24 horas por dia, pelo telefone 188, e-mail ou chat pelo site da instituição.

Em União da Vitória e Porto União não há mais o CVV, em contrapartida foi criado o Projeto Pró-Vida que realiza atendimento semelhante e disponibiliza os seguintes números para atendimento:

42-35237217

42-988900279 (24h)

42-988156081

42-991381467

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