União da Vitória não tem prazo para o retorno das aulas presenciais
Em coletiva de imprensa realizada no final da tarde desta segunda-feira, 25, o Prefeito de União da Vitória, Bachir Abbas, anunciou que as aulas municipais presenciais não irão começar enquanto não tiver segurança sanitária para alunos e professores. Participaram da coletiva o Vice-prefeito Jairo Clivatti e o secretário de educação Ricardo Brugnago.
“Estou sendo muito questionado com relação ao retorno das aulas no município. União da Vitória desde o começo da pandemia suspendeu as aulas presenciais de forma correta e se mostrou uma decisão acertada. Vimos alguns movimentos dentro do estado de municípios para a retomada das aulas presenciais. Mas cada município responde pela sua administração. O governo do Estado voltará dia 18 com às aulas, mas o município de União da Vitória de forma correta e analisando principalmente a questão de ocupação de enfermarias e UTIS que estão acima de 90 % ocupados, nesse momento a decisão correta não temos condições de voltar as aulas presenciais”, disse no começo da coletiva o Prefeito. As aulas devem continuar como eram no ano passado de forma online.
Foi criado um comitê de acompanhamento para que a cada 15 dias faça uma análise para ver a situação sobre os contágios, leitos de UTIS disponíveis e para saber se há possibilidade de retorno as aulas presenciais. Segundo afirmou Bachir, em reunião com os prefeitos da Associação dos Municípios do Sul do Paraná (Amsulpar) a decisão de não voltar as aulas presenciais foi unanimidade as aulas on line.
“Participei dessa reunião com o prefeito e o que levamos em consideração foi a questão de saúde. Foi algo acertado a criação desse comitê para análise a cada 15 dias da situação. Voltas as aulas não pode ser uma decisão apenas da secretaria de educação, mas sim de todo o conjunto de ações que devem ser tomadas pela prefeitura perante a pandemia”, destacou o vice-prefeito.
O Secretário de educação de União da Vitória, destacou neste momento as crianças estão num ansiosas, “mas com a ajuda dos pais, conseguimos durante todo o ano passado, lograr êxito, nesse processo de ensino aprendizagem a distância. E nesse sentido, obviamente, com a mesma força de vontade, com a mesma garra toda a rede municipal tem se preocupado. Afinal de contas, o ensino não presencial, não é o ideal para os nossos alunos, mas é o que nós temos de melhor para estar oferecendo nesse momento. É necessário, trazer à tona aqui, refletir junto com vocês, porque é diferente, por exemplo, o estado, ou então, as universidades. Os nossos pequenos, graças a bendita imaturidade as crianças, por seguir um protocolo, não tenho dúvidas que as dificuldades são muito maiores do que os adultos, jovens, e os adolescentes para compreender toda aquelas regras que são necessárias e bastante rígidas, como o uso de máscara e distanciamento. A saudade que eles estão colegas, dos seus professores, do diretor, então, imagina a dificuldade em manter esse distanciamento. Nesse sentido, obviamente, tudo isso está sendo planejado, discutido, elaborado, criamos aqui com grande serenidade, nós precisamos ter aí todas as informações para que nós tenhamos segurança ao nosso retorno, caso contrário, conforme o prefeito Bachir sempre disse, a prioridade é a vida, jamais colocaríamos em risco crianças”, explicou Brugnago.
Segundo informou o secretário está sendo criados protocolos, buscando parceiros com as universidades das cidades que já tiveram um retorno presencial como estão sendo feitos e seguidos os protocolos.
Brugnago adiantou que já tem a licitação pronta para ser comprados os Equipamento de Proteção Individual (EPIs´), para fornecer segurança aos alunos e professores quando for possível o retorno.
Além da questão de educação e saúde física, administração também está pensando na saúde mental “Estamos cuidando também de toda a parte psicológica a pedido do prefeito e de toda a parte psicológica, para receber esses alunos. A gente sabe que a pandemia trouxe situações diferentes, realidades diferentes e fez com que nós tenhamos aí que trabalhar toda esse aparato psicológico, mas também pedagógico, vamos fazer sempre o nosso melhor apoio de todos“. Em Porto união alguns colégios particulares já iniciariam suas aulas presenciais, mas se o aluno quiser assistir as aulas de sua casa, também é possível. As aulas no município de Porto União, segundo informou a secretaria de educação começa no dia 8 de fevereiro de forma presencial.
Já no Paraná, as aulas estaduais, segundo anunciou o Governador do Paraná Carlos Massa Ratinho Junior na semana passada que as aulas no estado irão começar em 18 de fevereiro em formato híbrido. Ou seja, com parte dos alunos assistindo às aulas de forma presencial nas escolas, enquanto o restante dos estudantes acompanha, simultaneamente, a mesma aula de maneira remota. A intenção é que haja um revezamento semanal entre os estudantes dentro do próprio sistema.
“Montamos um planejamento especial, com todos os cuidados necessários para que os alunos possam voltar às aulas presenciais de uma maneira segura. O retorno é um anseio da sociedade, pela volta da convivência no ambiente escolar”, afirmou. “É um modelo que garante qualidade e segurança para estudantes e professores”.
Assim será também nas escolas estaduais de Santa Catarina, o detalhamento do retorno das atividades presenciais em 2021 foi tema de uma reunião virtual na segunda-feira, 25, entre a equipe da Secretaria de Estado da Educação (SED), os gestores escolares e os coordenadores regionais de educação da rede estadual. Os professores da rede permanecem em período de recesso, mas devem retornar às atividades a partir da próxima semana, assim como as equipes técnicas das escolas e coordenadorias.
A reunião contou com a participação virtual de mais de 2,5 mil profissionais vinculados à gestão escolar da rede. O objetivo foi detalhar pontos relevantes sobre os modelos pedagógicos que vão orientar a ação de cada unidade escolar ao longo do ano letivo de 2021, como questões relacionadas ao retorno seguro das atividades presenciais, quadro de pessoal do magistério, transporte e alimentação escolar.
A perspectiva da SED é trabalhar com três modelos, que podem coincidir: 100% presencial, misto e 100% online. O primeiro será aplicado nas escolas que dispuserem de salas com infraestrutura adequada para realizar o distanciamento de 1,5 metro exigido entre as carteiras dos alunos. No caso de professores integrantes do grupo de risco, haverá duas possibilidades. Para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental será necessário fazer contratação de profissional ACT. Já nos Anos Finais do Ensino Fundamental e Médio, a respectiva disciplina será ministrada de maneira remota.
Caso a matriz de risco da região onde a escola estiver localizada se altere para o nível Gravíssimo (cor vermelha no mapa), a unidade passa a atender no modelo misto. O mapa de risco para Covid-19 em Santa Catarina é atualizado pelo Governo do Estado toda quarta-feira e pode ser acessado neste site.
O segundo modelo, que incluirá a maioria dos alunos, funciona com a alternância dos grupos que frequentam a escola e dividido em dois momentos: o “Tempo Escola” e o “Tempo Casa”. O “Tempo Escola” consiste no atendimento presencial na unidade escolar, com turmas subdivididas em grupos. Já as atividades pedagógicas que compõem o “Tempo Casa” podem ser realizadas com ou sem a mediação por tecnologias digitais, com orientação para que as escolas criem dinâmicas para que estudantes sem acesso possam, sempre que possível, integrar-se às atividades em espaços disponibilizados na unidade. O atendimento presencial nesse modelo se dará de duas a três vezes por semana nos Anos Iniciais e semanalmente nos Anos Finais e Ensino Médio.
Nesses dois modelos, a recomendação às escolas é a organização da carga horária priorizando horários concentrados nas turmas (aulas-faixa), para evitar trocas de sala constantes. O aluno deve permanecer na sala e, se possível, a carteira deve ser marcada para que o estudante use sempre a mesma.
Já o modelo 100% online, que foi aplicado ao longo de 2020, com a suspensão das aulas presenciais, continua em 2021 para os cerca de 28 mil alunos da rede estadual que, comprovadamente, fazem parte de grupo de risco para Covid-19, assim como os professores. Essa modalidade também será ofertada quando os pais optarem por manter seus filhos em atividades remotas. Nesse caso, os responsáveis devem assinar um termo de compromisso informando o desejo de manter o estudante nesse modelo. O termo tem validade de 15 dias e pode ser suspenso por desejo dos pais ou responsáveis, desde que a escola seja formalmente informada com sete dias de antecedência.
Greve no Paraná
A APP-Sindicato, representantes dos professores estaduais do Paraná emitiu uma carta em protesto do retorno das aulas presenciais no estado. “A decisão do governador, que é compartilhada pelo secretário/empresário da Educação, Renato Feder, desconsidera o principal objetivo desse período, que é a preservação da vida e saúde da população paranaense”, diz a carta.
Segundo a APP ao retornarem às escolas, educadores e estudantes estarão sujeitos a aglomerações e o trabalho se dará em ambientes fechados, o que aumenta consideravelmente o risco de contaminações. A exposição pela circulação e aglomeração de mais de 1,1 milhão de estudantes incidirá sobre o aumento de casos na sociedade como um todo. Em assembleia realizada no sábado, 23, cerca de 1.100 trabalhadores da educação participaram da assembleia estadual convocada pela APP-Sindicato e aprovaram greve geral a partir do dia 18 de fevereiro. De acordo com o Sindicato, Educadores são contrários ao modelo híbrido de Ratinho Jr., o qual não debateu com a categoria ou comunidade escolar.