Panorama de Mercado

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Panorama de Mercado

 

Taxa Selic e Projeções Econômicas

A XP prevê que o Comitê de Política Monetária (Copom) precisará manter mais elevada a taxa Selic terminal para 10,0%, devido a juros mais altos nos EUA, incertezas locais e uma atividade econômica mais robusta. Nossas projeções indicam uma taxa de câmbio de R$ 5,00 em 2024 e R$ 5,15 em 2025, com a inflação IPCA estimada em 3,7% e 4,0%, respectivamente, para esses anos. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), esperamos um crescimento de 2,2% em 2024 e 1,7% em 2025, refletindo o ambiente monetário contracionista.

 

Moody’s Melhora Perspectiva do Brasil

A agência de classificação de crédito Moody’s elevou a perspectiva do Brasil de “neutra” para “positiva”, mantendo a nota de crédito (rating) em Ba2. Essa melhoria é atribuída à implementação de reformas estruturais que impulsionaram as perspectivas de crescimento econômico. No entanto, a Moody’s ressaltou a necessidade de avanços adicionais na consolidação fiscal para uma possível melhoria no rating. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou essa ação como um incentivo para a aprovação de medidas fiscais pelo Congresso.

 

Resultado Primário e Emprego

O resultado primário do governo central registrou um déficit de R$ 1,5 bilhão em março, indicando melhorias em relação ao ano anterior, mas ainda insuficientes para alcançar a meta fiscal deste ano. Quanto ao emprego, houve um aumento significativo na criação de empregos formais no primeiro trimestre de 2024, com um saldo líquido de 719 mil empregos, impulsionado principalmente pelo setor de Serviços.

 

Produção Industrial e Investimentos

A produção industrial cresceu 0,3% no primeiro trimestre de 2024, abaixo das expectativas do mercado, refletindo um crescimento moderado. Prevemos um avanço nos investimentos em ativos fixos (FBCF) este ano, com uma projeção de 3,5% de crescimento em 2024.

 

Investimento Direto e Balanço de Pagamentos

No que diz respeito aos investimentos, houve uma surpresa positiva no Investimento Direto no País (IDP), que totalizou US$ 9,6 bilhões em março, acima das expectativas. Em relação ao balanço de pagamentos, embora o déficit em conta corrente tenha aumentado, os fluxos líquidos de IDP continuam em trajetória de recuperação, indicando uma posição confortável para o Brasil.

Cenário Internacional

 

Decisões do Fed e Dados dos EUA

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve a taxa de juros em 5,25%-5,50%, reduzindo o ritmo do quantitative tightening (QT). Os dados do mercado de trabalho americano mostraram sinais de reequilíbrio, com uma criação de empregos abaixo das expectativas, mas ainda indicando um mercado de trabalho apertado. O presidente do Fed, Jerome Powell, adotou uma abordagem cautelosa em relação aos cortes de juros, mencionando a necessidade de evitar turbulências no mercado financeiro.

 

PIB e Inflação na Zona do Euro

Na zona do euro, o PIB do primeiro trimestre de 2024 registrou crescimento, enquanto a inflação permaneceu estável em 2,4% em abril. Esperamos que esses dados sustentem o início dos cortes de juros na região em junho, com as condições monetárias permanecendo restritivas durante o ano devido à persistência da inflação de serviços.

 

Bolsas

O Ibovespa encerrou a semana mais curta com alta de 1,6% em reais e 2,5% em dólares, fechando em 128.509 pontos, marcando a segunda semana consecutiva em território positivo.

Globalmente, a decisão do Federal Reserve de manter a taxa de juros entre 5,25% e 5,5% foi o destaque da semana, indicando cautela em relação a cortes de juros. No entanto, Powell sugeriu que aumentos na taxa de juros são improváveis. Essa decisão gerou um aumento no apetite por risco nos mercados, com queda nas taxas de juros e aumento nas ações globais. Esse sentimento positivo foi impulsionado pela divulgação de dados de emprego abaixo do esperado na sexta-feira.

No cenário doméstico, o destaque foi o fechamento da curva de juros, impulsionando setores cíclicos como varejo e educação.

O maior destaque positivo no Brasil foi o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3, +22,8%), após anunciar um acordo com o estado de São Paulo para renegociar R$ 3,6 bilhões em dívidas tributárias, seguido por CVC Brasil (CVCB3, +13,8%) e Azul (AZUL4, +12,1%), que se beneficiaram do fechamento da curva de juros.

O principal destaque negativo foi PRIO (PRIO3, -5,1%), devido a uma queda no preço do petróleo devido a dados econômicos mais fracos nos EUA, o que pode resultar em uma redução na demanda.

Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
4traderinvest.com.br
41 9 9890 9119

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