Rodovias da região continuam com paralisação de caminhoneiros

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Após os atos do 7 de Setembro, as rodovias no País foram fechadas pelos caminhoneiros em quase todos os estados, passando apenas veículos pequenos, de emergência e carregados com alimentos perecíveis. A paralisação dos caminhoneiros acontece de forma pacífica em rodovias pelo País, inclusive aqui na região de União da Vitória e Porto União. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) monitora os pontos de paralisação e manifestação dos caminhoneiros.

No início da tarde desta quinta-feira, 09, as rodovias BR 153 na região de Porto Vitória e a BR 476 na região de São Mateus do Sul (Km 285 – Posto Triângulo) e União da Vitória (KM 357 Trevo do Malon) foram liberadas. Elas estavam fechadas para caminhões e carretas. Apesar disso os caminhoneiros, segundo informou a PRF, continuam próximo dos locais em postos de combustíveis e acostamentos. As manifestações aconteceram em pelo menos 16 estados.

No momento, no trecho sob circunscrição na Delegacia de Pato Branco, todas as rodovias estão com trânsito livre, não há bloqueios. Até o fechamento desta edição haviam pontos com retenção de veículos de carga em alguns pontos no Paraná: BR 277, KM 518 em Guaraniaçu. (por populares); BR 116, KM 153 em Mandirituba (por populares); e na BR 373, KM 247, em Guaramiranga. Equipes da PRF trabalham nos locais garantindo a livre circulação, e reforça que as pessoas que não pretendem participar da manifestação, não podem ser impedidas de seguir viagem, qualquer que seja o veículo que estão usando.

Em Santa Catarina os bloqueios até o meio da tarde ainda continuavam para veículos de cargas. Segundo a PRF de Santa Catarina os pontos de bloqueio somente para caminhões: BR 280: km 2,4 São F. do Sul; km 10 São F. do Sul; km 22 Araquari; km 55 Guaramirim; km 121 São B. do Sul; km 230 Canoinhas; BR 116: km 07 Mafra; BR 282: km 606 Maravilha e km 646 em São Miguel do Oeste.

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, se reuniu com as forças de segurança estaduais, Defesa Civil, Polícia Rodoviária Federal, Procon, Ministério Público do Estado de Santa Catarina e Ministério Público Federal para alinhar a atuação conjunta a fim de restabelecer a normalidade nas rodovias.  Ainda na noite de quarta-feira, 8, ele determinou a criação de um Grupo de Controle e Operações para planejar e executar ações nesse sentido.

SC também decretou prioridade no abastecimento para veículos de assistência médica e hospitalar, bem como de viaturas das forças de segurança. Já o Procon, irá atuar no combate à elevação de preços dos combustíveis.

Moisés editou um decreto na manhã desta quinta-feira, 9, que estabelece prioridade no abastecimento de veículos utilizados para assistência médica e hospitalar e para as atividades da segurança pública em Santa Catarina. O ato foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), no começo da tarde. “Entendemos que ainda vivemos um momento sensível, delicado, de crise pandêmica, e precisamos priorizar a Saúde. Nós sempre fizemos questão de garantir o direito de manifestação, do contraditório, mas o direito a vida é uma premissa básica. Nosso Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial participa ativamente destas primeiras ações para garantir serviços essenciais. É muito importante garantirmos a manutenção da ações de combate à pandemia, de transporte de vacina e de atendimento aos catarinenses”, afirmou o governador.

Essa paralisação causou uma corrida aos postos de combustíveis na noite de quarta-feira, 08, e durante a manhã desta quinta-feira, 09, em União da Vitória e Porto União, sendo que em alguns locais já não havia mais combustíveis.

O esvaziamento da paralisação e manifestação aconteceu depois do apelo do Presidente Jair Bolsonaro em um áudio confirmado depois pelo Ministério da Infraestrutura pedindo a liberação das rodovias do País. Circulou, entre os caminhoneiros, um áudio com uma mensagem do presidente pedindo a desmobilização, de forma a evitar desabastecimento e mais inflação.

Pela manhã os estados onde ainda havia manifestações eram em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia. Maranhão, Roraima, Pernambuco e Pará.

Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios está interditada por caminhoneiros, que permanecem sentados na pista, de forma a não possibilitar a passagem de veículos. A liberação da via ainda está sendo negociada com as autoridades. Vários caminhões encontram-se estacionados na lateral e no gramado localizado próximo ao Congresso Nacional.

Em um áudio direcionado aos caminhoneiros, ainda não publicado de forma oficial, o presidente Bolsonaro pediu às lideranças do movimento que desbloqueiem as vias para evitar desabastecimento e aumento da inflação.

“Fala para os caminhoneiros que são nossos aliados que esses bloqueios atrapalham, nossa economia. Isso provoca desabastecimento e inflação. Prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Dá um toque para os caras, para liberar, para a gente seguir a normalidade. Deixa com a gente em Brasília, aqui, agora. Não é fácil negociar e conversar por aqui com outras autoridades, mas a gente vai fazer nossa parte e vamos buscar uma solução para isso, tá ok? Aproveita e em meu nome dá um abraço em todos os caminhoneiros”, disse o presidente.

Na noite da quarta-feira, 8, o ministro Tarcísio Freitas confirmou a autenticidade do áudio com a voz do presidente. “Esse áudio é real e de hoje. Ele mostra a preocupação do presidente com a paralisação dos caminhoneiros, que iria agravar efeitos na economia e inflação, e ia impactar nos mais pobres e vulneráveis”.

Freitas disse que o país já vive atualmente efeito da pandemia nos preços dos produtos. Segundo ele, “a inflação tem hoje uma componente internacional, e uma paralisação vai trazer desabastecimento, prejudicando a população”. “A gente não pode tentar resolver um problema criando outro”. “Peço a todos que escutem atentamente as palavras do presidente, e que tenhamos serenidade para pavimentar um futuro melhor. A solução do problema se dará através do diálogo das autoridades. Vamos confiar nessa condução e no diálogo”, acrescentou o ministro.

Em oito estados a PRF desbloqueia rodovias ocupadas

“A PRF encontra-se em todos os locais identificados e trabalha pela garantia do livre fluxo com a tendência de fim das mobilizações até a 0h do dia 09/09. Importante alertar que a disseminação de vídeos e fotos por meio de redes sociais não necessariamente reflete o estado atual da malha rodoviária”, informou o Ministério da Infraestrutura, em nota.

Ainda segundo a pasta, ao longo do dia foram debeladas 67 ocorrências com concentração de populares e tentativas de bloqueio total ou parcial de rodovias.

O movimento iniciou um dia depois de manifestações pró-governo em diferentes cidades. Manifestantes pediram o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e a destituição de ministros da corte, além de intervenção militar.

Em nota, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) manifestou “total repúdio” às paralisações. “Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”, diz a entidade. O texto leva a assinatura do presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio.

A entidade, que congrega cerca de 4 mil empresas de transporte, disse ainda estar preocupada com os efeitos que bloqueio nas rodovias poderão causar, especialmente em relação ao abastecimento dos setores de produção e comércio.

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