União da Vitória instala postos de controle de vetor da doença de Chagas

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A Vigilância Ambiental de União da Vitória fez durante o mês de março a instalação de diversos Pontos de Informação de Triatomineos – PIT no interior de União da Vitória, nas localidades de Rio dos Banhados, São Domingos e Rio Vermelho.

Esses postos foram instalados em locais chave, onde a comunidade poderá fazer a entrega de insetos Barbeiro, transmissor da doença de Chagas, para que seja analisado e assim fazer o controle desses insetos no município.

Junto com a instalação do PIT, foram disponibilizados nesses locais, material educativo, material acondicionamento do inseto e informações de comunicação direta com a Vigilância Ambiental, para que o material seja coletado e levado ao laboratório de referência para ser identificado. Após a coleta do inseto, é iniciada uma ação de busca ativa no local e realizado o controle químico e biológico na área onde o inseto foi encontrado e nas suas proximidades.

A diretora da Vigilância do Município, Márcia Regina Fernandes Tomaszewski, explicou que existe sim a presença de Barbeiro em várias localidades do município, mas que o inseto por si só não faz a transmissão da doença. “É importante salientar que o Barbeiro precisa estar infectado pelo parasita Trypanosoma cruzi para ser transmissor da doença de Chagas”, afirmou ela.

“Em janeiro já tivemos a confirmação de um inseto Barbeiro infectado pelo parasita causador da doença de Chagas, por isso pedimos que as pessoas que encontrarem um inseto suspeito façam a coleta e levem até os Postos de Informação para que possamos fazer esse controle”, finalizou Marcia. Locais onde foram instalados os PIT´s: Rio dos Banhados – Pesque Pague Iguaçu; São Domingos – Mercearia A.A. Correia; Rio Vermelho – Escola Municipal Interventor Manoel Ribas e Grilo Chácara Parque.

 

A Doença de Chagas

O Dia Mundial da Doença de Chagas é lembrado no dia 14 abril. A data tem como objetivo reduzir a transmissão da doença de mãe para filho ao ampliar e melhorar o acesso ao diagnóstico, tratamento e atenção integral por meio de abordagens inovadoras e sustentáveis.

No ano passado o Ministério da Saúde financiou parte de um projeto que busca a eliminação da transmissão congênita da doença. O projeto, de US$ 19 milhões, é coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que firmou convênio com a agência global Unitaid.

O projeto com dois eixos principais: a primeira parte envolve uma estratégia de diagnosticar, tratar e cuidar, com uso de testes rápidos para identificar pacientes crônicos, e biologia molecular para diagnosticar a forma congênita da Doença de Chagas. Já na fase de inovação, estudos vão avaliar uma forma alternativa de teste rápido para facilitar o diagnóstico da doença na Atenção Primária e um novo tipo de tratamento através de um medicamento já disponível pelo SUS (benznidazol), mas em um período de tempo mais curto.

Além de atuar em municípios no Brasil, a iniciativa estará também na Bolívia, Colômbia e Paraguai.

A transmissão de mãe para filho é considerada uma das principais formas de propagação da Doença de Chagas no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 1,12 milhão de mulheres em idade fértil infectadas na América Latina, onde são esperados anualmente entre 8 mil e 15 mil bebês nascidos com a doença.

 

A Doença

Doença de Chagas (DC) ou Tripanossomíase Americana é uma infecção parasitária, antropozoonose, causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi e transmitida pelo triatomíneo, popularmente conhecido como bicho-barbeiro.

A doença apresenta curso clínico bifásico, aguda e crônica, sendo que a fase aguda, muitas vezes sem sintomas, pode evoluir para fase crônica. A gravidade dos casos pode estar relacionada à cepa infectante, a via de transmissão e também a associação com outras patologias concomitantes.

A DC é reconhecida há mais de um século e acomete, principalmente, populações negligenciadas, sendo considerada uma das enfermidades de maior impacto global com estimativa, aproximadamente, de infecção de 6 milhões de pessoas, com incidência de 30 mil casos novos por ano, 14.000 mortes/ano e 8.000 recém-nascidos infectados durante a gestação. É uma doença de característica de países subdesenvolvidos, sendo endêmica de 21 países das Américas.

A infecção pode ocorrer pela transmissão vetorial, oral, transfusional, transplantar, vertical (ou congênita) e acidental.

Atualmente existem grandes preocupações pela transmissão oral, principalmente na região Norte do Brasil, área mais afetada.

Já a transmissão vetorial está envolvida com o contágio da pele e mucosas por meio das fezes e urina contaminadas dos insetos hematófagos da subfamília Triatominae.

Diante da possibilidade de infecção, a pessoa deverá procurar a Unidade Básica de Saúde imediatamente. No caso da possibilidade de transmissão vetorial, caso a pessoa consiga capturar o barbeiro, este também deverá ser levado no ato da consulta, para análise laboratorial. Isto é importante porque devem ser realizadas ações no local, e análise da possibilidade da aplicação de inseticidas.

Modo de Transmissão

Há diversas formas de transmissão, dentre elas, podemos citar:

Transmissão vetorial, a qual, com a picada do bicho-barbeiro e defecação das formas infectantes no ser humano, podem acabar entrando em contato com a lesão provocada pela picada ou mucosas;

Transmissão por via oral, que ocorre quando há ingestão de alimentos contaminados por triatomíneo ou suas fezes e, também, por meio de ingestão de carne crua ou mal cozida provenientes de caça. É o tipo de transmissão que está associada a casos de surtos de Doença de Chagas Aguda (DCA);

Transmissão vertical: ocorre através da via placentária, podendo ser tanto na fase da doença aguda quanto na crônica e pode ocorrer durante a gestação ou no parto.

Transmissão transfusional, a qual ocorre quando da transfusão de sangue. É importante via de propagação da doença nos centros urbanos. O Brasil tem alcançado impacto significativo no controle dessa transmissão, devido aos cuidados no controle dos serviços de hemoterapia; portanto, maior qualidade do sangue para a transfusão;

Transmissão por acidentes laboratoriais também podem ocorrer devido ao contato com culturas de T. cruzi, exposição às fezes de triatomíneos contaminadas ou sangue (de humanos e animais), contendo formas infectantes do parasito.

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