Semana da Saúde Bucal: Veja as orientações para um belo sorriso

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Deputados, representantes de instituições da área da odontologia, cirurgiões dentistas e população em geral participaram na terça-feira, 29, na Assembleia Legislativa do Paraná, da audiência pública sobre Saúde Bucal: promoção, conscientização e prevenção no Paraná. O encontro fez parte das Semana Estadual da Saúde Bucal.

A audiência pública foi promovida pelos deputados Nelson Luersen (PDT) e Dr. Batista (PMN), no Plenarinho da Alep, “Queremos com esse evento destacar a lei, de minha autoria, que instituiu no Paraná a Semana Estadual de Saúde Bucal na última semana do mês de outubro. E, com a participação de vários profissionais da área, ressaltarr a importância da prevenção e dos cuidados com a saúde bucal”, disse o deputado Luersen. “A boca tem uma função importantíssima para nossa saúde, porque é por ela que nos alimentamos. E temos que ter uma preocupação muito grande com sua saúde e aprendermos como prevenir possíveis malefícios”, completou o deputado Dr. Batista.

O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, afirmou que é preciso focar para grupos que ainda não tiveram um olhar mais cauteloso, como os idosos. “Nos próximos anos vai ocorrer a inversão e teremos mais pessoas acima dos 60 anos que abaixo dos 15 anos. Essa alteração de característica da população precisa ser pensada pelas políticas públicas, assim a questão de saúde do idoso como um todo é uma das nossas prioridades”, lembrou.

O secretário demonstrou a relevância que a saúde bucal tem em relação à qualidade de vida. “Sabemos que o cuidado com a dentição é de extrema importância, mas a política de promoção e prevenção à saúde bucal completa é essencial porque, além de cárie, previne e mostra sinais de patologias em todo o corpo. É por essa parte do nosso organismo que conseguiremos evitar infecções e que é possível a detecção de doenças como o câncer”, esclareceu.

O mestre e doutor em Estomatologia, cirurgião bucomaxilofacial do Hospital Erasto Gaertner, Fernando Luiz Zanferrari fez uma palestra apresentando casos e ocorrências de atendimentos no hospital. Ele explicou que o câncer pode e deve ser detectado ainda no início. “Detectar logo no início dá qualidade de vida para o paciente e o poupa de uma série de consequências, como cirurgias invasivas e tratamentos como radioterapia e quimioterapia.”

ORIENTAÇÕES

O dentista em Porto União Felipe Engler, traz algumas orientações para a semana da saúde bucal, ele explica que muitas doenças podem acometer a saúde bucal, “como a doença periodontal que pode amolecer os dentes até vir a perder em casos mais severos quando não tratada de forma correta, feridas nos lábios/bochechas e infecções endodônticas”, explica.

Ele orienta que a prevenção é a melhor escolha, “devemos procurar os dentistas pelo menos 2 vezes ao ano para uma avaliação de rotina. Tratamentos precoces de doenças bucais muitas vezes evitam maiores complicações ou previne o desencadeamento de outras”, comenta.

Engler comenta sobe casos de bactéria bucal, que se torna muito nociva entrar em contato com a corrente sanguínea “e acabar parando em um órgão da qual ela não pertence, pode levar sim a morte! Por isso a importância da prevenção”, orienta.

Segundo ele a exposição excessiva ao sol sem proteção sobre os lábios e o uso do tabaco auxiliam na provocação de câncer bucal, um dos temas da semana bucal, por isso é muito importante além do protetor solar na pele, aplicar um protetor labial para proteger os lábios.

O dentista dá algumas dicas para manter uma boa saúde bucal “sempre ficar atento a formação de feridas e aftas que demoram para cicatrizar, proteger os lábios com protetor solar quando houver exposição ao sol, evitar o uso do tabaco e fazer consultas regulares ao seu dentista”, finaliza.

EM PORTO UNIÃO

A Secretaria Municipal de Saúde de Porto União realizou uma semana toda voltada para a atenção à Saúde Bucal, os profissionais de odontologia da Secretaria Municipal de Saúde de Porto União receberam treinamentos e capacitações durante dois dias. Um dos assuntos abordados foi a utilização de anestésicos locais e outro foi voltado para o atendimento e medicação para gestantes.

Participaram das capacitações também os estagiários do último período de odontologia da UNIUV acompanhados da Professora da disciplina de Saúde Coletiva, Dra. Luísa.

A semana da Saúde Bucal também foi para a Praça Hercílio Luz, onde os profissionais prestaram atendimentos informativos gratuitos aos transeuntes e crianças da rede pública municipal em uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação.

As crianças tiveram um dia cheio de experiências, informações, brincadeiras e aprendizado. Receberam kits de higiene bucal, ganharam pinturas faciais, receberam informações sobre a forma correta de escovar os dentes e receberam aplicação de flúor.

REFERÊNCIA

Paraná e Minas Gerais são os únicos estados considerados com Rede de Atenção à Saúde Bucal, segundo o Ministério da Saúde. No Paraná, há um conjunto de ações que envolvem o controle das doenças bucais, através da promoção, prevenção e limitação dos danos causados pelas doenças e reabilitação integral do paciente. A Rede está constituída nos 399 municípios paranaenses. A Rede conta com 1.271 equipes do Programa Saúde da Família. 51 Centros de Especialidades Odontológicas, 95 laboratórios regionais de Prótese Dentária, Centro Regional de Atendimento Integrado ao Deficiente e o Centro de Atendimento Integral ao Fissurado Labiopalatal são exemplos destas ações. A ampliação e regionalização dos atendimentos de alta complexidade estão em estudo por meio do Planejamento Regional Integrado (PRI), que apontará as necessidades e prioridades da saúde no Estado.

TRABALHO PREVENTIVO

A Secretaria da Saúde desenvolve programas como o bochecho com flúor nas escolas da rede pública de ensino para a prevenção da cárie há aproximadamente 40 anos. Somente essa ação impacta diretamente cerca de um milhão de crianças e adolescentes. A água fluoretada é um projeto já tradicional realizado em parceria com a Sanepar há mais de 60 anos no Estado. Atualmente 385 municípios já recebem abastecimento de água com flúor e até 2020 a previsão é ampliar para todas as cidades do Paraná.

A cárie é considerada uma doença infecto-contagiosa multifatorial, que depende de vários fatores para se instalar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cárie dental é a segunda doença mais comum no mundo. Apenas o resfriado tem mais ocorrências.

Para prevenir a cárie é preciso escovar os dentes a cada refeição, usar fio dental diariamente, fazer bochecho com enxaguante bucal e visitar regularmente o dentista.

AÇÕES

Outra atividade desenvolvida pela Saúde é o incentivo aos cirurgiões dentistas para aperfeiçoamento profissional. No Encontro Paranaense de Administradores e Técnicos em Saúde Pública Odontológica (Epatespo), realizado este ano, 200 dentistas servidores da Secretaria da Saúde participaram de palestras, cursos ou com a apresentação de trabalhos. Estão previstos ainda para os próximos anos a teleodontologia, odontologia hospitalar e ampliação das áreas de atenção nos três níveis: primária, secundária e terciária.

Referência para o país – Dentista e coordenador de Saúde Bucal da Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa), Pedro Henrique Dias comentou que recentemente esteve em Brasília e revelou que o Estado é referência em saúde bucal no país. “Trabalhamos desde a infância e com diversos programas de prevenção como o bochecho com flúor em crianças nas escolas públicas, sempre procurando uma saúde de qualidade”, afirmou. Já o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, destacou a importância de um trabalho com a terceira idade. “Temos que olhar o cidadão no contexto da saúde como um todo e para isso planejamos e coordenamos muitas ações que também envolvem o envelhecimento.”, comentou ao frisar que informações e orientações são fundamentais para melhorar a saúde das pessoas.

Coordenador da Comissão de Políticas Públicas dos conselhos Federal e Regional de Odontologia, Graziani também destacou a iniciativa da deputada Rafagnin, autora da proposta que prevê a presenças de dentistas na rede hospitalar. “Temos o desafio de ampliar e fazer funcionar estas iniciativas. Assim como a lei que instituiu o Novembro Vermelho para conscientização do câncer bucal. São ações como estas que vem valorizar cada vez mais nossa profissão”, afirmou.

Câncer bucal

O diretor-secretário da Associação Brasileira de Odontologia – Seção Paraná, Wellington Zaitte, disse que a Semana Estadual de Saúde Bucal atendia um anseio das entidades de classe e era uma maneira de divulgar e valorizar a importância de a população ter uma boa saúde bucal. Já a coordenadora do Serviço Odontológico da Alep, Regina Célia Klinguelfus do Nascimento, agradeceu a iniciativa dos deputados em debater um tema tão importante.

O cirurgião bucomaxilofacial, mestre e doutor em Estomatologia do Hospital Erasto Gaertner, Fernando Luiz Zanferrari tratou dos desafios do câncer bucal. “Há mais de 30 anos realizamos campanhas de prevenção e as pessoas ainda desconhecem essa doença e que podem vir a desenvolvê-la”, alertou. De acordo com ele, 20 milhões de pessoas vivem com a doença, surgem 10 milhões de novos casos por ano e seis milhões de pessoas morrem vítimas da patologia anualmente.  “Em 2020, estimamos que tenhamos 15 milhões de novos casos e perto de 10 milhões de mortes, por isso da importância da prevenção e de profissionais bem capacitados”, disse.

Além de fatores genéticos (hereditários), o estilo de vida pode contribuir para o desenvolvimento da doença como: a exposição excessiva ao sol sem proteção; tabagismo; exposição à radiação; enlatados, embutidos e alimentos gordurosos; consumo excessivo de bebidas alcóolicas; e vírus e bactérias como HPV e H.pylori, entre outros.  “O diagnóstico precoce e o tipo de tratamento tem um efeito importante sobre a qualidade de vida do paciente. E o sucesso para cura é aliar prevenção, educação, disciplina e conhecimento”, comentou Zanferrari.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que o câncer é a segunda maior causa de mortes no Brasil. Dentre as neoplasias malignas com maior incidência está o câncer de boca, que afeta os lábios, a língua e as mucosas da cavidade oral, podendo atingir ossos, músculos e outros tecidos da região. E, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevenção pode ajudar a reduzir a incidência de câncer em cerca de 25% até 2025.

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