A Locomotiva 310, mais conhecida como Maria Fumaça, pode voltar aos trilhos, após uma reforma, garante o ex-presidente da Associação dos Amigos do Trem (AAT), Marcelo Roveda.
Após o fim da parceria entre a Prefeitura de União da Vitória e a ATT no ano de 2011, através de vias judiciais, quando o prefeito era Carlos Alberto Jung, estacionou a máquina na Estação União, que culminou na paralisação dos passeios e das melhorias na Locomotiva, que pertence a Prefeitura por meio de um comodato entre a administração municipal e a responsável pela inventariança da RFFSA da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA). A máquina está encostada na Estação União até hoje.
As melhorias nos dormentes e trilhos realizadas com R$ 500 mil, foi feito pela prefeitura de Porto União, quando o prefeito era Renato Stasiak. A obra foi fiscalizada pelos engenheiros de Chapecó da Caixa Econômica Federal, já que a verba vinha do governo federal.
Mas o projeto existe e ainda está viável, pois foi registrado na Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte e poderia ser ativada novamente em 2014, quando o conselheiro da Secretaria esteve em União da Vitória para conversar com o Prefeito da época, Pedro Ivo Ilkiv, mas não conseguiu conversar diretamente com o administrador do município. A intenção era criar um consórcio intermunicipal entre as cidades de Porto União, União da Vitória, Rio Negro, Três Barras e Canoinhas para realizar os passeios. Como a locomotiva pertence a União da Vitória, o projeto acabou não tendo continuidade.
Com as novas administrações, a promessa é fazer a 310 voltar aos trilhos, em uma parceria entre as prefeituras de Porto União e União da Vitória. Mas antes disso, ela deve voltar para a Praça, não a Visconde de Nácar, de onde ela foi tirada em 2005 para voltar aos trilhos, mas para uma exposição de fim de ano na Praça do Contestado, a qual divide as duas cidades.
“Temos um projeto que foi reconhecido nacionalmente, quando o então senador da república Raimundo Colombo levou ao Senado na semana do Contestado e apresentou o projeto entre os cincos melhores projetos do Estado em 2009. Então basta dar continuidade a esse projeto”, revela. A associação deve ter eleições em breve e segundo Roveda, ela tem um patrimônio que deve ser considerado e deve ser usado para o desenvolvimento turístico das cidades. O então Senador elogiou o trabalho realizado “Marcelo Roveda que resgata a ferrovia e faz com que ela volte a funcionar sob o ponte de vista histórico, cultural, de turismo e também de lazer”, disse em seu discurso no senado.
Sobre a informação da reforma que seria feito na locomotiva para o seu retorno, ele acredita que o valor divulgado é alto, pois o maior problema seria a caldeira, que tem que passar por uma reforma completa.
“Talvez o erro na época, foi deixar ela apenas para trafegabilidade segundo as exigências da ANTT, talvez deveria ter cobrado mais do poder público para reformar ela inteira. O que a Associação fazia era deixar ela e os trilhos dentro da regularidade mínima exigida, para a sua trafegabilidade segundos as normas”, afirma.
Roveda completa ainda. “Temos que acabar com a síndrome de vira lata e acreditar mais no potencial das nossas cidades. Muitas pessoas acham que o que é de fora é melhor que as coisas daqui”, finaliza Roveda.