Para incentivar novas doações, Ministério da Saúde lança a campanha “Seja solidário. Doe Sangue. Doar é um ato de amor”

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As bolsas de sangue coletadas no Brasil caíram 2,5% nos últimos quatro anos, apesar das transfusões de sangue terem aumentado 4,8% no mesmo período. Os dados do Ministério da Saúde refletem que mais pessoas estão tendo acesso ao serviço de alta complexidade em saúde no país, contudo, mesmo com menor doação de sangue. Em comemoração ao dia Mundial do Doador de Sangue, dia 14 de junho, o Ministério da Saúde lançou uma campanha para convocar doadores regulares e novos durante a pandemia da Covid-19. Para receber os doadores regulares e os novos doadores, os hemocentros reforçaram suas medidas de higiene e distanciamento social garantindo que a doação ocorra de forma segura.

Depois de um aumento nas doações no mês de abril, os bancos de sangue de todo o país registraram uma queda de 30% em volume no mês de maio. A situação é emergencial para os tipos O positivo e O negativo e crítica para o tipo A.

“Todos os hemocentros do país estão preparados para receber os doadores com segurança e sem aglomeração. É muito importante que as pessoas não deixem de doar. Quando a pessoa escolhe aquele dia para doar sangue, ela está contribuindo para saúde de alta complexidade do país”, destacou o secretário da Atenção Especializa em Saúde (SAES), Luiz Otávio Franco Duarte.

Em 2019, foram coletadas no Sistema Único de Saúde (SUS) cerca de 3,2 milhões de bolsas de sangue contra aproximadamente 3,35 milhões de bolsas em 2016. As transfusões de sangue no país aumentaram de 2016 para 2019, passando de 2,8 milhões para 2,95 milhões de transfusões realizadas. O Brasil trabalha com margens de segurança para atender com prontidão a aumentos bruscos da demanda ou quedas inesperadas das doações, como em casos de pandemias como a vivida com a Covid-19. Porém, a redução desta distância entre uso e disponibilidade de sangue é um alerta de que precisamos cuidar de nossos bancos de sangue para não corrermos o risco de falta.

Ao doar sangue, a população presta um serviço maior e mais complexo em áreas como em atendimentos de urgência e emergência, transplantes, cânceres, e as pessoas com anemias crônicas, que são os grandes usuários de sangue no país.

Atualmente, 16 a cada mil habitantes são doadores de sangue, no país. O percentual corresponde a 1,6% da população brasileira e está dentro dos parâmetros preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Do total de doadores de sangue em 2018, 60% são do sexo masculino e 40% são do sexo feminino. O Ministério da Saúde reforça que é necessário promover e fortalecer as ações que estimulam a doação voluntária para manutenção dos estoques de sangue. Em relação à faixa etária, tivemos 63% de doadores maiores que 29 anos.

“Estamos incentivando o doador de sangue a sair de casa para realizar esse ato heroico, porque as cidades e transportes estão mais vazios, tornando o acesso aos pontos de coleta de sangue mais seguro e confortável. A população brasileira é reconhecida por sua postura solidária e certamente dará mais este bom exemplo ao mundo”, destaca o coordenador de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Rodolfo Duarte Firmino.

É importante lembrar que não há um substituto para o sangue e a disponibilidade é essencial em diversas situações e em muitos casos determinante para o sucesso de um tratamento.

PANDEMIA DA COVID-19

Em decorrência da pandemia da Covid-19, em apenas seis meses, o Ministério da Saúde transferiu 1,6 mil bolsas de sangue entre os estados brasileiros. Isso mostra que a pasta está visualizando de uma forma nacional a Hemorrede. “Essa mobilização auxilia os estados que necessitam de maiores cuidados por estarem mais afetados pela pandemia, como São Paulo e Fortaleza. Com isso, o Brasil deixa de perder hemocomponentes que, eventualmente tem em maior quantidade em um determinado estado e passa para outro que está necessitando mais”, explicou o coordenador de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Rodolfo Duarte

MONITORAMENTO E SEGURANÇA DO SANGUE

A doação de sangue no Brasil é um ato seguro, tanto para o doador como para quem irá receber o sangue. Não há como se contaminar com qualquer tipo de doença por meio de uma transfusão de sangue. Todo sague doado no Brasil é testado laboratorialmente para doenças transmissíveis pela transfusão.

Até o momento, não existe nenhum dado científico que demostre a infecção transfusional por coronavírus. De forma preventiva, os hemocentros estão tomando todos os cuidados para minimizar qualquer tipo de risco de transmissão, com triagem clínica dos candidatos e aptidão apenas para os que estão curados há mais de 30 dias.

O Ministério da Saúde está monitorando diariamente os estoques de sangues nos hemocentros dos estados. Cada unidade da federação tem informado continuamente a quantidade de bolsas de sangue existentes na rede. A grande preocupação é com a necessidade mais imediata que são justamente dos estados com maior população e, portanto, com maior consumo de bolsas de sangue.

UNIDADE DE COLETA E TRANSFUSÃO (UCT) DE UNIÃO DA VITÓRIA (BANCO DE SANGUE)

Segundo a médica do banco de sangue de União da Vitória, Paloma Fagundes, as doações estão sendo feitas mediante agendamento prévio, “para limitar o número de doadores e o tempo de espera, evitando aglomeração. Os doadores com 60 anos ou mais não devem vir por serem grupo de risco para Covid-19. O doador deve vir usando máscara, portar documento de identidade com foto, estar bem alimentado e em boas condições de saúde. Se apresentou sintomas de gripe como febre, tosse, coriza, dor de garganta, ou que teve contato com algum paciente suspeito do Covid-19 nos últimos 14 dias não deve vir doar. ”, explica. O agendamento pode ser feito pelo telefone 3522-1365 ou pelo site: www.saude.pr.gov.br/doacao

Segundo ela teve uma redução no número de doações, na UTC de União da Vitória devido a antes sempre haver agendamento de grupos de doadores de fora da cidade e agora não é mais possível realizar devido a Pandemia. “Só que também houve uma redução na necessidade de transfusão. Provavelmente por não haver muita cirurgia eletiva. Então o nosso estoque hoje está adequado, mas isso muda no dia a dia. Podemos ter um bom volume num dia e precisar no outro, é uma coisa bem dinâmica. Os grupos sanguíneos que precisamos sempre são os negativos e o “O” positivo e negativo”, destaca Dra. Paloma.  A UTC de União da Vitória atende os municípios pertencentes a Associação dos Municípios do Sul do Paraná (Amsulpar) e Porto União no estado catarinense.

No dia mundial do doador não houve nenhuma atividade diferente por conta da pandemia, mas para o dia Nacional do Doador de Sangue comemorado no dia 25 de novembro, se as coisas já estiveram dentro da normalidade deve ser realizado a tradicional comemoração. “Sempre neste dia chamamos os doadores para fazer uma homenagem e entregar de lembranças. Esperamos que seja possível nesse ano, mas por enquanto, não temos nada confirmado por conta da pandemia”, completa.

QUEM PODE DOAR SANGUE

Em 2012, o Ministério da Saúde reduziu a idade mínima de 18 para 16 anos (com autorização do responsável) e ampliou a idade máxima de 67 para 69 anos. O doador deve pesar no mínimo 50 quilos e estar em bom estado de saúde geral. Outras recomendações necessárias são: estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. A frequência máxima de doações é de 4 doações anuais para o homem e de 3 doações anuais para a mulher. O intervalo mínimo deve ser de 2 meses para os homens e de 3 meses para as mulheres;

HEMORREDE

A rede de sangue e hemoderivados (Hemorrede) do Brasil possui mais de duas mil unidades de serviços de hemoterapia (coleta, hemocentros, hemonúcleos, unidades de coleta e transfusão, agências transfusionais) pelo SUS.

Em 2019, o Ministério da Saúde investiu R$ 19,6 milhões na Hemorrede. Os recursos foram destinados ao fortalecimento da rede nacional para a modernização das unidades, qualificação dos profissionais e processos de produção, além do fornecimento de medicamentos de alto custo a pacientes.

AÇÃO COM FACEBOOK

Para tentar contornar a crise de abastecimento nos estoques de sangue, a partir desta semana, todos os Hemocentros Coordenadores do Brasil (aqueles que abastecem a rede pública de saúde), passarão a contar com a ferramenta de doações de sangue do Facebook. Usando a ferramenta, os Hemocentros conseguem notificar pessoas próximas que sejam cadastradas como doadoras de sangue no Facebook – hoje, já são cerca de 10 milhões de doadores cadastrados no país.

O objetivo desse trabalho conjunto do Ministério da Saúde com o Facebook é colaborar para a manutenção estável dos estoques de sangue nos bancos, que é um dos maiores desafios neste momento, segundo a Coordenação de Sangue e Hemoderivados do Ministério.

“O que a ferramenta faz é dar aos Hemocentros a possibilidade de recrutar voluntários para doação de forma simplificada e constante, de acordo com a necessidade específica de cada um deles. Nossa intenção é ajudar para que, de um lado, as pessoas sintam-se seguras para doar sangue, e, de outro, os bancos consigam se conectar a doadores próximos e manter seus estoques estáveis,” explica Renata Gimenez, gerente de Parcerias para Impacto Social do Facebook. Para cadastrar-se como doador de sangue no Facebook, basta acessar o endereço facebook.com/doesangue.

Usando seu dispositivo móvel também é possível acessar o menu do Facebook e então clicar em “Doações de Sangue”.

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