Pandemia: Carnaval sem folga esse ano

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Apesar da vacina contra o Covid-19 estar sendo aplicadas nos profissionais de saúde e da linha de frente ao combate ao vírus, a população em geral deve ser vacinada até o final do ano e assim todos ficarem imunizados. Enquanto não há essa imunização alguns eventos estão sendo cancelados. É o caso do Carnaval, símbolo do País, onde há a frase onde diz que o ano só começa no Brasil após o carnaval. E esse ano de 2021 não teremos o carnaval no País e nem os famosos desfiles de escolas de sambas, mais conhecidos nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

Sem carnaval, a folga que para muitos começavam na sexta-feira e ia até a quarta-feira de cinzas também não vai ter. Os governos dos estados e municipais cancelaram os pontos facultativos e decretaram dias de trabalhos normais.

Foi o caso de Santa Catarina e Paraná onde os governadores anunciaram essa semana a suspensão dos decretos de feriados de carnaval.  O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, determinou a suspensão do ponto facultativo no período de Carnaval. Com a medida, todos os serviços da administração direta, autarquias e fundações do Poder Executivo estadual serão mantidos.

“Não é momento para pararmos. Os catarinenses precisam de todo o apoio e assistência do Governo do Estado. Apesar de só valer para os servidores estaduais, a intenção também é desestimular aglomerações e festas clandestinas de uma forma geral em Santa Catarina. Afinal, ainda estamos enfrentando a pandemia e precisamos evitar o contágio pelo vírus no Estado”, afirmou o governador.

A decisão foi publicada no Diário Oficial (DOE) de sexta-feira, 29, por meio do Decreto nº 1.124/2021. Até então, estavam previstos pontos facultativos para os dias 15 e 16 e até as 14h do dia 17 de fevereiro. Apenas os serviços essenciais continuariam funcionando.

Com o mesmo objetivo de evitar o contágio pelo novo coronavírus, o governador Carlos Moisés já havia cancelado o ponto facultativo em outra ocasião. Em dezembro do ano passado, determinou a não interrupção das atividades do Governo do Estado entre o Natal e o Réveillon. Ele lembra que os municípios e o Governo Federal estabelecem seus próprios calendários.

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, confirmou também que o Governo do Paraná vai cancelar o ponto facultativo do Carnaval deste ano para todo o Poder Executivo.

A decisão foi tomada como forma de conter o avanço do coronavírus no Estado. De acordo com o governador, o objetivo é desestimular viagens e eventos que possam causar aglomeração, comuns durante o período de Carnaval.

O Governo vai oficializar a decisão com a publicação de um novo decreto. O texto alterará o Decreto 6.554, publicado em 17 de dezembro, que definiu o calendário de feriados e estabeleceu os dias de recesso e pontos facultativos de 2021.

Com a decisão, todos os órgãos da administração pública estadual direta e indireta terão expediente normal nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro.

Segundo informou a administração municipal em Porto União também não haverá feriado de carnaval e o expediente no município será normal nos dias que seriam o carnaval. União da Vitória ainda não se manifestou sobre o assunto e a assessoria de comunicação não informou se haveria feriado ou não.

O primeiro estado a cancelar o feriado do carnaval foi São Paulo, que tem ao lado do Rio de Janeiro e da Bahia um dos maiores carnavais do mundo. Assim como os outros estados, a justificativa é para impedir o avanço do novo coronavírus. 

Com isso, os trabalhadores de repartições e dos serviços públicos de São Paulo vão ter expediente normal e regular nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro. 

O carnaval é uma data que varia de cidade a cidade do país: em alguns locais é feriado. Em outros, como no estado e na cidade de São Paulo, a data é ponto facultativo.

Cada um dos 645 prefeitos de São Paulo tem a prerrogativa de decidir se vai ou não dar o ponto facultativo no Carnaval. A prefeitura de São Paulo, por sua vez, ainda não definiu se vai ou não conceder o ponto facultativo, mas já havia anunciado, no ano passado, que não haveria festejos nessa data e que adiaria a festa para controle da pandemia . A nova data para o Carnaval na cidade de São Paulo ainda não foi definida.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, além do carnaval em fevereiro também decidiu suspender o carnaval fora de época que havia sido planejado para julho. A criação de um carnaval anual no início do segundo semestre foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e sancionada pelo governador em exercício, Claudio Castro.

A decisão da Prefeitura do Rio de Janeiro foi anunciada no perfil de Eduardo Paes no Twitter. Paes explicou que o carnaval exige uma grande preparação por parte dos órgãos públicos e das agremiações e instituições ligadas ao samba, o que ele não considera possível fazer nesse momento.  “Dessa forma, gostaria de informar que não teremos carnaval no meio do ano em 2021″, disse o prefeito, que completou: “certamente em 2022 poderemos (todos devidamente vacinados) celebrar a vida e nossa cultura com toda a intensidade que merecemos”.

O projeto que prevê a realização anual de um carnaval fora de época em julho foi sancionado na semana passada pelo governo do estado, que ainda não definiu a data da celebração. Na época, o governo esclareceu que a lei visa a estimular o turismo, o lazer e a economia, mas apenas possibilita que o evento seja realizado, o que irá depender das recomendações das autoridades sanitárias.

A celebração foi batizada de CarnaRio e, segundo a lei, a organização deve ser discutida entre a Secretaria de Estado de Cultura, as ligas de Escolas de Samba, agremiações e blocos carnavalescos.

Antes da aprovação da lei, o adiamento do carnaval para julho já havia sido anunciado pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) e por grupos que representam blocos de carnaval tradicionais da cidade. As escolas de samba do grupo especial já haviam sorteado a ordem dos desfiles, que estavam previstos para ocorrer nos dias 11 (domingo) e 12 (segunda) de julho. Apesar disso, o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, havia reiterado, em dezembro, que a vacinação da população contra a covid-19 seria fundamental para a realização do evento.

A Associação de Blocos de Rua do Rio (Sebastiana) divulgou uma nota de apoio à medida, em que afirma “receber com alívio” a decisão do prefeito. A associação representa parte dos blocos tradicionais da zona sul e do centro do Rio, como o Escravos da Mauá, o Carmelitas e o Simpatia é Quase Amor.

“A decisão do prefeito Eduardo Paes vem ao encontro do posicionamento da Sebastiana anunciado anteriormente, que reitera a não realização dos desfiles dos seus blocos em 2021. O retorno dos blocos às ruas só poderá se dar quando houver vacina e imunização de toda a população, condição essa que assegure a segurança de todos”.

A Sebastiana reconhece que a decisão afeta “uma legião de trabalhadores”, mas afirma que a cidade “não tem condições de organizar e financiar a estrutura necessária para um evento do tamanho do carnaval”.

“Para nós, o mais importante nesse momento é o cuidado com as pessoas, o controle da pandemia e o respeito à vida e ao luto das famílias. Além disso, iniciar conversas com as secretarias de cultura tanto da prefeitura quanto do estado para que sejam criados editais de emergenciais de ajuda aos trabalhadores do carnaval”.

30 anos do Sambódromo do Anhembi

Em 2021 o maior local para desfile de escolas de samba do mundo está completando 30 anos, mas a comemoração vai ter que ficar para 2022. Sem carnaval este ano por causa da pandemia do novo coronavírus, o Sambódromo do Anhembi, na capital paulista, comemorou 30 anos de existência no primeiro dia de fevereiro, 1º.

Projetado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer às margens do Rio Tietê, o Sambódromo recebeu o nome de Polo Cultural e Esportivo Grande Otelo, uma homenagem ao ator, comediante e sambista brasileiro. Inaugurado em 1991 e construído junto ao Complexo Anhembi [que engloba também o Pavilhão de Exposições e o Palácio das Convenções], ele passou desde então a receber oficialmente os desfiles das escolas de samba paulistanas, que antes eram realizados na Avenida Tiradentes.

Em dias de apresentação das escolas de samba, o espaço chega a receber mais de 50 mil pessoas, incluindo o público das arquibancadas, camarotes e dos que desfilam pela passarela.

Inicialmente, a arquibancada do Sambódromo tinha capacidade para receber 10 mil pessoas, mas sua capacidade foi aumentada para 30 mil pessoas em 1996. Só a área chamada de Monumental, no setor B, pode receber até 7,7 mil pessoas. O sambódromo tem uma área total de 100 mil metros quadrados, com uma pista de 530 metros de extensão e 14 metros de largura.

Em três décadas, a passarela do samba paulistana já foi palco também de festivais e até disputas esportivas, como o X-Games, um campeonato de esportes radicais, e etapas brasileiras da Fórmula Indy 300. No fim da década de 90, o espaço passou a receber também o tradicional desfile cívico e militar de 7 de Setembro. E sua área de concentração, chamada de Arena Anhembi, já foi palco de shows de Elton John, Kiss, Oasis, Aerosmith, Maroon 5, Bruno Mars, Ivete Sangalo, Wesley Safadão, Luan Santana, Amy Winehouse e Guns N´Roses, entre outros.

No ano passado, a São Paulo Turismo, que administra o sambódromo, transformou o local também em um espaço de lazer aberto ao público, com entrada gratuita. Essa Arena de Lazer, como foi chamada, possui pista de bicicleta, área para corrida e caminhada e até uma exposição sobre o carnaval. Durante a pandemia do novo coronavírus, a Arena de Lazer segue aberta, mas com aferição de temperatura e obrigatoriedade do uso de máscara.

Para celebrar os 30 anos, a São Paulo Turismo fez uma série de lives nas redes sociais, com depoimentos e curiosidades sobre o espaço. A ação ocorre nas redes sociais da SPTuris, AnhembiParque ou Arena Sambódromo. O aniversário também foi celebrado com uma exposição de carros antigos. O Complexo Anhembi, que inclui o sambódromo, está sendo concedido à iniciativa privada. A concessão será pelo prazo de 30 anos.

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