“Onda de calor” da América do Sul não será tão intensa no Paraná, aponta Simepar

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Uma intensa onda de calor e de tempo seco será intensificada no centro-norte da Argentina e o Uruguai entre 10 e 18 de janeiro e deve ocasionar um período de temperaturas bastante elevadas para os países vizinhos, segundo previsões meteorológicas de institutos da América do Sul. Os reflexos também serão sentidos no Rio Grande do Sul e no Paraguai. Nessas regiões, devido à ausência de precipitação causada pelo tempo seco, o ambiente atmosférico será muito favorável para o forte aquecimento atmosférico, persistente por vários dias.

O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) informou na tarde desta segunda-feira, 10, que essa onda prevista para os próximos dias não será intensa no Estado, apesar da probabilidade de tempo mais abafado.

O Paraná continuará a registrar chuvas irregulares, justamente devido ao aquecimento atmosférico e disponibilidade de umidade no ar. Ao longo deste domingo (9), por exemplo, a chuva foi significativa no Oeste e no Noroeste do Estado, com acumulados perto dos 20 mm em vários municípios (Altônia, Palotina e Assis Chateaubriand, por exemplo).

No Paraná, segundo o Simepar, as regiões que serão mais afetadas pelo calor persistente serão os setores que na última semana já registraram temperaturas elevadas, como o Oeste, o Sudoeste, o Norte e o Noroeste. Na metade de janeiro, entre 14 e 18, as regiões Sul, Campos Gerais, Central e Leste (Curitiba e Litoral) também vão registrar temperaturas altas, típicas do verão, mas nada fora da normalidade.

“Mesmo que o Paraná não seja impactado diretamente pela forte onda de calor que está em intensificação nos países vizinhos, devem-se manter os cuidados recomendados pelos órgãos de saúde pública, como o uso de protetor solar, evitar exercícios físicos no período mais crítico do dia, entre 10 e 16h, além de fazer a ingestão de bastante líquido para evitar a desidratação”, afirma o Simepar, em nota.

A Previsão segundo a Simepar para União da Vitória e tempo abafado com pancadas de chuvas na quinta, 13, e sexta-feira, 14, sendo domingo o dia com a maior temperatura, 34°C.

PÓS-FRIO

A notícia de tempo bom espanta o “frio de verão” que tomou conta de parte do Estado no final de semana. Segundo o Simepar, as temperaturas mínimas chegaram a 13,1° C em Palmas, 13,9° C em Guarapuava, 14,4° C em Inácio Martins, 14,6° C em General Carneiro e Cascavel e 16,1° C em Curitiba. Mesmo com o aumento da temperatura, a semana ainda deve ser chuvosa na região Leste, Norte e Noroeste.

Inmet

Segundo o Inmet, em Uruguaiana, na fronteira com a Argentina, a temperatura deve chegar a 42º C na quarta e na quinta-feira (12 e 13). Em Alegrete, no oeste do Rio Grande do Sul, a previsão é que a temperatura passe de 40º C. Pelotas, no sul do estado, pode registrar máxima de 39º C no fim da semana.

Ainda conforme o Inmet, a capital, Porto Alegre, deve registrar temperatura de 38º C na sexta-feira (14). A mesma temperatura é esperada para Santa Maria, município da região central do Rio Grande do Sul.

A Defesa Civil de Porto Alegre alerta que o calor pode se estender até domingo, 16. A previsão é de mínimas partindo de 20ºC e máximas podendo chegar aos 39ºC.  Os índices de radiação ultravioleta atingirão níveis entre 11 e 16, indicando cuidado extremo.

É recomendado que todos que se expuserem ao sol ou a altas temperaturas utilizem roupas frescas, mantenham a  hidratação constante (com água ou sucos), façam refeições leves, evitem exercícios entre as 10 e 16h, utilizem protetores solares, chapéus e óculos escuros com proteção UVA e UVB.

A Defesa Civil e a Comissão Permanente de Atuação em Emergência (Copae), integrada pelos órgãos municipais, estão em alerta e acompanhando as atualizações da previsão do tempo, com equipes prontas para atendimento à população. Em caso de dúvidas e emergências, ligue para a Defesa Civil (199) ou Corpo de Bombeiros (193).

 

Ondas de Calor

A elevação da temperatura global aumentou a exposição de populações vulneráveis a ondas de calor extremo em todas as regiões do mundo. A informação consta de estudo sobre os efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde feito por especialistas de 27 instituições internacionais em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado em 2018.

De acordo com a publicação, o número de pessoas consideradas vulneráveis que foram submetidas a uma onda de calor aumentou em 157 milhões na comparação com 2000 e em 18 milhões comparado a 2016.

As regiões com maior risco são a Europa e o Leste do Mediterrâneo, que tem mais de 40% da população acima de 65 anos, faixa etária mais vulnerável. Já as populações da América do Sul e parte da Ásia estão mais expostas a enchentes e secas.

De acordo com o estudo, são consideradas populações vulneráveis os idosos, principalmente em áreas urbanas; os profissionais que trabalham expostos na agricultura, na área de construção e trabalhadores manuais. Também apresentam maior vulnerabilidade às variações climáticas pessoas que tem condições médicas pré-existentes, como doenças neurológicas, cardiovasculares, pulmonares renais e diabetes.

Os pesquisadores mostram que um dos efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde é o chamado estresse por calor. Os médicos explicam que o corpo humano precisa manter uma temperatura média de 37º para funcionar normalmente. Quando expostos ao calor extremo, os mecanismos de defesa do corpo se alteram, com a dilatação das veias para aumentar o fluxo de sangue e o aumento do suor para equilibrar a temperatura, causando estresse nas funções de alguns órgãos.

Ainda segundo a pesquisa, o calor agrava a poluição do ar e 97% das cidades em países de baixa e média renda não atendem às diretrizes de qualidade do ar da OMS. O relatório destaca também que o aumento da temperatura fora de época aumenta a propagação da cólera e da dengue em áreas endêmicas.

Outro fator do aquecimento global que afeta na questão da saúde é o risco de insegurança alimentar para os mais pobres, uma vez que os indicadores apontam uma tendência de redução no rendimento das colheitas em todas as regiões do mundo.

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