Notícia ruim faz mal para a saúde psicológica

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Cansado de noticiar violência, mortes, corrupção e catástrofes e depois de passar por uma doença no estômago, o jornalista Rinaldo de Oliveira resolveu dar um basta nas “bad news’ e resolveu apostar em um jornalismo positivo que valorizasse as “good news”. Há oito anos, ao lado da esposa também jornalista, ele criou um portal de notícias para valorizar a positividade na rede. “Brincam comigo dizendo que sou o jornalista que trocou a notícia ruim pela notícia boa. Eu adoro essa máxima”, afirma com bom humor. Rinaldo de Oliveira falou sobre sua experiência no programa Impressões, da TV Brasil, que foi ao ar no início do mês.

O portal do qual ele é editor e fundador, o “Só Notícia Boa” já ganhou o mundo. Com 2 milhões de acessos por mês, é lido em 120 países. Além do Brasil que tem 90% das pageviews, Portugal, Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Japão também revelam o gosto pelas notícias boas. “A gente tem que levar esperança para as pessoas por meio da informação, do jornalismo”, diz com entusiasmo. E completa: “O que a gente faz é levar informação positiva para inspirar, para melhorar, para fazer com que as pessoas comecem bem o dia”.

Com 30 anos de profissão investidos no jornalismo de rádio e TV, Rinaldo abandonou a bancada do jornal local da Band em Brasília. Ele relembra o que deixou para trás para investir no sonho de fazer jornalismo positivo. “Quando você apresenta um telejornal durante meia hora, você olha para a uma câmera e fala: assassinato. Olha para a outra câmera e diz: morreu. Era meia hora falando de coisa ruim. Aí eu tive um problema de estômago. Fui parar no médico. E o médico me disse que o meu problema não era físico, eu estava somatizando”, diz o jornalista, apontando o dedo indicador para a sua cabeça. “Era o trabalho. A notícia ruim me fazia mal”, conclui citando uma pesquisa norte-americana que mostra que a notícia ruim faz mal para a saúde psicológica.

Para Rinaldo, tipos de cobertura que envolvem grandes tragédias, podem causar impacto na esperança das pessoas. “Tira a esperança, dá medo. Eu não ouvia falar, há 30 anos, de depressão, síndrome do pânico, tanto suicídio… Eu acho que isso pode estar ligado ao seu hábito, ao que você está consumindo no dia a dia de notícia”.

Para ele a notícia boa “está no sangue das pessoas”. “Houve uma pesquisa, há um tempo, que a gente deu do Facebook (redes sociais), dizendo que o que as pessoas mais gostam de compartilhar é coisa boa, é notícia boa”. Para ele, o mau hábito ao consumir informações pode estar ligado à falta de melhores opções. “Por mais que a gente diga que as pessoas gostam de coisa ruim, que esses programas sangrentos dão audiência… (Eu digo) Alto lá! É porque as pessoas estão acostumadas e não têm alternativa. Por isso elas assistem isso”.

Com a proposta de trilhar um caminho oposto ao das pautas amargas e contribuir para a formação de cidadãos melhores, gentis, solidários e altruístas, os bons resultados vêm surgindo. Só no Instagram, o portal vem ganhando de 500 a mil novos seguidores por dia, segundo Rinaldo. “De tantas coisas ruins que as pessoas veem, elas ficam achando que é o fim do mundo, que ninguém presta mais, que ninguém mais é bom, que ninguém mais ajuda. E não. A gente mostra exatamente o contrário, que tem muita gente boa e muita coisa legal acontecendo neste mundo que não aparece na grande mídia. E por quê? Aí é outra discussão”, pondera Rinaldo. “Mas a gente foca nisso. Então, a gente só fala do bem”.

Há algum tempo, Rinaldo tinha muita dificuldade para achar notícias boas. Atualmente sua maior dificuldade é fazer uma triagem do material que recebe. “Tem a questão da veracidade, porque muita coisa que você encontra na rede social é mentira, ou aconteceu há muitos anos. Então, a gente faz a triagem e depois da triagem vai checar para escrever”.

Em tempos de efervescência nas redes sociais, Rinaldo é cauteloso. “A gente tá vivendo um momento em que as pessoas estão se informando pelo Facebook, pelo Instagram, pelo WhatsApp”. E faz um alerta: “Essa história de fake news é muito perigosa. As pessoas não podem perder o foco e o próprio jornalista também não, de que a gente é muito importante. Porque a informação com credibilidade é da gente. Porque a gente aprendeu a fazer noticiário dessa forma”.

A psicóloga Roberta Veran Strobino Silva fala sobre esses casos de pessoas que acabam vendo, lendo e assistindo apenas notícias ruins. “Na verdade, as pessoas se focam muito nas notícias ruins, sim, o que o Brasil está cheio; porém pode-se sim fazer diferente e poder “filtrar” essas más notícias que corroem a saúde mental do ser humano”, explica.

Para ela tem muitas notícias boas e que vislumbram futuro, empreendedorismo, pessoas, mercado de trabalho tudo relacionado a isso. “Mas a mídia não mostra. Basta nós sabermos filtrar esse tipo de notícia”, completa.

Ela fala sobre as consequências dessas atitudes. “As consequências são em pensar que as coisas ruins podem acontecer com ela também, as famosas “bad news       acarretam alguns tipos de síndromes com pessoas que tem propensão à depressão e as que não o fazem algum acompanhamento psicológico”, afirma.

Para ela a mídia pode sim, tentar trilhar um caminho oposto “com uma coluna produtiva sobre saúde mental, bem como esta, deste famoso jornal para assim as pessoas poderem vislumbrar um outro estilo para sua saúde mental”, exemplifica.

Campanha no Paraná

A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) promoveu uma série de eventos tendo a saúde mental como tema em comum. Na segunda-feira, 18, o Plenarinho recebeu a 1° Jornada sobre Estratégias de Cuidados em Saúde Mental, que ofereceu subsídios para a qualificação de profissionais da área da saúde mental por meio de estratégias de atuação orientada à prevenção, ao desenvolvimento individual e social dos usuários dos serviços.

A proposição é uma parceria entre o deputado Goura (PDT), Escola de Educação em Direitos Humanos (Esedh), da Secretaria de Justiça, Família e Trabalho (Sejuf) e o Núcleo Interdisciplinar de Enfrentamento à Drogadição (NIED/UFPR). “Precisamos falar sobre o aumento nos índices de ansiedade, depressão, suicídio, uso de drogas lícitas e ilícitas. Informações são importantes para juntos encontrarmos caminhos para lidar com os problemas ligados à saúde mental no século XXI”, explica o deputado.

SOBRE O SITE SÓ NOTÍCIA BOA

Uma agência nacional de notícia boa: uma plataforma de jornalismo positivo – com vídeo, áudio e texto – criada para ser uma alternativa para o público, cansado do noticiário violento da grande mídia.

Missão

Desde 2011 fazemos jornalismo positivo para melhorar o dia das pessoas: inspirar, formar caráter, cidadãos melhores, criar uma geração de seres mais gentis, criativos, solidários e altruístas.

Visão

Somos uma plataforma de referência em jornalismo positivo no Brasil para contagiar o maior número de pessoas e servir como fonte para veículos de comunicação.

Filosofia SNB

Disseminamos o bem com notícias boas

Defendemos direitos iguais para todos os seres

Repudiamos qualquer tipo de preconceito

Valorizamos a superação

Incentivamos amor, solidariedade e boas ações

Defendemos a sustentabilidade do planeta

Acreditamos na educação para transformação da sociedade

Defendemos os direitos dos animais

Acreditamos na ousadia, no empreendedorismo, na força das pessoas

Não temos ligações políticas

Não temos ligações religiosas

Slogan

“Só Notícia Boa- jornalismo que te faz bem”

O SóNotíciaBoa é uma empresa que faz jornalismo positivo com várias plataformas de comunicação: portal, canal no Youtube, programa ao vivo no Facebook e programa de rádio – para melhorar o dia das pessoas. No ar desde 2011, o trabalho é feito através do portal, das mídias sociais, de nosso canal no Youtube e de vários projetos/parcerias com empresas públicas, privadas e do terceiro setor. Com 8 jornalistas, sendo 3 em Brasília, 3 em São Paulo, 1 nos EUA e 1 na Europa, com 30% do conteúdo é exclusivo. É uma referência em “notícia boa” no Brasil com pautas conferidas, reescritas e adequadas ao nosso público.

Desde 2014 o portal é acessível a pessoas com dificuldades visuais e auditivas. Foi pioneiro no jornalismo com acessibilidade graças à parceria com o Rybená, que faz a adaptação do nosso conteúdo online.

EQUILIBRAR A MÍDIA

Criado em 2011, em Brasília/DF, o site consolidou-se como o portal brasileiro de informações positivas. Aqui tem notícias boas de todas as áreas: Boas Ações, Brasil, Entretenimento, Mundo, Negócios, Saúde, Sustentável, Tecnologia, Turismo & Gastronomia, mais PodCast e Vídeos. “Nós viemos para equilibrar a mídia. Pra ser uma opção para quem deseja notícias positivas. Se tem espaço para notícia ruim, tem que ter espaço para notícia boa. E o nossa empresa é essa alternativa”.

HISTÓRIA

Em 2009, cansado de dar notícias de violência na TV, o jornalista Rinaldo de Oliveira criou um pequeno blog, despretensioso, para falar de coisas boas, que deu origem ao site SóNotíciaBoa.

Em 2010, o jornalista – na época repórter e apresentador de TV – descobriu que sua filha não o assistia no telejornal local apresentava na TV Band-Brasília (2008 – 2015).

Ele questionou. Perguntou se ela não gostava do papai. Lorena, na época com 10 anos, respondeu: “Papai eu te amo, mas o seu jornal só dá notícia de gente que mata, que morre, que maltrata os bichinhos e crianças. E eu gosto só de notícia boa!”. Surgiu ali a ideia do nome “SóNotíciaBoa”. No ano seguinte, em 2011, o portal foi inaugurado. Em 2015 o portal foi totalmente reformulado, criamos o podcast SNB, programa de rádio que leva as principais notícias boas da semana para os ouvintes. Em 2016 criaram o canal SóNotíciaBoa no Youtube.

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