Os produtores que decidiram investir na plantação de grãos já recebem em torno de R$ 77 pela saca de soja e R$ 35 pela saca de milho – os maiores preços desde dezembro de 2016. Principal insumo para abastecer as cadeias produtivas de carnes, o milho é o grão de ouro de Santa Catarina. Com um consumo de 6 milhões de toneladas por ano e uma produção que gira em torno de 3 milhões de toneladas, Santa Catarina é o maior importador de milho do país.
Se de um lado as agroindústrias, suinocultores e avicultores pagam mais caro pelo grão, do outro, os produtores de milho comemoram a alta nos preços. O cenário da produção de milho no país é complexo, e fatores como o crescimento das exportações brasileiras de grãos, o milho destinado à fabricação de etanol e a perda de área plantada na safra de verão levaram os preços do insumo aos maiores patamares desde 2016. “No setor produtivo de proteína animal, produtores e consumidores de grãos devem formar uma parceria que se fortaleça quando existe rentabilidade para ambos”, ressalta o secretário da Agricultura e da Pesca, Airton Spies.
Os preços de hoje costumam interferir também na próxima safra de milho. Normalmente, em anos em que o preço é baixo, como foi em 2017, os produtores acabam não investindo na produção de milho e buscando culturas mais rentáveis – o que diminui a oferta do grão no país. E foi justamente isso que aconteceu em Santa Catarina. Esta safra tem uma área plantada 14,4% menor e a produção deve cair 20,5% em relação ao ano anterior.