Muitas etapas dos processos industriais envolvem a medição de objetos durante a produção. Nas madeireiras, um exemplo é a medição do diâmetro de uma tora de madeira, após a remoção da casca da árvore, para o corte das lâminas. É para este setor e similares que Vanessa Rocha da Silva e Thomas Cordeiro Paulo, do 4º módulo do curso superior de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Câmpus Canoinhas do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), estão desenvolvendo um projeto de medição de baixo custo. Batizado de Mopi, o projeto está entre os quinze finalistas do Desafio IFSC de Ideias Inovadoras, que vai conhecer o vencedor nesta semana, durante o Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação do IFSC (Sepei), que acontece no Câmpus Florianópolis-Continente, de 18 a 20 de setembro.
“Em várias indústrias, este processo é realizado de maneira manual, pois as soluções existentes para automação da medição possuem custos elevados. A medição manual implica em erros e consequente diminuição da produtividade e dos lucros. Propomos uma ferramenta de baixo custo para automação da medição do diâmetro, comprimento e altura de objetos durante o processo de produção”, conta Vanessa, que trabalha no ramo de madeireira há três anos.
“Com o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, aprendemos muito sobre ter visões de automação de processos. Encontramos, então, uma possibilidade de automatizar mais uma função da fábrica”, justifica a estudante. Ela faz questão de lembrar o apoio que recebem da empresa em que trabalha, que deu livre acesso aos dois estudantes para as pesquisas e, quando for necessário, para os futuros testes. “Este apoio está sendo fundamental para o desenvolvimento do projeto.”
Segundo Thomas, a ferramenta funcionará da seguinte forma: uma câmera com foco a laser será instalada em local próximo de onde transitam os objetos que se quer medir; e, sabendo a distância (dada pelo reflexo do laser), um software processará a imagem da câmera e calculará as medidas que se quer obter. “O processo automatizado vai agilizar o trabalho, garantir confiabilidade e diminuir os custos do processo”, assegura Thomas.
Eles contam que a câmera necessária já está disponível em vários celulares, por exemplo, o que viabiliza a criação de um produto de baixo custo e também a utilização dos próprios celulares para realização do processamento. “Para os experimentos, vamos trabalhar no desenvolvimento do software que rodará em conjunto com a câmera/celular, do software que gerará o relatório dos dados capturados e de mecanismos para estabilização da imagem”, explicam.
A orientação do projeto é do professor do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Lucas Bueno, que aposta no desenvolvimento de startups como geradoras de modelos de negócios mais atraentes, baseadas no compartilhamento e na personalização de produtos. “A participação dos alunos em projetos de pesquisa e inovação estimula o protagonismo e o trabalho em equipe, os aproxima do IFSC e da comunidade e faz uma importante conexão do meio acadêmico com a indústria”, enfatiza.
O entusiasmo do professor é compartilhado pelos estudantes. “Está sendo uma experiência enriquecedora para a nossa carreira profissional e acadêmica. Entrando em contato com materiais e propostas diferentes, estamos aprendendo novas formas de olhar para a nossa ideia e fazer dela um negócio”, comemoram Vanessa e Thomas.