Começa hoje a Campanha Nacional de Multivacinação de 2021

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Manter a vacinação de crianças e adolescentes em dia é um compromisso do Governo Federal e os pais e responsáveis têm papel fundamental nessa missão. Pensando nisso, o Ministério da Saúde lançou, ontem, 30, a Campanha Nacional de Multivacinação de 2021. O objetivo é atualizar a caderneta de vacinas de crianças e adolescentes menores de 15 anos (14 anos 11 meses e 29 dias).

Com dia “D” marcado para o dia 16 de outubro, a Campanha será realizada de 1º a 29 de outubro de 2021. Cerca de 45 mil postos de vacinação estarão abertos para disponibilizar as doses dos 18 agentes imunizantes que compõem o Calendário Nacional de Vacinação da criança e do adolescente.

Durante a cerimônia de lançamento, o ministro da Saúde substituto, Rodrigo Cruz, ressaltou que a campanha será um sucesso, já que os brasileiros têm uma cultura de vacinação.

“Na vacinação da Covid-19, por exemplo, temos mais de 90% da população adulta com a primeira dose, e estamos chegando perto do patamar de 60% da população vacinável com as duas doses. Isso mostra que o brasileiro tem, sim, cultura vacinal. E a gente espera que, ao longo desses 30 dias, isso seja comprovado. O objetivo dessa imunização, como o secretário Arnaldo colocou muito bem, é evitar que algumas doenças que já estão erradicadas voltem, e mais do que isso: proteger a vida dessas crianças. As crianças são o futuro do nosso país”, ressaltou o ministro.

Dentre as vacinas que estarão disponíveis nos postos na campanha estão: BCG, Hepatite A e B, Penta (DTP/Hib/Hep B), Pneumocócica 10 valente, VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VRH (Vacina Rotavírus Humano), Meningocócica C (conjugada), VOP (Vacina Oral Poliomielite), Febre amarela, Tríplice viral (Sarampo, rubéola, caxumba), Tetraviral (Sarampo, rubéola, caxumba, varicela), DTP (tríplice bacteriana), Varicela e HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano).

Embora o Sistema Único de Saúde (SUS) oferte imunizantes contra todas essas enfermidades, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, alertou para a queda da cobertura vacinal nos últimos anos. “Percebemos que desde 2015 a cobertura vacinal no Brasil vem diminuindo – reflexo do próprio processo pandêmico nos últimos dois anos. Precisamos melhorar esta cobertura. Ampliar a cobertura vacinal e proteger a população é uma prioridade do Governo Federal. Manter a vacinação em dia é também um dever dos pais e responsáveis. Leve seu filho, sua criança e adolescente”, conclamou o secretário.

Estarão disponíveis para atualização da caderneta de adolescentes as vacinas HPV, dT (dupla adulto), Febre amarela, Tríplice viral, Hepatite B, dTpa e Meningocócica ACWY (conjugada).

Exemplo para o mundo

A atualização da situação vacinal aumenta a proteção contra as doenças imunopreveníveis, evitando a ocorrência de surtos e hospitalizações, sequelas, tratamentos de reabilitação e óbitos. A mobilização nacional é uma estratégia adotada pelo Ministério da Saúde e é realizada com sucesso desde 1980. A campanha acontecerá em todo o território nacional, com absoluta transparência e segurança.

“A vacinação é a intervenção mais custo efetiva de saúde pública que nós temos. É segura. Salva vidas. É preventiva. Essa campanha de multivacinação que o Brasil está fazendo é um exemplo para nossa região, para o mundo, de que nós podemos fazer diferente”, destacou a representante da Organização Pan-Americana da Saúde/OPAS/OMS no Brasil, Socorro Gross, na cerimônia de lançamento da campanha.

O secretário da Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara, destacou que a efetividade da campanha depende da união de todos – União, estados, municípios – e que a participação da mídia é fundamental na divulgação. “Estamos falando de vacinas com altíssima eficácia. As vacinas do sarampo e varíola, por exemplo, têm efetividade de praticamente 100%. Temos que vacinar”, frisou o secretário.

Todas as vacinas, que integram o Programa Nacional de Imunizações (PNI), são seguras e estão registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os dados preliminares das doses aplicadas serão divulgados no LocalizaSUS.

Eles, no entanto, manifestaram também preocupação com a queda nos índices de vacinação que vêm sendo observados desde 2015. Segundo eles, em parte isso é explicado pela disseminação de notícias falsas (fake news) e pela atuação de grupos antivacinas.

De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Arnaldo Medeiros, a campanha deste ano é “mais relevante” porque o governo vem identificando, desde 2015, uma “tendência de queda nos índices de vacinação”. Segundo ele, essa queda tem, entre suas causas, o “desconhecimento sobre a importância da vacina, as fake news, os grupos antivacinas e o medo de eventos adversos”. Aponta também como causa os horários de funcionamento das unidades de saúde que, às vezes, são incompatíveis com as novas rotinas da população.

Preocupação similar manifestou o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Wilames Freire. “A campanha publicitária é importante e urgente, porque temos de combater de forma dura as fake news e o movimento antivacina que vem estimulando a população a não procurar a vacina e, assim, ficar desprotegida”.

Segundo o ministro, que substitui Marcelo Queiroga, ainda em isolamento após diagnóstico de covid-19, o governo já trabalha com a possibilidade de ampliar o período inicial previsto para a Campanha Nacional de Multivacinação. “Sabemos que haverá mais tempo disponível porque o Brasil é muito grande, e que existem realidades diferentes no país”, antecipou.

Em Santa Catarina

O principal objetivo do governo de Santa Catarina é resgatar crianças e adolescentes que, por algum motivo, não tomaram vacinas que fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação. O Dia D de divulgação e mobilização estadual será em 16 de outubro, terceiro sábado do mês.

O diretor da Dive, João Augusto Brancher Fuck, ressalta que a adesão a essa Campanha é de extrema importância para que o Estado aumente as coberturas vacinais e reduza, cada vez mais, a incidência de doenças preveníveis com a vacinação. “Temos identificado que a procura pelas vacinas de rotina tem sofrido uma queda ao longo dos anos devido a fatores como fake news, falsa sensação de segurança causada pela diminuição das doenças imunopreveníveis, entre outros. No entanto, a pandemia fez com que essa procura diminuísse ainda mais. Isso nos preocupa porque baixas coberturas vacinais permitem que doenças já controladas ou erradicadas retornem ao nosso convívio”, avalia o diretor.

Coberturas vacinais em crianças menores de 1 ano e 1 ano de idade estão em queda:

A chefe da divisão de imunização da Dive, Chaiane Natividade de Souza Gonçalves, ressalta que pais e/ou responsáveis que forem levar as crianças e os adolescentes aos locais de vacinação devem ter em mãos a caderneta. “Com ela em mãos, os profissionais podem avaliar se existe alguma vacina que a criança ou o adolescente já deveria ter recebido e ainda não recebeu e fazer a aplicação, garantindo a proteção’’, explica.

Preocupação com o sarampo

Recomenda-se uma atenção especial às vacinas que protegem contra o sarampo. Isso porque a circulação do vírus foi interrompida em 2000, mas devido às baixas coberturas vacinais, Santa Catarina voltou a registrar surto ativo de sarampo em julho de 2019 e que só foi encerrado em setembro de 2020, graças ao trabalho das equipes em vigilância em saúde de toda a rede estadual, municipal, equipes de vacinação, equipes de laboratório e também a grande participação da população que aderiu à vacinação do sarampo.

As vacinas que protegem contra a doença são a tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola) e a tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). A tríplice viral deve ser administrada aos 12 meses e a tetra viral aos 15 meses. Crianças que não tomaram as doses nas idades adequadas devem tomar as vacinas posteriormente. Pessoas com idade entre 12 meses e 29 anos precisam tomar duas doses ao longo da vida.

Cuidados com o coronavírus

A Secretaria de Saúde de Santa Catarina recomenda que os municípios adotem medidas de proteção para diminuir o risco de contágio da doença tanto entre os trabalhadores da saúde quanto na população, como:

vacinar em áreas bem ventiladas e desinfetadas com frequência;

disponibilizar álcool gel para higienização das mãos

limitar o número de familiares que acompanham a criança/adolescente que será vacinada a, no máximo, 1 acompanhante;

evitar aglomerações na sala de espera;

realizar triagem de pessoas que apresentam sintomas respiratórios antes da entrada na sala de vacinação, para evitar a propagação da Covid-19;

Veja aqui a apresentação sobre os dados de vacinação.

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