Panorama de Mercado
No Brasil
Copom Mantém Selic em 10,50%
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu manter a taxa Selic em 10,50%, encerrando temporariamente o ciclo de cortes nos juros. A decisão, tomada por unanimidade, reflete a preocupação do Comitê em atingir a meta de inflação. Em comunicado, o Copom destacou o cenário global incerto e a resiliência da atividade econômica doméstica, além da elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, como motivos para a manutenção da taxa. O Comitê indicou que a política monetária continuará contracionista pelo tempo necessário para consolidar o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas inflacionárias.
Essa decisão está alinhada com as previsões de manutenção da Selic em 10,50% até o final de 2025.
Revisão de Gastos Públicos em Discussão
O Presidente Lula se reuniu com os Ministros da Junta de Execução Orçamentária para discutir a revisão de gastos públicos diante das incertezas fiscais e da alta do dólar. O governo considera cortes de despesas que não afetem a população mais pobre e mantém o compromisso com os pisos constitucionais de saúde e educação. Entre as medidas em estudo estão o contingenciamento de despesas e a revisão de cadastros de benefícios assistenciais. A equipe econômica também avalia Propostas de Emenda à Constituição (PEC) para ampliar a Desvinculação de Receitas da União (DRU), visando maior flexibilidade orçamentária. A DRU pode dar mais espaço ao governo para realocar despesas nos próximos anos, sem alterar o cenário de déficit fiscal de 0,6% do PIB previsto para 2024.
STF e a Reforma da Previdência
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para derrubar partes da Reforma da Previdência de 2019, incluindo alíquotas progressivas no RPPS, contribuição extraordinária para custeio da previdência e nulidade de aposentadorias sem contribuição ao regime geral. A revisão das alíquotas progressivas, que varia de acordo com a faixa salarial, é uma preocupação do governo, pois busca tornar o sistema mais justo. Caso todos os pedidos sejam acatados pelo STF, o impacto fiscal total seria de R$ 497,9 bilhões.
Cenário Internacional
Fed nos EUA Monitora Inflação
Nos Estados Unidos, diretores do Federal Reserve (Fed) aguardam mais sinais de alívio na inflação. Austan Goolsbee, Presidente do Fed de Chicago, considerou os dados recentes “excelentes”, enquanto Lorie Logan, do Fed de Dallas, alertou que são necessários mais meses de dados positivos para confirmar a trajetória para 2% de inflação. John Williams, do Fed de Nova Iorque, projeta que os juros podem cair gradualmente nos próximos dois anos. A expectativa é que o Fed inicie cortes na taxa básica de juros em dezembro, com possibilidade de antecipação para setembro se a inflação continuar a arrefecer.
Inflação e Salários na Zona do Euro
A inflação ao consumidor na zona do euro subiu 0,2% em maio comparado a abril, e o núcleo de inflação acumulado em 12 meses subiu para 2,9%. Os salários na região cresceram 5,3% no primeiro trimestre de 2024, o maior ritmo desde o último trimestre de 2022, preocupando o Banco Central Europeu (BCE) devido à pressão inflacionária nos serviços. O BCE deve manter as taxas de juros inalteradas na reunião de julho, após iniciar a flexibilização monetária em junho, com projeção de três cortes de 0,25 p.p. até o final do ano.
Decisões de Bancos Centrais na China e Reino Unido
O Banco Popular da China manteve suas taxas de juros de referência, com a taxa de empréstimos de 1 ano em 3,45% e a de 5 anos em 3,95%, refletindo dificuldades para cumprir a meta de crescimento de 5% em 2024. No Reino Unido, o Banco da Inglaterra manteve a taxa de juros em 5,25%, com sinais de possível redução futura. O comunicado pós-reunião destacou uma visão otimista sobre o cenário econômico, com dados de atividade mais fortes e inflação moderada, sugerindo início de afrouxamento monetário em agosto.
PMIs na Europa e EUA
Os PMIs, que medem as condições econômicas, mostraram sinais distintos entre Europa e EUA. Na zona do euro, o índice industrial caiu para 45,6 e o de serviços para 52,6, com destaque negativo para a Alemanha. Nos EUA, os índices industriais (51,7) e de serviços (55,1) superaram as expectativas, indicando expansão da atividade. Os dados reforçam as abordagens distintas dos bancos centrais: cortes de juros na Europa e compasso de espera nos EUA.
Bolsas
O Ibovespa fechou a semana em alta de 1,4% em reais e 0,1% em dólares, aos 121.341 pontos. Globalmente, dados econômicos fracos nos EUA aumentaram a probabilidade de cortes de juros pelo Fed. No Brasil, o foco esteve na decisão do Copom de manter a Selic em 10,50%. O principal destaque positivo foi BRF, com alta de 10,3%, enquanto a Azul teve a maior queda, de 15,8%, devido à alta do dólar e do preço do Petróleo Brent.
FONTE: https://conteudos.xpi.com.br/economia/economia-em-destaque-copom-mantem-a-taxa-selic-em-1050/
https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/resumo-semanal-da-bolsa-ibovespa-registra-a-primeira-alta-semanal-de-junho-retornando-ao-patamar-acima-do-120-mil-pontos/
Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
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