Dezembro Laranja alerta para a prevenção do câncer de pele

456 views
13 mins leitura

Promover as ações de prevenção do câncer de pele e a maior atenção das pessoas para os perigos da exposição excessiva ao sol, principalmente no período de verão. Foi com este intuito que Assembleia Legislativa do Paraná, através de uma proposição do deputado Anibelli Neto (MDB), debateu e aprovou a lei 18.829/2016, que cria a Campanha Dezembro Laranja. A legislação estabelece que todos os anos, neste mês, sejam promovidas ações preventivas e que ajudem no diagnóstico precoce da doença.

“É um momento muito importante quando chega dezembro para relembrar a importância de se combater o câncer de pele. Hoje se somarmos os casos no Brasil de câncer de próstata e de mama não chega aos números de casos de câncer de pele”, alertou o deputado Anibelli. “O mês de dezembro marca o início do verão e é importante que as instituições e também a Assembleia façam esse alerta para que possamos juntos trabalhar pela importância do combate ao câncer de pele”, completou.

Na quarta-feira, 1º como parte das ações do Dezembro Laranja, o grande expediente da sessão plenária foi utilizado pela médica Paula Xavier da Silva Schiavon, presidente da Regional Paraná da Sociedade Brasileira de Dermatologia”, e em apoio a Campanha, a Assembleia Legislativa do Paraná estará iluminada na cor laranja durante todo o mês.

Dezembro Laranja

A lei determina que a Campanha Dezembro Laranja desenvolva e divulgue informações importantes sobre o câncer de pele, como a realização de exames para o diagnóstico, visitas periódicas ao médico, sintomas, tratamentos e tipos específicos da doença. Além disso, a legislação estimula órgãos da administração pública, empresas e entidades de classe a se engajar no Dezembro Laranja, com ações educativas e preventivas.

Ainda durante a Campanha Dezembro Laranja cinemas de todo o Paraná exibem antes da sessão principal filmes publicitários informativos sobre a conscientização, divulgação e ações de combate ao câncer de pele.

Na própria Assembleia Legislativa, ao longo do mês de dezembro, ocorre uma série de eventos, como audiências públicas, sessões solenes e exposições para abordar o câncer de pele. Nestes encontros, dermatologistas e oncologistas falam sobre as medidas de prevenção e de combate à doença.

Sobre o câncer da pele

Este tipo de câncer é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. Existem diferentes tipos de câncer da pele que podem se manifestar de formas distintas, sendo os mais comuns denominados carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular – chamados de câncer não melanoma – e que apresentam altos percentuais de cura se diagnosticados e tratados precocemente. Um terceiro tipo, o melanoma, apesar de não ser o mais incidente, é o mais agressivo e potencialmente letal. Quando descoberta no início, a doença tem mais de 90% de chance de cura.

Números

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), os números de câncer de pele no Brasil são preocupantes. A doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país. O Inca aponta que, em 2020, foram registrados 8,5 mil novos casos.

Entre os principais sintomas que devem ser observados estão manchas, pintas ou lesões na pele que sangram com facilidade ou não cicatrizam, com textura, mudança de coloração e bordas irregulares, crescimento significativo.

Os sintomas podem variar para cada paciente, por isso a importância de conhecer bem a própria pele e procurar orientação médica ao primeiro sinal de alteração.

Proteção

As recomendações básicas incluem a adoção de medidas fotoprotetoras, como evitar os horários de maior incidência solar (das 9h às 15h); utilizar chapéus de abas largas, óculos de sol com proteção UV e roupas que cubram boa parte do corpo; procurar locais de sombra, bem como manter uma boa hidratação corporal. A sociedade médica também orienta para o uso diário de protetor solar com fator de proteção de no mínimo 30, que deve ser reaplicado a intervalos de duas a três horas, ou após longos períodos de imersão na água.

INCA lança estimativas de casos novos de câncer para o triênio 2020-2022

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) lançou ano passado as estimativas de casos novos da doença, Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil é que é válida como projeção para três anos (2020-2022). Esta opção é justificada pela disponibilidade de informações mais confiáveis, obtidas dos registros de incidência e mortalidade. Com isto, também foi possível estimar os casos novos de câncer infantojuvenil por estados, o que é uma importante informação contida nas estimativas. A projeção é que para cada ano ocorram, no total, aproximadamente 625 mil casos novos de câncer (450 mil, sem considerar os casos de câncer de pele não melanoma).

De acordo com a publicação, os casos de câncer infantojuvenil esperados para o Brasil para cada ano do triênio, serão 8.460, sendo 4.310 para o sexo masculino e 4.150 para o sexo feminino. É possível apontar ainda que o risco de câncer infantojuvenil será maior na Região Sul, seguido pelas Regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte. A inclusão dos números de câncer infantojuvenil por estado é um avanço importante, explica Ana Cristina Pinho, Diretora-Geral do INCA. “Essa evolução pode auxiliar no aprimoramento das ações de saúde pública e controle da doença neste público específico”, destaca Ana. Atualmente, é possível afirmar que, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos pelo câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.

Segundo a Tecnologista do INCA Marceli Santos, que está à frente das análises, é possível identificar uma significativa melhora tanto na qualidade das informações dos registros de câncer, quanto na ampliação da série histórica disponível sobre o tema. “Isso possibilitou a incorporação de modelos estatísticos mais sofisticados para a elaboração da estimativa, resultando em uma análise mais aprimorada da realidade. Em alguns casos, como no do câncer infantojuvenil, fazíamos a projeção baseada num índice global, no entanto, agora podemos utilizar as informações dos registros de câncer como alicerce para trabalharmos com uma informação mais qualificada, para o cálculo da estimativa por estado”, destaca ela.

A publicação mostra que no Brasil, o câncer de pele não melanoma permanece como o mais incidente na população (177 mil casos novos), seguido pelos cânceres de mama e próstata (66 mil cada), cólon e reto (41 mil), traqueia, brônquio e pulmão (30 mil) e estômago (21 mil). A estimativa mundial do ano de 2018, apontou que ocorreram no mundo 18 milhões de casos novos de câncer (17 milhões sem contar os casos de câncer de pele não melanoma) e 9,6 milhões de óbitos (9,5 milhões excluindo os cânceres de pele não melanoma). O câncer de pulmão é o mais incidente no mundo (2,1 milhões) seguido pelo câncer de mama (cerca de 2,1 milhões), cólon e reto (1,8 milhão) e próstata (1,3 milhão).

Ainda que já se observe no país um declínio dos tipos de câncer associados a condições socioeconômicas desfavoráveis, em algumas regiões do Brasil, este perfil persiste. É o caso do câncer de colo de útero que aparece em destaque na Região Norte do país. Enquanto no Brasil este tipo da doença está em terceiro lugar na incidência entre mulheres (excetuando-se os casos de câncer de pele não melanoma), na Região Norte ele se destaca como o segundo mais incidente no gênero, atrás apenas do câncer de mama.

O INCA ressalta que aproximadamente um terço dos casos novos poderiam ser evitados pela redução ou mesmo a eliminação de fatores de risco ambientais e os relacionados à hábitos de vida. “É importante tratar a dependência do tabaco. O tabagismo é um fator determinante para o câncer. Também é recomendável controlar o peso corporal, já que a obesidade está relacionada ao surgimento da doença. Além disso, preferir a ingestão de alimentos frescos como frutas, vegetais e hortaliças, evitar os ultraprocessados e a excessiva exposição ao sol. A atividade física é outra aliada na prevenção. Ações do cotidiano podem aumentar nossa longevidade e prevenir a ocorrência do câncer”, frisa Ana Cristina Pinho, Diretora-Geral do Instituto.

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

Publicação anterior

Dezembro vermelho: Saúde alerta para a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento contra o HIV/Aids

Próxima publicação

Vacinação contra Covid-19: a importância da segunda dose