A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Paraná alerta para o risco de aumento de casos de leptospirose em áreas litorâneas, urbanas e rurais devido ao período intenso de chuvas nesta temporada. A doença é causada pela bactéria leptospira, presente na urina principalmente de ratos, que com as chuvas, se misturam à água de valetas, lama, lagoas, cavas e até mesmo nos locais com formação de enchentes.
Uma média dos últimos cinco anos aponta que 49% dos casos confirmados de leptospirose ocorreram no primeiro trimestre, onde existe o aumento da ocorrência das chuvas.
“De 2015 a 2019 foram confirmados 1.866 casos de leptospirose no Paraná. A Sesa realiza constantemente capacitações e reuniões com as Regionais de Saúde levando informações e orientações aos profissionais da área para que a população possa receber o melhor atendimento possível”, afirmou a enfermeira da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações (DVVZI), Tatiane Brites Dombroski.
CONTAMINAÇÃO
A infecção humana resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados (roedores, caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos, caprinos e eventualmente mamíferos silvestres). A penetração da bactéria ocorre através da pele com pequenos ferimentos ou lesões, da pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou através das mucosas.
A leptospirose pode ser adquirida tanto em áreas urbanas como nas áreas rurais, principalmente nas atividades relacionadas ao manejo e alimentação de animais de produção e na limpeza dos locais com maquinários e armazenamento de grãos/ração/silagem.
DIAGNÓSTICO
Após a infecção, o período de incubação da doença é em média de 7 a 14 dias após o contato com a água contaminada. A doença só poderá ser confirmada com a realização de exames laboratoriais (realizados pelo Laboratório Central do Estado), uma semana após o início dos sintomas. Embora 90% dos casos tenham evolução benigna, a doença pode levar a morte se não for tratada de modo correto e precocemente.
SINTOMAS
Os primeiros sintomas da doença são: febre alta, mal-estar, dores de cabeça constantes e intensas, dores pelo corpo, principalmente na panturrilha, cansaço e calafrios. Dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia e desidratação também são sintomas frequentes.
CONTROLE DE ROEDORES
Orientações técnicas sobre controle de roedores pode ser obtidas nas Vigilâncias Sanitárias Municipais de todo o Estado ou nas Unidades de Vigilância de Zoonoses (Araucária, Curitiba, Pinhais, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu e Maringá).
ATENÇÃO
A população deve ficar alerta e não utilizar como medida de controle dos roedores, produtos químicos (raticidas, agrotóxicos e outros) sem a devida orientação técnica de profissional habilitado. Este procedimento pode acarretar em envenenamento de crianças e de animais domésticos e não alcançar o objetivo inicial de eliminar os roedores.
Cuidados importantes antes e depois de enchentes:
• Não jogar lixo ou objetos nos rios e bueiros. Isso represa as águas e com a chuva podem causar enchentes;
• Guardar os alimentos em lugares secos e dentro de recipientes fechados;
• Solicitar água da Sanepar ou Prefeitura no caso de falta de água;
• Não usar água de poço ou reservatório inundado, antes da desinfecção;
• Lavar e desinfetar utensílios e a caixa de água;
• Filtrar e ferver por 15 minutos a água para consumo ou usar hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária), na seguinte medida: duas gotas para cada litro de água e esperar no mínimo 15 minutos antes de consumir (seguir orientações da Vigilância Sanitária);
• Não brincar ou nadar em lagos, cavas e córregos nem nas águas de enchente;
Depois de enchentes:
• Evitar contato com água e lama, usando sempre botas e luvas de borracha, ou sacos plásticos amarrados nos pés e nos braços;
• Inutilizar alimentos naturais ou preparados assim como medicamentos que entraram em contato com a água da enchente;
• Manter os quintais, terrenos baldios públicos ou privados, sempre limpos, evitando acumular entulhos que favoreçam o esconderijo de ratos.