Presidente do BC nega estudo para mudar remuneração da poupança

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, negou hoje (26), em Brasília, que haja estudos para mudar a remuneração da caderneta de poupança.

“Não existe nenhum estudo de mudança de remuneração de poupança sendo feito pelo Banco Central neste momento”, respondeu ao ser perguntado sobre a possibilidade de troca da remuneração pela Taxa Referencial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Ele fez a afirmação durante apresentação do Relatório Trimestral de Inflação. Afirmou que o BC acompanha apenas as migrações de fluxos de investimentos. “Acompanhamos sempre as migrações de fluxos de investimentos e se essa migração está sendo feita de forma saudável”, disse.

Desde maio de 2012, há regras diferentes para o cálculo da poupança de acordo com o nível da Taxa Selic. Quando a Selic fica igual ou acima de 8,5% ao ano, a caderneta rende 6,17% ao ano (0,5% ao mês) mais a TR (taxa referencial), tipo de juro variável.

Abaixo de 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% da taxa Selic, mais a variação da TR. Com rendimento de 70% da Taxa Selic, a poupança está se tornando menos atrativa porque os juros básicos estão no menor nível da história: 5,5% ao ano.

Pagamentos instantâneos

O presidente do Banco Central disse ainda que o projeto de pagamentos instantâneos no Brasil será concluído em 2020, antes do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos, que tem previsão para 2024). Por meio do pagamento instantâneo, a ideia é que pessoas e empresas possam transferir dinheiro em tempo real, sem restrição de horário.

As transações com dinheiro em espécie ou por meio de transferências bancárias (TED – Transferência Eletrônica Disponível – e DOC – Documento de Ordem de Crédito) e débitos serão substituídas pelos pagamentos instantâneos.

“Temos uma agenda ambiciosa de pagamentos instantâneos. É possível terminar o projeto ainda em 2020”, disse Campos Neto.

Segundo ele, há uma preocupação entre bancos centrais no mundo de fragmentação do mercado, “com vários sistemas isolados que não falam entre si”. No Brasil, disse, a ideia é ter um sistema central.

O presidente do Banco Central acrescentou que o sistema de pagamentos instantâneos vai permitir reduzir a circulação de papel moeda no país, o que é benéfico por questões de segurança e de custo.

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