“Não podemos ter mais brasileiros viajando a Paris do que a Foz do Iguaçu”. É com a certeza da valorização do turismo regional na retomada econômica que o presidente da Azul, John Rodgerson, anunciou na terça-feira, 19, a expansão da companhia aérea de nove para 20 cidades paranaenses – um recorde da empresa.
São 11 novos destinos, que se somam a uma retomada de quatro outras linhas paralisadas em decorrência da pandemia. A estratégia faz parte de um planejamento da empresa de transformar Curitiba em um ponto estratégico regional, com mais de 50 movimentos diários. Durante o encontro com representantes da empresa, o governador Carlos Massa Ratinho Junior explicou que a expansão ajuda o Paraná a se consolidar como um hub de transportes.
“Estamos trabalhando muito para fazer do Paraná uma central logística da América do Sul. Isso precisa englobar as áreas rodoviária, aeroportuária, ferroviária e a aviação, que é tão importante para o desenvolvimento de uma região. Hoje, essa parceria com a Azul consolida o Paraná como uma das principais praças da aviação regional do Brasil”, afirmou.
Com o avanço da vacinação e a retomada econômica, o momento é favorável ao investimento. Rodgerson disse que a Azul quer acelerar o crescimento do Paraná através de voos que atendam tanto empresários como turistas. “Todos querem voltar a trabalhar e viajar, e é tempo para o brasileiro viajar dentro do País. Vamos ajudar a economia local. Isso vai ajudar o Brasil a ser ainda mais forte e gerar mais empregos”, declarou o presidente.
A partir de dezembro, serão retomadas as linhas que atendem Ponta Grossa, Toledo, Guarapuava, Pato Branco – as três primeiras com destino a Campinas e, a última, a Curitiba. A previsão da companhia é que os voos sejam operados três vezes por semana até fevereiro de 2022 e, a partir de março, tenham frequência diária.
O retorno foi anunciado também pelo deputado estadual e líder do governo, Hussein Bakri (PSD). Os voos que passavam por União da Vitória haviam sido paralisados durante a pandemia, e agora os voos entre Curitiba e União da Vitória serão retomados em 2022 dentro do Voe Paraná, maior programa de aviação regional do Brasil.
“A definição se deu em reunião na sede da Azul, em Campinas (SP), com a presença do governador Ratinho Junior; dos secretários Guto Silva (Casa Civil), Sandro Alex (Infraestrutura) e Marcio Nunes (Turismo); e do presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin. A volta do Voe Paraná vai ser fundamental para o planejamento de retomada econômica no pós-pandemia, com a atração e ampliação de negócios e a geração de emprego e renda”, disse Hussein.
De acordo com o deputado que foi prefeito por duas vezes de União da Vitória, nos anos 1950, três empresas faziam voos em União da Vitória. “Em 1960, infelizmente isso acabou. Quando o cidadão vê na tela do aeroporto o nome da sua cidade, há um ganho imensurável de projeção e autoestima. O primeiro voo entre União da Vitória e Curitiba ocorreu em outubro de 2019, mas, no momento em que o município era um dos líderes de venda de passagens entre os mais de 10 destinos no interior do Paraná, o programa precisou ser interrompido devido às restrições impostas pelo coronavírus”, explica.
TURISMO REGIONAL
Para o governador, a novidade vai ao encontro de uma das vocações do Estado: o turismo de natureza. Ele aponta que destinos concorridos e bastante procurados durante a pandemia estarão ainda mais acessíveis – tais como a Ilha do Mel, o Parque Vila Velha, em Ponta Grossa, as Cataratas do Iguaçu, as cachoeiras de Prudentópolis e as praias de Porto Rico. Todos eles têm aeroportos próximos.
“É um volume de atrações que vem crescendo muito no Paraná, e a aviação regional faz o acesso a esses destinos ficar muito mais rápido. De Curitiba, você está a uma hora de qualquer outra cidade do Paraná por avião; assim como a pessoa que está em Guaíra e quer ir para a Capital fechar um negócio ou visitar o Litoral. Essa proximidade que a aviação regional traz otimiza a economia e fortalece a geração de empregos”, pontuou o governador.
Guaíra é uma das 11 novas cidades atendidas pela empresa, que também passa a incluir na malha Paranavaí, Francisco Beltrão, Cornélio Procópio, União da Vitória, Cianorte, Campo Mourão, Telêmaco Borba, Arapongas, Apucarana e Umuarama. As linhas serão inauguradas ao longo de 2022.
O secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, reforçou a importância dos novos trechos para fortalecer a economia regional. “O deslocamento de curta distância é uma tendência que a pandemia trouxe. Como era impossível viajar para o Exterior, o Paraná tomou o cuidado de se preparar para receber o turista local. E, agora, o momento é histórico, com a Azul acreditando no Paraná e conectando várias cidades a todo o Brasil”, declarou.
ESCALAS E CONEXÕES
Com um maior fluxo em aeroportos que recebem passageiros de novas linhas, como em Curitiba, também se faz necessária uma infraestrutura que dê suporte aos passageiros de escalas e conexões.
O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, disse que ampliações já estão nos planos do Estado – há expectativa de R$ 1,5 bilhão de investimentos nos próximos anos nesse modal. “O Paraná estará preparado para essa ampliação da malha da Azul no Estado tanto nas grandes cidades – como Foz do Iguaçu e Curitiba, que vão ganhar novos investimentos privados – como nos aeroportos regionais, dando segurança aos passageiros”, disse.
Para isso, o Governo do Estado também está apoiando a modernização dos aeroportos já existentes. Um deles é a ampliação da pista de Foz do Iguaçu, realizada em parceria com a Itaipu Binacional. Inaugurada em abril, a pista se tornou a maior da região Sul e passou a possibilitar voos internacionais. Os terminais de Maringá e Cascavel foram entregues nos últimos meses, e os de Pato Branco e Ponta Grossa passarão por grandes reformas.
Outro movimento em prol da infraestrutura foi o leilão de quatro aeroportos: Londrina, Foz do Iguaçu, Bacacheri (Curitiba) e Afonso Pena (São José dos Pinhais). “As concessões dos aeroportos se iniciam a partir de janeiro e vão trazer ainda mais obras. Teremos a terceira pista no Aeroporto Internacional Afonso Pena. Já o Aeroporto de Londrina será ampliado, aumentando o número de voos. É um pacote bem amplo nesse modal no Paraná”, pontuou o governador.