Volta às aulas presenciais ainda não tem data definida

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Nas últimas semanas algumas movimentações da secretaria estadual do Paraná sobre possibilidades de retorno as aulas presenciais com protocolos rígidos forma discutidos. Isso levou preocupação não só para os pais de alunos como para órgãos municipais de educação sobre os riscos de um retorno próximo, enquanto ainda não há uma vacina contra o covid-19

O prefeito de União da Vitória, Santin Roveda, se reuniu com o vice-prefeito, Bachir Abbas, secretário Municipal de Saúde, Ary Carneiro Junior e secretário Municipal de Educação, Ricardo Brugango, na tarde desta segunda-feira, 03, e em consenso afirmaram que não voltam as atividades em sala de aula até que exista risco zero.

Um decreto assinado por Santin Roveda confirma que as atividades na área da Educação Municipal continuam suspensas por tempo indeterminado. “Estivemos reunidos com o nosso comitê de enfrentamento ao coronavírus e a prioridade é a vida e saúde das pessoas. E assinamos na Prefeitura o novo decreto que afirma o adiamento da volta às atividades nas escolas do município. Nos só voltaremos com as aulas quando tivermos 100% de garantia à vida para crianças, professores e a todos que estão envolvidos no processo da Educação”, enfatizou o prefeito.

Com a suspensão das atividades dentro de sala de aula, os alunos da Rede Municipal de Ensino, tem a oportunidade de receber todos os dias as atividades de ensino através do Portal EducaUnião como também pela Educativa de União da Vitória no canal 13. Outra atitude é a entrega de material de ensino regularmente. Nesta segunda-feira, 03 de agosto, já ocorreu a entrega de novos materiais para os alunos executarem em casa.

Notícias falsas na internet também elevou a tensão dos pais num retorno imediato das aulas presenciais no Paraná. A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte do Paraná (SEED) informou esta semana que circula na internet um documento não oficial sobre o protocolo para retorno das aulas presenciais. O material divulgado, que tem trazido confusão entre os pais de alunos, estabelece uma série de critérios que não constam no documento original.

Segundo informou a secretaria termo original de retorno não expõe alunos, professores e as famílias diante do novo coronavírus. Também não repassa a responsabilidade do envio do aluno à família. A versão correta está no site da SEED e pode ser consultada

Em reunião online, o Comitê de Volta às Aulas apresentou o protocolo de retorno das aulas presenciais no Paraná. O protocolo trouxe detalhes sobre como vai funcionar o retorno das atividades presenciais quando for autorizado pelas autoridades da Secretaria da Saúde.

Além das medidas de segurança sanitária e pedagógicas previstas, o protocolo ainda estabelece a participação dos pais em uma consulta sobre o modelo. O protocolo foi elaborado após 33 horas de reuniões com os integrantes do Comitê.

A reunião on-line contou com a participação de todos os integrantes do Comitê. O chefe da Casa Civil, Guto Silva, destacou a importância da finalização deste documento por parte do Comitê. Para Silva, esta é uma preocupação global e a participação do Paraná nesta discussão é essencial:

“A Unesco está preocupada com a volta às aulas. E esse comitê representativo trata justamente disso, desta preocupação global. O Governo do Estado tem também a preocupação com o alongamento da crise”, destacou Silva.

Gláucio Dias, diretor-geral da Secretaria da Educação, também reforçou a importância do Comitê para elaboração de um plano que atendesse as diferentes preocupações de cada segmento da Educação.

“Construímos o plano conversando com cada um dos atores envolvidos na Educação. Isso fez com que pudéssemos elaborar uma proposta completa, um plano robusto e seguro para as famílias paranaenses”, resumiu Dias.

A APP-Sindicato se posicionou contra o protocolo de retomada das aulas presenciais apresentado pela Secretaria da Educação. O Sindicato vê com preocupação a ausência de posicionamento técnico da Secretaria da Saúde (Sesa) e o indicativo de que o governo planeja o retorno das aulas ainda durante a pandemia do novo coronavírus.

“Nós temos defendido que esse debate tem que partir dos indicadores da Secretaria da Saúde, porque o retorno das aulas presenciais só pode ser pensado com a pandemia controlada, para que não se agrave ainda mais a situação da doença no nosso estado e no país”, comenta a secretária de Finanças da APP-Sindicato, professora Walkiria Olegário Mazeto.

De acordo com Walkiria e a secretária Geral da APP-Sindicato, professora Vanda do Pilar Santana, as informações divulgadas pelo governo foram exibidas em slides e tratam de normas, procedimentos de higienização dos ambientes e medidas pedagógicas para o retorno das aulas. Questionada sobre a ausência de indicadores técnicos, a Secretaria da Educação teria informado que a Secretaria da Saúde só vai se pronunciar dentro de 15 dias sobre condições ideais ou previsão de retorno das aulas na rede pública estadual.

A dirigente da APP-Sindicato destaca que chamou a atenção uma mudança no discurso do governo. Segundo ela, na primeira reunião do Comitê a Secretaria da Educação dizia que não tinha data definida para o retorno das aulas. Mas, na última reunião, o argumento foi de que não se deve ficar muito tempo sem as aulas presenciais para não provocar evasão. “Isso é uma contradição à propaganda do próprio governo de que mais de 90% dos estudantes estariam frequentando as aulas não presenciais”, comentou.

Walkiria também alerta que a Seed planeja exigir a assinatura de um termo de responsabilidade dos pais e mães dos(as) estudantes que optarem pelo retorno das aulas presenciais. “Fica evidente que o governo está querendo lavar as mãos e transferir qualquer responsabilidade para as famílias. Neste caso, os mais pobres, que não têm as tecnologias e as condições ideais para o ensino não presencial serão, mais uma vez, penalizados pelo governo”, disse.

CONSULTA AOS PAIS

O protocolo prevê uma consulta aos pais. A Secretaria da Educação fará consulta com os pais de estudantes da sua rede estadual e orientou as demais redes a fazerem o mesmo. A consulta tem objetivo de entender em qual modelo os pais se sentem mais seguros em manter seus filhos, se presencial ou apenas remoto. A resposta vai permitir que a Secretaria e demais redes se organizem para cumprir o protocolo com estrutura e pessoal adequado. 

Estado Unidos

Professores e funcionários de mais de 35 distritos escolares dos Estados Unidos (EUA) fizeram protestos nessa segunda-feira, 3, contra os planos de retomada de aulas presenciais, enquanto os casos de covid-19 aumentam em várias partes do país.

Os manifestantes, que fizeram carreatas levando cartazes e com mensagens pintadas em seus veículos, exigem que as escolas não retomem as aulas em agosto e setembro, até que dados científicos justifiquem tais medidas.

Os profissionais de educação querem que os distritos esperem até que entrem em vigor protocolos como salas de aulas com menos alunos e a realização de mais testes, além de que escolas sejam equipadas com número adequado de coordenadores e enfermeiras, segundo um site construído para representar as manifestações.

No Twitter, a Associação de Educadores e Professores de Milwaukee mostrou manifestantes com falsas sepulturas que diziam “Aqui jaz um estudante da terceira série de Green Bay que pegou covid na escola” e “Descanse em paz, vovó. Pegou covid ajudando seus netos com o dever de casa”.

As mortes por covid-19 nos Estados Unidos cresceram pela quarta semana consecutiva, para mais de 8.500 pessoas nos sete dias até 2 de agosto, enquanto o número de novos casos caiu pela segunda semana consecutiva.

Mais de 155 mil pessoas já morreram por complicações ligadas à doença nos Estados Unidos, o maior número entre todos os países do mundo. Os casos subiram semana após semana em 20 estados, incluindo Missouri, Montana e Oklahoma.

Os professores também estão pedindo ajuda financeira para pais em necessidade, incluindo assistência para pagamentos hipotecários e aluguel, uma suspensão das ordens de despejos e fechamentos e pagamento de auxílio em dinheiro.

O PROTOCOLO

Entre as principais medidas sanitárias previstas pelo protocolo estão a compra de insumos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para todos. Só para a rede estadual serão adquiridos:

5 milhões de máscaras de tecido

200 mil litros álcool em gel por mês

200 mil litros de álcool 70% por mês

95 mil luvas

10 mil termômetros

15 mil toucas

105 mil dispensers

15 mil macacões

15 mil botas

Além dos insumos, o protocolo também prevê um distanciamento de 1,5m em todos os espaços, incluindo na sala de aula. Será feita também a aferição de temperatura de todos que adentrarem a escola, tendo como limite 37º.

HORÁRIOS

Já os horários de entrada e saída, e intervalo/recreio devem ser redefinidos e intercalados, de modo a evitar a aglomeração de pessoas e a circulação simultânea de grande número de alunos, nas áreas comuns e nos arredores do estabelecimento.

MODELO HÍBRIDO E ESCALONADO

O ensino híbrido será adotado. As aulas remotas permanecem diariamente e as aulas presenciais ocorrerão de forma escalonada. Para isso, os estudantes serão divididos em grupos, que farão revezamento, permanecendo por uma semana em aulas presenciais e por uma semana em aulas remotas (on-line).

A retomada de conteúdos também é uma das preocupações do protocolo, com atividades, recuperação e atendimento de estudantes com maior dificuldade.

VOLTA GRADUAL

Quando a data for definida pela Secretaria da Saúde o protocolo prevê um retorno gradual, por faixa etária, na seguinte ordem:

Estudantes do 3º ano do Ensino Médio e 9º ano do Ensino Fundamental

Estudantes do Ensino Médio

Estudantes do Ensino Fundamental I e II

Estudantes da Educação Infantil.

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