A erradicação da fome no Brasil será acompanhada por incentivos a uma alimentação saudável do ponto de vista nutricional, em um cenário produtivo que respeite o meio ambiente. Com esse objetivo, o governo federal promete anunciar em breve uma atualização dos itens que compõem a cesta básica.
Nesse sentido, autoridades do governo federal ouvidas no Senado nesta segunda-feira (19) defenderam uma reforma tributária que assegure o acesso da população aos itens que farão parte da futura cesta básica. Essas declarações foram feitas durante uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, cujo propósito era discutir a questão da fome no Brasil.
“Gostaria de destacar que encerramos o ano de 2022 com mais de 125 milhões de brasileiros enfrentando algum grau de insegurança alimentar e nutricional. Portanto, temos um grande desafio pela frente, que é retomar uma série de políticas públicas que já se mostraram bem-sucedidas e contribuíram para que o Brasil saísse do mapa da fome da ONU em 2014”, afirmou Gisele Bortoline, coordenadora geral de Promoção de Alimentação Saudável do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).
De acordo com a coordenadora, o desafio é ainda maior porque envolve a necessidade de restaurar um orçamento que foi interrompido. Esse “novo contexto” requer também uma “integração de esforços” entre os diferentes níveis governamentais e organizações da sociedade civil, visando a implementação de um “novo ciclo de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional”.
Uma das medidas previstas para garantir a qualidade dos alimentos na mesa dos brasileiros é a atualização dos itens da cesta básica. “Estamos coordenando uma nova modalidade de cesta básica em nosso país”, anunciou Edegar Pretto, presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“Como vocês sabem, a cesta básica brasileira, que ainda é referência para o salário-mínimo nacional, é baseada no modelo de 1938. Nosso modelo de cesta básica remonta à época do Getúlio Vargas. Por isso, a Conab está estudando, com a colaboração de nutricionistas e acadêmicos, qual é o modelo de cesta básica necessário para nutrir nossa população não apenas em quantidade, mas também em qualidade suficiente”, acrescentou Pretto.