Nesta segunda-feira (21/03), o juiz da Vara da Família, Carlos Mattioli, esteve no Colégio São José em Porto União, no período da manhã. A convite da escola, o magistrado palestrou sobre assuntos relacionados ao cenário estudantil e social, citando exemplos do trabalho de combate aos diversos tipos de violências, dentro do ambiente escolar e familiar. Também sobre os direitos e deveres das crianças e adolescentes.
O trabalho do magistrado, na Comarca de União da Vitória, tem focado a defesa dos direitos das mulheres, crianças e adolescentes sobretudo no quesito de dar voz para as vítimas. Sempre respeitando aqueles que sofrem ou sofreram algum tipo de violência. Além disso oferecendo o acolhimento e atenção psicossocial, por meio do Centro de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) e dando encaminhamentos.
“Nós temos uma preocupação com as pessoas, não ficamos apenas nas questões relativas aos processos em si”, explicou Mattioli. O juiz tem essa responsabilidade, mas, no caso da Vara da Família e CEJUSC, o atendimento tem ampliado o diálogo, fomentado o auxílio psicológico e essa postura do magistrado de ‘sair do gabinete para atender de forma mais personalizada, individualizada’. E sempre sigilosa.
Carlos Mattioli citou, na amplitude do seu trabalho, os quase 40 projetos do CEJUSC para personalizar os atendimentos e possuir elementos de acolhimento nas ações realizadas pelo magistrado e equipe. Ao longo da palestra, mencionou os meios de buscar ajuda em casos de violências sofridas. Física, psicológica e principalmente sexual, esta centraliza a maioria das ocorrências na região.
Para além dos direitos, esboçou os deveres e responsabilidades por crimes (atos infracionais), quando da idade ser maior que 12 e menor que 18 anos. Inclusive passível de ser preso, apesar de estar enquadrado num termo diferente: ‘apreendido’. “Tem processo, vai responder”, explicou Mattioli sobre adolescentes serem responsabilizados por seus atos.
Falando sobre violência contra a mulher, o juiz considera uma pandemia. Para Mattioli, o fato de ter casos em todos os setores sociais, independente de classe ou nacionalidade, ou seja, algo de abrangência mundial, inclusive em países desenvolvidos, é questão pandêmica tal como o vírus que se alastrou recentemente. Muitas ações violentas vêm de dentro da própria família. Disso a necessidade de ações visando coibir essas práticas e atender às vítimas.
Mudando a conduta e trazendo nossas posturas antiviolência, reprovando e contraponto atitudes de desprezo, machismo ou qualquer ato que afronte a liberdade da mulher. Mattioli reforça que, infelizmente, se isso não for feito reproduz as práticas e potencializa a violência. Sua palestra fez parte do projeto exclusivo da Polícia Militar de Porto União, denominado Atitudes Moldam Emoções (AME).