Vendas no comércio crescem em junho em SC e PR

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As vendas do comércio paranaense continuam em um cenário de crescimento, depois dos impactos negativos da pandemia do novo coronavírus no varejo. O volume de vendas no comércio varejista ampliado, que inclui todas as atividades, inclusive materiais de construção e veículos, aumentou 9% em junho deste ano, na comparação com junho de 2019. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada na quarta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado é também 5,9% superior a maio, que já vinha com um crescimento de 28,8%, depois de dois meses de quedas impulsionadas pela restrição das atividades. O acumulado no primeiro semestre, porém, ainda é negativo: as vendas no Estado tiveram redução de 2,7% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses o crescimento foi de 0,5%.

O vice-governador Darci Piana avalia que a retomada no consumo pode estar relacionada a programas como o auxílio emergencial, do governo federal, e o Cartão Comida Boa, do Governo do Estado, que ajudaram a manter o poder de compra da população. “Pode parecer pouco, mas esses R$ 600,00 ajudam muita gente. Esse recurso está caindo no comércio e estimulando o consumo”, diz.

“Tivemos um crescimento razoável com relação ao ano passado, que ainda não foi o suficiente para recuperar tudo que foi perdido, mas já é bom sinal”, afirma Piana. “Significa que estamos reagindo e quem sabe, daqui para frente, podemos voltar ao que precisamos para manter os empregos e toda a estrutura do comércio, que emprega 3 milhões de pessoas no Estado”, ressalta.

O Paraná teve, na comparação com junho de 2019, o quinto melhor resultado entre os estados brasileiros, atrás de Santa Catarina (24,6%), Tocantins (18,5%), Amazonas (14%) e Maranhão (13,7%). No País, o comércio varejista ampliado teve crescimento de 0,9%, se comparado a junho de 2019, e de 12,6%, em relação a maio, além de quedas de 7,4% no acumulado no primeiro semestre e de 1,3% nos últimos 12 meses.

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de União da Vitória e Porto União, informou que em relação as consultas de análise de crédito para vendas no crediário, o mês de junho de 2020 teve uma queda de 12% comparado com o mesmo mês de 2019. A queda das consultas se deve pela menor circulação de pessoas e também pela insegurança de adquirir compras a prazo para um futuro ainda indefinido, esclarece a CDL.

“Porém, em pesquisa local, alguns setores do comércio tiveram altas significativas nas vendas e outros tiveram quedas. Destaque para a venda de móveis e eletrodomésticos, não temos a porcentagem exata de aumento, mas em alguns casos o aumento passou de 20%”, informou a CDL.

Outros setores que tiveram aumento – não tão significativo como do exemplo anterior – foi materiais de construção, supermercados e farmácias. “Esse aumento pode ser reflexo da quarentena, uma vez que, as pessoas ficam mais tempo em casa, estão gastando menos com entretenimento fora do domicílio, e a necessidade de trocar moveis ou fazer a reforma ou manutenção na casa que antes estava esquecida. O dinheiro não gasto com entretenimento acabou sendo direcionado para estes setores do comércio, com certeza existe outros fatores a serem levados em consideração, porém este seria mais significativo”, informou a CDL.

Por outro lado, outros setores tiveram quedas, como entretenimento fora de domicílio – bares, restaurantes, casas de shows e eventos. Algumas lojas de confecções e calçados também tiveram quedas nas lojas físicas, reflexo também do isolamento social. Todavia, as vendas de algumas destas empresas por delivery e vendas por plataformas on-line aumentou por necessidade de fluxo de caixa para as mesmas se manterem competitivas.

ATIVIDADES

Das 13 atividades avaliadas pela pesquisa, sete tiveram aumento nas vendas em junho deste ano, com relação ao mesmo mês do ano passado. O setor que mais cresceu no mês foi o de móveis, com 49,1% mais vendas que em 2019 e 3,5% a mais que em maio.

Na comparação com junho de 2019, também houve crescimento no comércio de móveis e eletrodomésticos (40,5%); somente eletrodomésticos (33,1%); veículos, motocicletas, partes e peças (29,2%); material de construção (10,6%); hipermercados e supermercados (63%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,1%); e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,5%).

As maiores quedas foram na venda de livros, jornais, revistas e papelaria, que reduziram 35,6% na comparação com junho do ano passado e 29,1% com relação a maio deste ano; e de tecidos, vestuários e calçados, cujas vendas foram 31,2% menores que em junho de 2019 e 26,4% do que em maio.

Também houve redução no comércio de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-14,1%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-12,1%); e combustíveis e lubrificantes (-11,3%).

Santa Catarina também teve em junho, aumento no volume de vendas do comércio varejista de 22,2% em relação a maio. O resultado é o melhor entre os estados do Sul e Sudeste e quase o dobro da média nacional (12,6%). Esse é segundo mês de crescimento expressivo do segmento em SC, após salto de 23,3% em maio. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira, 12, pelo IBGE.

“O avanço do comércio é mais uma prova que Santa Catarina está reagindo após os impactos da pandemia. Continuamos com o esforço de preservar vidas e alavancar as atividades econômicas, com responsabilidade e segurança para os trabalhadores e a população. Com inovação, muito trabalho e união, iremos superar mais este desafio”, reforça o governador Carlos Moisés.

Na perspectiva de 12 meses, Santa Catarina é o segundo estado onde o varejo ampliado mais cresceu (6,1%), atrás apenas do Amapá (7,2%), enquanto a média nacional teve recuo de 1,3%. Além disso, na comparação com junho de 2019, Santa Catarina teve a maior alta do país, com salto de 24,6% no volume de vendas. No Brasil, foi registrada queda de 0,9% neste período. 

“Quando comparado com junho de 2019, os maiores destaques foram o crescimento de 23,4% das vendas dos super e hipermercados; de 33% do varejo de móveis e eletrodomésticos; de 51,5% das vendas de veículos, motos e peças, e de 18% das vendas de materiais de construção” salienta o economista da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), Paulo Zoldan

“O processo de retomada da economia se dará de forma lenta por conta das incertezas do mercado. Mas, a reação já é percebida em alguns segmentos do comércio. Estes são os primeiros sinais de recuperação e a manutenção do emprego e renda é fundamental neste processo”, afirma do presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

O mercado de trabalho em SC apresentou saldo positivo em junho, com abertura de 3.721 novos postos, uma variação de 0,18% sobre seu estoque total, a maior da região Sul. Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério da Economia, sinalizam para uma redução no nível de desligamentos e aumento das admissões.

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