Vacinação contra o sarampo é prorrogada até 30 de outubro no Paraná

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As 22 Regionais da Saúde no Paraná devem intensificar as ações nos municípios em prol da vacinação. A orientação foi dada pelo secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, em videoconferência com diretores das Regionais, nesta sexta-feira, 25. Ele classificou a estratégia de vacinação como um dever de casa. As doses das vacinas já estão distribuídas em todo o Paraná.

Ontem, 28, em conjunto com as secretarias municipais de Saúde, começa antecipadamente a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação, proposta pelo Ministério da Saúde.

A equipe técnica da Secretaria da Saúde elaborou diversas estratégias que serão colocadas em prática para chamar a atenção da população sobre a necessidade em cumprir o calendário e sobre as doses de vacinas disponíveis na rede pública de saúde. ‘”Vacinação é o dever de casa. O Estado não vacina, quem vacina é a equipe dos municípios. Mas somos o indutor, o articulador deste processo. Por isso, é nosso dever fazer organizar e ampliar a cobertura vacinal no Paraná”, afirmou Beto Preto.

Embora a mobilização nacional de vacinação seja de 5 a 30 de outubro, a Secretaria da Saúde vai adiantar o trabalho de campo. “Temos vacina, temos profissionais preparados em cada sala de vacinação no Paraná. A pandemia afastou as pessoas das unidades de saúde. Mas é fundamental que a população esteja imunizada. Hoje a expectativa é pela vacina que proteja da Covid-19. No entanto, existem outras doenças que podem ser evitadas, justamente porque temos vacinas”, afirmou Beto Preto.

POLIOMIELITE

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite é dirigida a crianças a partir de 12 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade. A população desta faixa de idade estimada no Paraná é de 583.962 crianças e a meta é atingir o índice de 95% de cobertura vacinal. Esta vacina é oral, com a aplicação de duas gotas em cada criança.

A poliomielite é causada por vírus, pode afetar os nervos e levar à paralisia parcial ou total. Apesar de também ser chamada de paralisia infantil, a doença pode afetar tanto crianças quanto adultos. A vacinação é a única forma de prevenção.

MULTIVACINAÇÃO

A Campanha de Multivacinação tem objetivo de atualizar a caderneta de vacinação da criança e do adolescente menor de 15 anos de idade. Nacional de População não vacinada ou com esquemas incompletos, menores de 15 anos de idade (14 anos 11 meses e 29 dias) de acordo com o Calendário.

A Campanha Nacional de Multivacinação oferta vários tipos de vacinas para crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade. São elas: BCG que previne as formas graves de tuberculose, a  Pentavalente  que protege contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e influenza B, Rotavírus Humano contra a diarreia,  Pneumocócica 10 contra a pneumonia meningite e otite,  Meningocócica C e ACWY que previne contra meningites, Tríplice Viral contra sarampo, caxumba e rubéola, vacina contra a varicela, vacina HPV que previne alguns tipos de câncer em jovens,  vacinas da Hepatite A e Hepatite B e ainda a vacina contra a Febre Amarela.

A campanha de vacinação contra o sarampo é para todas as pessoas na faixa etária entre 20 e 49 anos. Além desse grupo, quem não têm registro na carteira de vacinação ou não lembra se já foi imunizado deve receber a dose.

De acordo com a postagem da Dra. Suzanne Pereira, médica infectologista e assessora Técnica da 6ªRegional da Saúde do Paraná em União da Vitória, Os sintomas do Sarampo são conjuntivite, blefarite e inflamação na pele, o “vermelhão” do Sarampo, que é um exantema que costuma coçar. “Além disso, febre moderada e a demora de 8 a 10 dias para desaparecer.  Em algumas crianças, por fenômeno imunológico, após ter passado todos os sintomas, aparecem sinais de meningite pós-sarampo. O certo é procurar o Posto de Saúde mais próximo e ver se precisamos de reforço ou esquema completo contra sarampo”, destacou em, seu post nas redes sociais.

O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, reforça o alerta sobre a importância da vacinação. “Esta é a única forma de prevenção do sarampo. É gratuita e não faz mal. Por isso, vá até a unidade mais próxima da sua casa, com todo o cuidado para a proteção contra o coronavírus, e tome a vacina para evitar o sarampo.”

PARANÁ SEM SURTO

Em 22 de setembro, após 90 dias sem registro de casos novos de sarampo, o Paraná encerrou o surto da doença iniciado em agosto de 2019. O último caso novo da infecção foi registrado em 24 de junho de 2020.

O Paraná estava há mais de 20 anos sem casos de sarampo. Após esse período, em agosto de 2019 o primeiro caso foi confirmado dias após a pessoa viajar para outro estado e retornar para casa infectada pelo vírus.

O Informe Epidemiológico atualizado em 23 de setembro contabiliza 1.976 casos confirmados, sendo que 1,6 mil ocorreram em 2019 e 376 no ano de 2020.

O Paraná não registrou ocorrência de óbito em consequência do sarampo. Do total de 3.596 notificações, 1.368 foram descartadas e 252 casos ainda permanecem em investigação. São casos notificados anteriormente à última confirmação da doença, em junho.

Dos 399 municípios paranaenses, 49 tiveram casos confirmados. Curitiba registrou o maior número, com 1.285, ou 65% do total. As faixas etárias mais acometidas foram: 10 a 19 anos (23,1%), 20 a 29 anos (52,3%) e 30 a 39 anos (14,8%), respectivamente com 457, 1.035 e 293 casos.

O secretário de Estado da Saúde afirma que a população deve contribuir para manter o Paraná sem casos. “Eliminamos o sarampo por mais de duas décadas e por falta de imunização a doença infectou muitas pessoas. Embora estejamos encerrando o surto, é preciso ficar alerta porque o vírus está circulante em outros estados e a mobilidade é grande, as pessoas viajam e voltam para cá. Por isso a vacinação é tão necessária.”

AÇÕES

Durante o surto ativo da doença foram realizadas ações de bloqueio dos contatos dos casos identificados, visita técnica aos municípios que registram maiores números de casos positivados, videoconferências e outras atividades. Todas as condutas tiveram como objetivo aumentar a cobertura vacinal da população da faixa etária contemplada com a imunização, conforme o calendário nacional de vacinação.

Quando o surto teve início, os exames para diagnóstico laboratorial eram realizados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) pela pesquisa sorológica de anticorpos IgM e IgG, com o método Enzimaimunoensaio (Elisa), devido a sua sensibilidade e especificidade.

A partir de março de 2020, o Lacen implantou a metodologia de RT-PCR para detecção do vírus do sarampo nas amostras encaminhadas de urina e secreção de nasofaringe e orofaringe, auxiliando no diagnóstico e confirmação de casos. Foram encaminhadas amostras para o Laboratório de Referência Nacional de Vírus Respiratórios e Sarampo (Fiocruz/RJ), que identificou o genótipo D8, evidenciando que a linhagem Gir Somnath esteve circulante no Paraná nesse surto.

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