A Secretaria de Saúde de União da Vitória fará durante todo o mês de outubro ações voltadas para a divulgação do Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização e à importância do diagnóstico precoce do câncer de mama e câncer de colo de útero.
Entre as ações está a divulgação sobre a conscientização do autoexame da mama, e também o agendamento de exames de mamografia de rastreamento para mulheres acima de 50 anos. Esse ano, também será realizada a busca ativa de todas as mulheres de 25 a 64 anos que não realizaram o exame preventivo nos últimos 3 anos.
No dia 23 de outubro, das 8h às 16h, nas Unidades de Saúde do município, será realizado o Dia D para a coleta do exame preventivo e solicitação de mamografias. Atenção para as orientações: Não estar menstruada; Não estar usando pomada e cremes vaginais; Não ter relação sexual dois dias antes do exame; Não realizar ducha higiênica no dia da coleta.
A campanha
O Outubro Rosa é uma campanha internacional com a finalidade de sensibilizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. O diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta em até 95% as chances de cura. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, é possível reduzir em 28% o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama a partir da adoção de alguns hábitos, como atividade física regular, alimentação saudável, não fumar e evitar ingestão de bebidas alcoólicas.
Eventos na Assembleia Legislativa do Paraná
“Este é um mês muito importante para nós, que trabalhamos nessa área”, disse o médico mastologista Cícero Urban, do centro de Doenças da Mama e do hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, durante a audiência pública que marcou o início das ações do Outubro Rosa na Assembleia Legislativa do Paraná.
Mês importante para se lembrar da prevenção e que causa muita preocupação, apresentada em números. O câncer de mama é o de maior incidência entre as mulheres, com 66 mil novos casos esperados para 2021 no Brasil e que a cada dia, provoca a morte de 48 mulheres entre 30 e 69 anos. Mas a chance de cura, segundo o médico, é de 95% quando há o diagnóstico precoce. Cícero Urban ainda pontuou que, além dos fatores de risco – genéticos, hormonais, reprodutivos – existem outros relacionados ao estilo de vida. “Estes últimos, a gente sabe que pode mudar com atividade física regular, boa alimentação e levar uma vida mais saudável, evitando principalmente o tabagismo, além, é claro, da mamografia regular”.
Estima-se que por meio de uma boa alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator de proteção.
Ele encerrou a fala mostrando casos reais da importância da evolução no sucesso dos tratamentos e como uma mensagem: “Você já cuidou de você hoje?”.
Para contribuir a fim de que esses números diminuam e que os cuidados sejam frequentes, o Outubro Rosa foi criado como um mês dedicado às ações preventivas à integridade da saúde da mulher, como o câncer de mama e de colo do útero, conforme a lei 16.935/2011. A audiência, foi a primeira de uma série de ações que serão desenvolvidas na Assembleia ao longo do mês.
A iniciativa desta segunda-feira recebeu o nome de “Mulher Por Inteiro”, e foi proposta pela presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Casa de Leis, a deputada Cantora Mara Lima (PSC). “São ações que, de alguma maneira, podem chegar a todas as mulheres, muitas com acesso limitado à informação, ainda hoje”, destacou.
Reconstrução mamária evoluiu
Marcelus Nigro, cirurgião plástico, especialista em reconstrução mamária, falou sobre a evolução da ciência e da tecnologia nesse tipo de intervenção. “Antigamente, há cerca de 20, 30 anos, a reconstrução mamária era uma verdadeira mutilação. Atualmente, isso mudou muito”.
Demonstrando alguns dos resultados, afirmou que a reconstrução pode ser imediata, após a remoção da mama, ou tardia e que diferentes opções terapêuticas estão disponíveis, mas que elas dependem da cirurgia de remoção.
Nigro falou ainda sobre as opções de material para a reconstrução mamária, como a colocação de próteses de silicone; a técnica que utiliza os expansores mamários, utilização do próprio tecido da paciente, (autólogos); enxertos para melhorar a estética da mama; ressaltou a importância da micropigmentação da aréola; complicações; rejeições; das vantagens e desvantagens da reconstrução imediata ou tardia; do efeito psicológico que ela provoca; da importância de um bom planejamento e do diálogo com o cirurgião e com o mastologista, que vai propor qual será o tratamento. “Para o caso dos implantes, a recuperação é mais rápida, tempo cirúrgico menor e menos tempo de internação, mas cada caso é um caso. Precisamos avaliar toda a condição da mama, como por exemplo, a necessidade de a paciente passar pela radioterapia. Por isso, a importância de todo um planejamento e de um bom diálogo entre o médico e a paciente”, pontuou. “Eu me sinto honrado em participar desse tratamento junto com a paciente. Sabemos o quanto ele significa para ela em termos de autoestima, porque a reconstrução mamária representa uma esperança a mais no tratamento, que, na maioria dos casos, é tão sofrido para essa paciente”, acrescentou.
Direitos das pacientes
Sabrina Matos, psicanalista, sexóloga preventiva e pedagoga, explicou, ao longo da audiência, que busca falar com as mulheres sobre o entendimento que devem ter do seu corpo, que vai muito além do ato sexual. Como voluntária do Instituto Humanista de Desenvolvimento Social (Humsol), contou que ouve histórias de todo tipo sobre como algumas mulheres são rejeitadas pelos maridos ou companheiros depois do câncer, ou até mesmo proibidas por eles de buscar os exames junto às unidades de saúde. “O nosso trabalho com as mulheres é mais que uma orientação: é o que chamo de um afago. De mostrar que elas não precisam ter medo do preconceito, e trabalhamos com as famílias, que devem respeitá-las nessa fase”, disse. A profissional também atua na busca por apoio jurídico. “Muitas mulheres não têm ideia dos direitos que têm enquanto pacientes de câncer”, reforça.
Sobre tais direitos, representando a Associação Amigas da Mama, falou a advogada Daniele Banzzatto, que lembrou: por lei federal, desde 2013, toda mulher que teve a mama retirada em função de um tumor, tem direito de fazer a reconstrução no mesmo centro cirúrgico que fez a mastectomia, que é a retirada total da mama. Também tem direito ao auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e transporte coletivo gratuito, entre outras garantias.
Daiane orientou ainda sobre a documentação básica para as pacientes: laudos, biópsias, exames médicos, guias de requisições, formulários médicos. “Essa espécie de kit precisa estar separada para um eventual benefício, isenção, tratamento, direito”, ressaltou.
Simone concluiu a fala com três perguntas: “Você já fez seus exames este ano? Você tem controlado seu peso? Você tem feito atividade física regularmente? Bato nessa tecla, porque vimos o que disse o doutor Cícero Urban sobre como é importante levarmos uma vida saudável para ajudar na prevenção do câncer de mama”, finalizou.
Ações em Santa Catarina
Toque, prevenção, cuidado e amor”, a campanha de conscientização do governo de Santa Catarina deste ano, desenvolvida pela da Secretaria de Estado da Saúde (SES), remete aos passos do cuidado na prevenção, diagnóstico precoce e rastreamento do câncer de mama. Neste ano, a campanha também traz informações sobre o câncer de colo de útero desenvolvido por meio do Papilomavírus Humano – HPV.
A realização do autoexame é uma das formas mais simples de realizar a detecção e a porta de entrada para o atendimento aos pacientes que venham a perceber alguma alteração é Atenção Primária, através dos postos de saúde. “É importante que, ao aparecimento dos primeiros sintomas, o paciente já busque o atendimento. Quanto antes o tratamento iniciar, maior as chances de cura”, afirma.
Causa pelo Papilomavírus Humano
O HPV, desde 2014 o Governo Federal disponibiliza a vacina tetravalente para meninas entre 9 e 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, que protegem contra os tipos mais prevalentes do vírus e são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero. Mesmo tendo recebido a vacina a indicação é que mulheres a partir dos 25 anos realizem o exame preventivo (Papanicolau).
Ações pelo estado
A Maternidade Dona Katarina Kaus, de Mafra, realizará entre os dias 19 e 23 diversas atividades voltadas às servidoras e as pacientes. Sendo que nos dias 19 e 20 serão realizadas coletas de preventivo de câncer de colo de útero e exames de mama. A Maternidade Darcy Vargas, de Joinville, promoverá ações a partir do dia 4 de outubro, com gincanas, depoimentos de servidoras que venceram o câncer. No dia 20, às 19h30min, será realizada a live “Câncer de mama entre mitos e verdades” com Dr. Fernando Koenig.
Outubro Rosa no Congresso terá audiências, exposições e campanhas solidárias
O Congresso Nacional iniciou na segunda-feira, 4, a programação do Outubro Rosa, que marca o mês da conscientização sobre o câncer de mama. Os eventos se estenderão por todo o mês e incluirão audiências, palestras, exposições, campanhas de doação e exames médicos gratuitos. O Senado também lançará a segunda edição do seu Plano de Equidade de Gênero e Raça.
O início oficial do Outubro Rosa foi marcado pela iluminação das torres e das cúpulas do Congresso com a cor-tema da campanha. O rosa simboliza a preocupação com a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento do câncer de mama.
“A iluminação especial que o Congresso Nacional recebe até o final do mês de outubro é o símbolo do nosso comprometimento com o esforço internacional na luta contra o câncer de mama — destaca a senadora Leila Barros (Cidadania-DF), que comanda a Procuradoria Especial da Mulher.
Eventos
A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados vai promover audiências públicas em todas as quintas-feiras do mês de outubro, sempre a partir das 15h. Elas irão discutir aspectos do combate ao câncer de mama no Brasil. Todas terão transmissão ao vivo pelos canais de YouTube da Câmara e da Secretaria. Veja os temas: 7/10: A importância da navegação de pacientes para a melhoria da atenção ao câncer de mama; 14/10: O enfrentamento ao câncer de mama nas jovens mulheres – 18 a 49 anos; 21/10: As consequências da pandemia para o diagnóstico e tratamento do câncer de mana e de útero no Brasil; 28/10: A aplicabilidade das leis 10.223/2001, 12.802/2013 e 13.770/2018 da reconstrução mamária no Brasil.
Solidariedade
A Liga do Bem – entidade formada por servidores e colaboradores do Senado para ações de voluntariado – vai promover durante o mês campanha de arrecadação de cabelos e de acessórios para doação à Rede Feminina de Combate ao Câncer e ao Hospital da Criança de Brasília José Alencar. Os itens poderão ser deixados em caixas localizadas nas entradas principais do Senado e da Câmara. Servidores, parlamentares e também o público externo estão convidados a participar. Salões parceiros realizarão os cortes dos cabelos para doação. Os acessórios aceitos são lenços, bonés, chapéus, perucas, laçarotes e tiaras, entre outros. O Congresso também promoverá mamografias gratuitas para funcionárias terceirizadas. (Fonte: Agência Senado)
Mitos e verdades
O mastologista Cícero Urban listou alguns mitos e verdades relacionados ao câncer de mama:
– É falso que usar desodorante é fator de risco para o câncer de mama;
– Também é falso que usar sutiã apertado é fator de risco;
– É falso que um trauma pode causar câncer de mama;
– É falso que ele só aparece em quem tem histórico familiar: a maioria das mulheres acometidas pela doença não tem histórico familiar de câncer de mama;
– É falso que, se a mãe teve a doença, a filha certamente terá – o risco é maior sim, mas não necessariamente, será câncer;
– Ultrassom não substitui mamografia – é um exame complementar;
– Autoexame não substitui a mamografia;
– Não é necessário realizar a mamografia antes dos 40 anos – a não ser que seja algum caso de alto risco;
– Mulheres que estão amamentando podem fazer mamografias;
– Homens podem desenvolver câncer de mama, mesmo que os casos sejam mais raros.