“Trabalhamos muito com alavancagem, porém se você fica parado e não tem projeto, não pede e não sabe onde buscar novas oportunidades, você não ganha nada”

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Parte 2

O Jornal O Iguassú conversou essa semana com o prefeito de União da Vitória, Santin Roveda (PL), que falou sobre a sua administração a frente da prefeitura e comentou os desafios e conquistas nesses quase quatro anos de mandato. Santin também salientou sobre este momento em que passamos por uma pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) e mostrou como lidou com essa questão junto a sua equipe para realizar um trabalho da melhor forma possível em benefício da população de União da Vitória. A entrevista devido a pandemia foi realizada via telefone com o mandatário do município e será dividia em duas partes. A segunda parte da entrevista, começa agora.

Jorna O Iguassú: Pandemia: como está a situação do município. Esse ano havia um planejamento de obras e projetos e como está esse cronograma?

Santin Roveda: Tivemos que abrir mão de alguns poucos projetos, mas a maioria a gente se esforçou e readequou assim como os recursos financeiros e está conseguindo fazer ou já entregamos, ou está em licitação ou execução. Se você observar União da Vitória estamos presentes em todos os bairros com pavimentação asfáltica, reformamos quase todas a escolas municipais e junto com núcleo de educação quando o Ricardo Brugnago estava a frente (hoje Brugnago é o secretário municipal de educação) reformamos todas as escolas estaduais no município, umas com recursos do estado outras com parcerias entre município e estado. Reformamos vários postos de saúde na cidade e no interior. Pegamos uma estrutura física da outra gestão iniciada, mas sem equipamento. É como pegar um carro muito bonito sem motor. Tem que fazer o motor e colocar a gasolina, a gestão passada teve méritos, mas tivemos que dar continuidade. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por exemplo quando assumimos, a parte de equipamento não tinha nada, era uma estrutura de concreto em pé para trabalhar e fizemos isso.  Não tinha nem a parte de oxigênio passada no local, precisamos de muito empenho para deixar funcionando. Fomos em busca de muitos veículos novos para a saúde porque levamos em média 80 pessoas por dia para outras cidades para atendimento médico, para isso, precisamos de muitos motoristas e sem dúvida temos que ter veículos de qualidade e dignos para dar segurança a todos. Não vamos colocar as pessoas na estrada com veículo sem condições. Foram adquiridos 30 carros só para saúde.

Outra conquista foi R$ 3.200 milhões, que consegui no governo da Cida Borghetti, trabalhamos juntos e ela conseguiu proporcionar para a cidade muitos maquinários como escavadeiras, pá carregadeira, caminhões, tudo novo, foi uma renovação da roupagem da prefeitura.

As vezes falam, “mas é tudo dinheiro do governo do estado”, mas eu não fui burro, eu fui atrás de não gastar o dinheiro do município. Trabalhamos muito com alavancagem, porém se você fica parado e não tem projeto, não pede e não sabe onde buscar novas oportunidades, você não ganha nada. Se me preguntarem: União da Vitória teria o que está tendo o que teria, se eu não estivesse no comando da prefeitura? Modéstia parte, acredito que não. Tem que saber como pedir, como protocolar, tem que ficar em cima e martelando. A palavra persistência é fundamental para isso e ser obstinado.

União da Vitória se mostrou exemplo no tratamento da pandemia e o modo como tratou esse problema principalmente na questão da transparência de informações, como foi esse trabalho?

O que trouxe esse bom desempenho é ter uma equipe boa. Uma equipe boa não se faz com o compadre, com o vizinho, com o sobrinho, com o amigo. Se faz com bons profissionais e de excelência, dedicados e qualificados. Fechamos um núcleo de profissionais dentro da prefeitura que tomavam as decisões, muitas difíceis, a cada 20 minutos, de extremo diálogo e transparência com a sociedade, de mostrar a cara e colocar o problema em cima da mesa. Demostrar que o problema não era da prefeitura ou da saúde era um problema que todo mundo estava enfrentando no dia-a-dia. Tivemos um momento de terrorismo muito pesado, de afirmação que morreria 300 pessoas ou mais no município. Tivemos que ter sangue frio para analisar todas as decisões com cautela e serenidade. Ter a frente da secretaria o Dr. Ary Carneiro Junior foi fundamental e importante e ter a experiência e seriedade do vice-prefeito Bachir Abbas me fez ter calma nos momentos mais complicados passar por essa situação. Ter a imprensa auxiliando para combater a fake news foi muito importante. O tratamento precoce, que é o kit de medicamentos, sem vangloriar ou endeusar qualquer tipo de medicamento especifico, trabalhamos com todos os medicamentos, mas sem falar se era melhor ou pior, a gente demonstrou a eficácia no dia-a-dia e tratando precocemente qualquer síndrome gripal e concentrando tudo na UPA, porque o que acontece em outros municípios, eu estou com sintomas e não sei o que fazer. Isso gerou um pânico e eu vi acontecer em outros municípios e as pessoas acabavam me ligando perguntando o que fazer. Não era munícipe de União da Vitória, mas a gente tentava orientar e ajudar. Já o munícipe de União da Vitória tinha claro o que fazer, sabia que estava sendo cuidado e chegava na UPA e já tinha um lugar especifico e ainda tem para o Covid e outro para os tratamentos normais. Ali se entra num processo que a epidemiologia está cuidando de cada um, monitorando cada um, enquanto não vem o resultado. A gente cuida de cada pessoa como se movimentou, se quebrou a situação do isolamento e trabalhamos junto com o Ministério Público (MP), criminalizar nesse período isso, foi importante. Como tratamos todos os problemas colocamos na mesa e vendo que não é só nosso e sempre com transparência. Essa foi a grande sacada e chegar esse período no bom caminho.

JI: Você tem um projeto, ou obra que você destaca em sua gestão, “a menina dos olhos? ”

A ponte (José Richa) foi um trabalho a várias mãos, passou por 3 governadores. Beto Richa, Cida Borghetti e Carlos Massa Ratinho Junior, dando todo suporte, Valdir Rossoni (na época deputado federal licenciado e chefe da casa civil do governador Beto Richa), os deputados estaduais Hussein Bakri, Alexandre Curi e Bernardo Carli (In Memorian) entre outras pessoas que só tenho a agradecer. Me perguntam que é o pai da Ponte, digo que tem vários, mas posso dizer que eu sou a mãe (risos). Eu sofri muito, meio que tosos os dias da minha gestão, porque todo dia era uma mudança, entrave, readequação de projeto, desapropriações, mudança de valor do projeto que poderia ter, mas sem dúvida a minha “menina dos olhos” é a ponte, que não é só a ponte e todo aquele eixo de mobilidade que vem junto. Ela muda a vida e será um divisor de água literalmente para a nossa cidade.

JI: Foi um dos projetos que mais trouxe recursos para o município?

SR: É um valor muito grande que gerou empregos que no auge estavam 168 trabalhadores, fora a construção civil girando. São 30 milhões gastos em União da Vitória num projeto grandioso. Outro é a avenida Marechal Deodoro. Só eu sei a quão fantástica ela vai ficar essa avenida. É quase 4 quilômetros que inicia no Sesi e vai até o bairro Limeira, é uma distância gigantesca de revitalização da cidade que vai passar pelo centro, pelos bairros Rocio, São Basílio Magno, Rio D´Areia e Limeira e vais ser asfalto, ciclovia, calçadas, iluminação, ponto de ônibus novos, entre outras melhorias. Nunca foi dado dignidade para essa região, sempre dava o que sobrava. Estamos deixando o melhor para essa região. Um exemplo na Limeira, reformamos as escolas, colocamos mini arenas, colocamos parquinhos, estamos melhorando as calçadas na frente das escolas, pavimentação asfáltica em algumas ruas. É uma região que está bonita agora. Vai fazer toda a diferença para quem mora na região.

JI: A praça teve alguns problemas com as empresas que ganharam a licitação, mas é uma obra que dará uma nova cara para o centro histórico.

A praça é o ponto zero de União da Vitória. Foi uma ideia do Valdir Rossoni e minha de remodelar. Mas o projeto é fabuloso e diria que é uma das praças mais bonitas do Brasil.

O projeto foi feito pela prefeitura e assim como o Antiocho e o Pastuch que teve um empenho muito grande. Eu acho interessante falar que é o reflexo da autoestima dos moradores de União da Vitória como estava. Eu pedia para o setor de planejamento fazer o projeto e quando eu ia ver era uma coisa mais tímida do mundo, muito sem audácia. Um dia falei: vocês são jovens, tem internet, podem ver projetos do mundo inteiro. Por exemplo, no Antiocho a frente eu que falei, vejam o projeto da Michelin na Alemanha, brinquem, façam coisas baratas, mas divertida e legal. Daí começaram a fazer coisas mais diferentes que eu comecei a gostar. A praça é impressionante, quem vai lá (vamos tentar inaugurar dia 7 de setembro e fazer o hasteamento da bandeira lá), eu peço para a nossa equipe quando puderem ir lá e vejam, pois, dá um orgulho e uma sensação que vale a pena ser servidor público, estar dentro da prefeitura para fazer coisas boas. Pedi para fazer uma água que sai de baixo do chão, tem chimarrodromo, vai ter o café Cruzeiro, vai ser tudo de bom e de melhor.

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