Setembro Amarelo: Cuidados com a saúde mental na pandemia devem aumentar

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A pandemia e o a consequência do isolamento social, aumentou, segundo dados de órgãos ligados a saúde, o número de pessoas com depressão e outros problemas relacionados a saúde mental. Com isso o Setembro Amarelo, que é o mês de prevenção e orientação contra o suicídio ganhou mais destaque na mídia em geral. Dados de um estudo do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) revelam o adoecimento da saúde mental dos brasileiros durante o período de isolamento social por causa da pandemia de Covid-19.

Muitas ações governamentais iniciaram na primeira semana de setembro em sua maioria on line, devido ainda a Pandemia. A preocupação com a pandemia imposta pelo novo coronavírus fez com que se elevassem os casos de transtornos de saúde mental na população. Tanto pela situação atípica, quanto pelo impacto que a doença tem gerado nas famílias e nos profissionais de saúde. Por isso, este foi um dos temas abordados na décima reunião da Frente Parlamentar do Coronavírus da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), que aconteceu na manhã desta quarta-feira, 02, por videoconferência, e com transmissão pela TV Assembleia, nos canais 10.2 em TV Aberta e 16 pela Claro/Net, e redes sociais do Legislativo. “É um tema muito pertinente neste momento em que as pessoas estão trancadas em casa e com medo do que vem pela frente”, afirmou o coordenador do grupo, o deputado Michele Caputo (PSDB).

Ao enumerar algumas consequências psicológicas da pandemia, Osvaldo Tchaikovski Junior, diretor do hospital psiquiátrico Adauto Botelho, lembrou da elevação nos números de violência, nos divórcios, perdas das relações familiares, medo de adoecer, de perder alguém e os problemas econômicos, como desemprego, que geram danos à saúde mental. “O tema é fundamental, porque estamos no Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio. Para se ter uma ideia, para cada caso de suicídio, pesquisas apontam que houve 20 tentativas”, afirmou.  Ele defendeu o desenvolvimento de políticas de saúde mental, que podem ter consequências para muito além da pandemia. “Isso vale para o pós-pandemia. Incluindo a população e os profissionais de saúde”.

No Paraná, diversas secretarias municipais de saúde oferecem atendimento psicológico on-line de graça para a população. “Isso pode se tornar uma política pública permanente ampliada para todo o estado”, sugeriu.

Saúde mental se faz também com espiritualidade. Igrejas unidas em ações de fé e solidariedade – Falando como pastor evangélico e não como deputado, Alexandre Amaro (Republicanos), leu citações bíblicas para ilustrar o momento pelo qual passa a humanidade. “Quando nós olhamos à luz da Bíblia, percebemos que o que está ocorrendo pode ser encontrado nas Escrituras. E isso tem afetado de forma negativa as pessoas. Até mesmo pelo fato de as igrejas terem ficado fechadas, dificultando o convívio e limitando os atendimentos pastorais”, observou.

Para a psicóloga e colunista do Jornal O Iguassú, Roberta Strobino Silva, “o principal objetivo da campanha Setembro Amarelo é a conscientização sobre a prevenção do suicídio, buscando alertar a população a respeito da realidade da prática no Brasil e no mundo. Em nossas cidades o índice de suicídio é muito grande. Por este motivo abraçando esta causa com o mundo todo faz se está grande conscientização. A prevenção da saúde mental é primordial especialmente nessa época em que estamos vivendo, a época da pandemia o índice tem aumentado e muito.

A educação é considerada uma das primeiras medidas preventivas contra o suicídio. “Falar sobre o assunto. Quebrar esse tabu. Precisamos conscientizar as pessoas, esclarecer e abrir espaço para falar sobre suicídio”, explica Adriana Elias, enfermeira da Gerência de Vigilância de Doenças e Agravos Crônicos da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), da Secretaria de Estado da Saúde.

O MS destaca que não há como detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, porém ela pode dar alguns sinais que devem chamar atenção da família e de amigos. “O isolamento, o abuso de álcool e outras drogas, mudanças bruscas de humor, a diminuição do autocuidado e até a automutilação. Esses sinais, especialmente quando se manifestam ao mesmo tempo, requerem atenção especial”, alerta Adriana.

União Pró-Vida

O União Pró-Vida (UPV) foi fundado em União da Vitória em 2004, atuando como um posto do Centro de Valorização da Vida e atualmente opera a partir de Porto União, mantendo os conhecimentos e princípios recebidos do Centro de Valorização da Vida (CVV). O UPV é considerado de utilidade pública de acordo com as leis 3246/2005 (União da Vitória), e 3287/2007 (Porto União).

A missão da entidade é valorizar a vida contribuindo para que as pessoas tenham uma vida mais plena e, consequentemente, prevenindo o suicídio. E tem como valores a confiança na Tendência Construtiva da Natureza Humana; trabalho Voluntário motivado pelo espírito samaritano de acordo; com a Proposta de Valorização da Vida; direção Centrada no Grupo; Aperfeiçoamento Contínuo; comprometimento e disciplina.

O atendimento é nada mais que um ouvido amigo para as pessoas que estão passando por um momento difícil e precisam de apoio. Não se dá conselhos e nem se prescreve nada, apenas um ouvido amigo provisório para a pessoa em crise emocional.

No ano passado a entidade propôs providências de engenharia, urbanismo e arquitetura que dificultem o acesso de suicidas em potencial a locais tradicionalmente usados para a prática do ato como as pontes, com a construção de grades ao lado. Isso não vai evitar o suicídio, mas pode dificultar o ato acreditam especialistas.

De acordo com o voluntário Érico “é um projeto de apoio emocional prestados por pessoas que presta relação de ajuda, para pessoa com problema emocionais ou não, que nos procuram voluntariamente, isso é muito importante destacar. Essa busca é voluntária. Se nós temos um familiar ou amigo com problema emocionais ou não, e que estão desejosos e interesse de falar com alguém e desabafar, pode nos indicar e comentar o nosso trabalho. Fazemos o nosso trabalho de atendimento presencial na Rodoviária de Porto União e também é feito por um telefone fixo e pelo o whats app. Pelo telefone e presencial o atendimento é de segunda a sábado das 8h às 12h e das 14h às 18h. E pelo whats app o atendimento também de segunda à sábado das 8h às 12h e da 14h as 22h (Veja os números a baixo). É um trabalho voluntário e gratuito para as pessoas e também sigiloso, principalmente essa questão sigilosa, todos os voluntários assinam um termo de confidencialidade”, explica.  

De acordo com ele agora nesse momento de distanciamento social e isolamento, há pessoas que estão precisando conversar sobre qualquer tema sério e não têm com quem.

De setembro de 2017 ano em que retornou as atividades e até o mês de junho de 2020, já foram realizados 688 atendimentos, sejam eles, presenciais ou por telefone e whatsapp. “Cerca de 140 com intenção de suicídio, com a verbalização de tentativa ou pensando em cometer o suicídio. Não é preciso se identificar, nem dizer de onde está postando a mensagem. A pessoa que liga é quem conduz a conversação, não costumamos fazer perguntas”, afirma o voluntário Érico. 

Serviço:

Os atendimentos: Atendimento presencial (rodoviária de Porto União),

WhatsApp (42) 9 9138 1467 – atendimento das 8h às 12h e da 14h as 22h

WhatsApp 24 horas (42) 9 8890 0279

Telefone fixo 42-3523 7217 – atendimento das 8h às 12h e das 14h às 18h

A campanha Setembro Amarelo salva vidas!

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.

São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de um milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números a campanha Setembro Amarelo cresceu e hoje conquista o Brasil inteiro. Para isso, o apoio das Federadas, núcleos, associados e de toda a sociedade é fundamental.

Como resultado de muito esforço, em 2016, foi garantido espaços inéditos na imprensa e muitas parcerias. ​

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