Serasa lança curso de educação financeira com instrutoras youtubers

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Em vez de nome negativado, gastos planejados. Para promover a educação financeira e trazer conhecimento para os consumidores, a Serasa buscou ajuda no mundo da internet. A partir desta semana, a empresa lança o curso digital Trilha Financeira, com módulos apresentados por youtubers mulheres especializadas em finanças.

Totalmente gratuito, o curso tem sete módulos de uma hora e meia cada, a maioria apresentada por youtubers. Entre as influenciadoras convidadas estão Nath Finanças, Patrícia Lages, Mirna Borges e Nathaly Dias (do canal Blogueira de Baixa Renda).

Além das youtubers, o curso tem a ajuda de Vitor Coff del Rey, headhunter (caça-talentos) da Ponte para Pretos. Essa iniciativa divulga informações, oportunidades de mercado, estágios e bolsas de estudo nacionais e internacionais, com o objetivo de fazer a ponte entre as empresas e o mercado de trabalho e gerar oportunidades, com foco na questão racial.

Módulos

Além das aulas em vídeo, cada módulo tem textos de apoio que poderão ser baixados ou impressos pelo aluno. Dos sete módulos, quatro já estão disponíveis para serem cursados, com cada etapa sendo pré-requisito para a seguinte. Os três restantes serão lançados nos próximos meses.

O primeiro módulo trata do orçamento doméstico: explicando como elaborar um, como cortar gastos e como ganhar renda extra. O segundo explica os serviços bancários: tipos de contas que existem nos bancos (corrente, poupança, salário, digital etc.), cheques e todas as suas variações, diferença entre DOC e TED e como funcionam as análises dos bancos, como pontuação de crédito.

O terceiro módulo explica as dívidas, detalhando os diferentes tipos de débitos, a importância de conversar com parentes sobre o assunto e ensinando estratégias de renegociação. Com foco em renda, o quarto módulo dá dicas de como conseguir emprego, melhorar a qualificação profissional, ampliar a renda informal e formalizar de um negócio, apresentando noções de empreendedorismo.

Os três módulos restantes terão como tema os diferentes tipos de crédito, os cuidados para evitar fraudes e o planejamento para a realização de sonhos como casa própria, carro, estudos e viagens. A inscrição é gratuita e deve ser feita pelo site da Serasa. Qualquer pessoa cadastrada no site pode acessar o curso, também acessível em Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Lacuna

Coordenadora da Serasa, Joyce Carla diz que o reforço de influenciadoras digitais ajuda a aproximar o consumidor da educação financeira, fazendo-o entender melhor a relação com o dinheiro. “Queremos suprir a falta de educação financeira no Brasil, uma das causas que levam as pessoas a contrair dívidas, e pensar em formas de recuperar suas finanças. Para isso, o curso foi estruturado para permitir que o consumidor tenha uma jornada específica de aprendizado, de acordo com seu momento financeiro”, explica.

Esse é o primeiro curso digital de educação financeira totalmente gratuito organizado pela Serasa. A empresa também tem o portal Serasa Ensina, com mais de 3 milhões de acessos mensais, um podcast e um canal no Youtube com 224 mil inscritos. Braço da Serasa Experian responsável por aproximar a empresa de análise de dados dos consumidores, a Serasa tem diversos serviços digitais, como o Serasa Score (onde é possível verificar a pontuação), Serasa Antifraude e Novo Serasa Limpa Nome (que permite a renegociação instantânea de pendências financeiras).

Educação financeira nas escolas

O Paraná é um dos estados que implantou na grade curricular a educação financeira para os alunos.  A partir de 2020, a rede estadual de ensino do Paraná passou a ter aulas de empreendedorismo e de educação financeira. A inclusão das duas disciplinas na matriz curricular tem como objetivo desenvolver nos jovens, noções de protagonismo e autonomia, habilidades cada vez mais exigidas no mundo contemporâneo.

Para o secretário de Estado da Educação e do Esporte, Renato Feder, proporcionar aos estudantes acesso a conceitos básicos de economia e finanças, bem como de cooperativismo, trabalho em equipe e ética profissional, é fundamental, uma vez que auxilia no desenvolvimento dos estudantes enquanto cidadãos de direito.

“O Governo tem o olhar no futuro, e a educação empreendedora e financeira garante maior autonomia lá na frente, para tomar decisões, para desenvolver um bom trabalho em qualquer área, para administrar melhor o dinheiro. Esses são conhecimentos fundamentais para qualquer trabalhador ou empreendedor, que refletem no seu crescimento pessoal e profissional”, explica Feder.

A implementação da disciplina se dará por meio de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte e o Banco Central. No projeto-piloto, a disciplina será incluída no currículo do Ensino Fundamental da rede estadual e promoverá a aprendizagem do uso consciente do crédito, a redução da inadimplência, a diminuição do endividamento excessivo dos cidadãos, a formação de poupança, entre outros temas.

A ideia é que a abordagem em relação à Educação Financeira se dê de forma transversal, integrando a temática, até então inédita na Educação Básica brasileira, ao processo de ensino e aprendizagem de Matemática e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

EMPREENDEDORISMO

Já a disciplina de empreendedorismo, que tem carga horária de duas horas semanais, será ministrada a alunos do 6º ao 9º ano de instituições de Ensino Fundamental Integral, que já possuem carga horária ampliada, contemplando, num primeiro momento, estudantes de 47 escolas.

A emenda prevê educação empreendedora, ética profissional, trabalho em equipe e cooperativismo, característica marcante do Estado. Com carga horária de duas horas semanais, a matéria buscará desenvolver nos jovens as noções de protagonismo e autonomia.

Associação de Educação Financeira do Brasil

A Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF-Brasil) defende a importância do Documento de Orientações para Educação Financeira nas Escolas (Plano Diretor da ENEF, 2010), pois prepara as futuras gerações para desenvolver nelas as competências e habilidades necessárias para lidar com as decisões financeiras que tomarão ao longo de suas vidas.

Segundo a AEF a Educação Financeira não é um conjunto de ferramentas de cálculo, é uma leitura de realidade, de planejamento de vida, de prevenção e de realização individual e coletiva. Assim, faz todo sentido ser trabalhado desde os anos iniciais da vida escolar, afinal, é neste espaço onde damos os primeiros passos para a construção de nosso projeto de vida.

A Escola é um ambiente onde estudantes aprendem não somente os conhecimentos cognitivos, mas também o que lhes proporciona capacidade de administrar sua vida em sociedade, onde possam aprender a fazer escolhas e a sonhar, mas também a descobrir formas de realização desses caminhos que foram traçados A Educação Financeira é entendida como um tema transversal, que dialoga com as diversas disciplinas do sistema de Educação do Ensino Médio e Fundamental e, ao se desenvolver em sala de aula, possibilita ao estudante compreender que seus sonhos podem  se tornar realidade.

O Programa de Educação Financeira nas Escolas, formado por dois projetos – Ensino Médio e Fundamental- possui um projeto pedagógico e um conjunto de livros por níveis de ensino que oferecem ao aluno e ao professor, atividades educativas que permitem a inserção do tema na vida escolar.

O modelo pedagógico e o conteúdo foram concebidos tendo como base o documento “Orientação para Educação Financeira nas Escolas”, construído com a participação do Ministério da Educação (MEC), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) e diversas outras instituições educacionais e financeiras ao longo de um ano, coordenado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Esse documento embasa e propõe a forma de alinhamento da Educação Financeira e seus conteúdos formais ao currículo da Educação Básica, fundamentado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e seus instrumentos normativos. A proposta é oferecer ao aluno informações e orientações que favoreçam a construção de um pensamento financeiro consistente e o desenvolvimento de comportamentos autônomos e saudáveis.

Tanto o modelo pedagógico quanto os conteúdos financeiros possibilitam ao aluno se colocar  como protagonista de sua  história de vida, dando a ele condições de planejar e fazer acontecer o futuro  que deseja para si , em conexão com o grupo familiar e social a que pertence.

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