Seis em cada dez brasileiros pretendem comprar presentes para si mesmos no Natal, aponta pesquisa CNDL/SPC Brasil

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Dezembro chegou e com a proximidade do Natal, muitos brasileiros acreditam ser a ocasião perfeita para se recompensar pelo intenso ritmo de trabalho e pelas dificuldades enfrentadas ao longo do ano. Pesquisa conduzida pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) nas 27 capitais brasileiras aponta que seis em cada dez (65%) consumidores devem se auto presentear na data — um crescimento de 11 pontos percentuais em relação a 2018. A expectativa é de que 101,6 milhões de pessoas comprem algum presente para si mesmas neste fim de ano, o que promete movimentar cerca de R$ 36,7 bilhões na economia.

Boa parte desse fenômeno é movido pelo aspecto emocional em suprir uma necessidade aliada à reconfortante ideia do “eu mereço”. De acordo com o levantamento, entre os que estão dispostos a comprar presentes para si mesmos, 51% afirmam que o fazem por precisar de algum produto e, por essa razão, aproveitam esta época. Outros 30% justificam ser uma recompensa por terem trabalhado muito em 2019, enquanto 17% admitem que o Natal é somente um pretexto para comprar.

O gasto médio do presente será de R$ 170, sendo que 42% têm intenção gastar até R$ 150. Em média, a pesquisa mostra que os consumidores planejam comprar dois presentes para si próprios. Os itens mais desejados são roupas (55%), calçados (31%), perfumes e cosméticos (27%), celulares ou smartphones (17%), acessórios (14%) e livros (11%).

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, é importante o consumidor ficar atento às suas finanças para evitar endividamentos. “Nesta época há muitos custos que vão muito além dos presentes de Natal. O ideal é planejar as despesas de acordo com o orçamento pessoal e familiar, sabendo com antecedência quanto será possível gastar. É recomendável que a pessoa não se deixe levar pelas emoções e exagere nos gastos. Fazer uma lista prévia do que se deseja e pesquisar preços é um bom caminho para não extrapolar as despesas”, orienta Marcela.

50% dos pais admitem que filhos influenciam na escolha dos presentes que vão ganhar; 11% afirmam que deixarão de pagar alguma conta para atender vontade das crianças

O Natal não faz apenas a alegria dos adultos, mas das crianças e adolescentes também. E os filhos têm uma influência importante na escolha dos presentes que vão ganhar. Se por um lado, o estudo revela que praticamente a metade (47%) dos consumidores com filhos garantem comprar sozinhos os presentes das crianças, outra metade (50%) admite que os filhos são os verdadeiros influenciadores na hora da escolha:  43% escolhem conjuntamente com os pais, enquanto 7% permitem que os filhos tenham a palavra final sobre o presente.

Outro dado significativo refere-se ao peso do presente dos filhos no orçamento doméstico. Quase 11% dos entrevistados admitem que vão deixar de pagar alguma conta para atender às vontades de seus filhos, especialmente o cartão de crédito (4%) e os impostos de início de ano (3%). Em contrapartida, 77% não pretendem deixar de pagar contas com esse objetivo e 11% ainda não decidiram o que farão.

“Fugir à própria realidade financeira na hora de dar os presentes de Natal significa criar um problema que pode se tornar grave em pouco tempo, além de não demonstrar bom exemplo. Os pais têm todo o direito de agradar aos filhos, desde que priorizem o pagamento das despesas básicas e demais necessidades familiares”, analisa o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.

Contratação de temporários para o Natal será a maior em seis anos, indica CNC

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que a oferta de vagas temporárias para o Natal de 2019 será a maior em seis anos. Segundo projeção da entidade, serão contratados 91 mil trabalhadores temporários neste fim de ano para atender ao aumento sazonal das vendas. O número é 4% maior do que o registrado em 2018 (87,5 mil). O Natal é a principal data comemorativa do varejo e deve movimentar R$ 35,9 bilhões em 2019.

“Contribuem para a retomada parcial do nível de atividade do setor a inflação baixa, os juros básicos no piso histórico, os prazos mais amplos para a quitação de financiamentos e, principalmente, a liberação de recursos extraordinários para o consumo, como os saques no FGTS e no PIS/Pasep”, afirma José Roberto Tadros, presidente da CNC.

Regionalmente, São Paulo (22,6 mil), Minas Gerais (10 mil), Rio de Janeiro (9,4 mil) e Rio Grande do Sul (7,6 mil) concentrarão mais da metade (54%) da oferta de vagas. De acordo com o estudo da CNC, os maiores volumes de contratações deverão ocorrer nos ramos de vestuário (62,5 mil vagas) e de hiper e supermercados (12,8 mil). “Entre os segmentos do varejo, as lojas de vestuário, acessórios e calçados são, historicamente, as mais afetadas positivamente pelas vendas natalinas”, lembra o economista da Confederação Fabio Bentes, que completa. “Enquanto o faturamento do varejo cresce em média 34% na passagem de novembro para dezembro, no segmento de vestuário esse percentual costuma subir 90%.”

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