As unidades básicas de saúde estarão abertas neste sábado, 14, das 8h às 16h para a coleta de exame preventivo de câncer de colo uterino e agendamento de exames de mamografia de rastreamento em União da Vitória. As ações fazem parte das comemorações do Dia da Mulher e da programação do aniversário de 130 anos de União da Vitória.
“Convidamos todas as mulheres para aproveitarem esse dia e realizarem seus exames. Além disso, também haverá o recadastramento do Cartão SUS (veja as informações no box 01). Pedimos a todos que realizem esse cadastro pois é uma exigência do Ministério da Saúde e importantíssimo para nós”, destaca o Secretário de Saúde, Ary Carneiro Jr.
Para a realização dos exames é preciso apresentar o Cartão SUS. Para fazer a atualização do cadastro, é necessário apresentar os documentos pessoais de todos os membros da família: RG, CPF, certidão de nascimento ou casamento, comprovante de residência, cartão SUS.
Exames
O médico radiologista Hilton Leão Filho, diretor de Comunicação do CBR disse que mamografia é o único exame de rastreamento que tem uma redução de mortalidade comprovada de câncer de mama. “E o mamógrafo não é um aparelho caro, comparado com ressonância magnética, por exemplo”, disse o médico.
Leão Filho espera que a população feminina, especialmente, esteja se conscientizando de que, apesar de ser desconfortável, a mamografia é o único exame que reduz a possibilidade de morte por câncer de mama. O exame deve ser feito uma vez por ano por mulheres na faixa etária de 40 anos a 74 anos.
O especialista descartou a necessidade de proteção de tireoide na hora da mamografia. Segundo o Leão Filho, a radiação pela mamografia “é minúscula e direcionada só na mama”. A colocação do protetor pode alterar o sensor que mede o grau de radiação. “Pode dar mais radiação e pode prejudicar o exame”. O Ministério da Saúde informou que, nos últimos três anos, foram realizadas 12,4 milhões de mamografia no Brasil.
Outro problema encontrado em algumas cidades é a falta de equipamentos para os axames. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Vilmar Marques, disse que, muitas vezes, as mulheres não conseguem fazer mamografias porque os mamógrafos estão instalados nos grandes centros. “Mas quando você sai dos grandes centros, esses mamógrafos não estão pulverizados em todas as regiões e não se consegue fazer o exame de rastreamento para identificar precocemente o câncer de mama, a fim de que a mulher atinja a cura da doença”.
Imaginando que a paciente tenha feito a mamografia e o resultado do exame dê alterado, essa mulher terá que procurar um médico especialista para fazer uma biópsia. “Mas ela não consegue marcar esse exame, porque tem dificuldade de encontrar uma vaga com um médico especialista. Mas depois de três ou quatro meses, ela consegue essa consulta. Ela faz a biópsia mas, como demorou muito tempo, entretanto, ela chega ao médico com a doença em estágio mais avançado. Isso reflete direto no prognóstico da paciente”, disse o vice-presidente da SBM.
Acesso
Se a paciente tiver um tumor de mama palpável, até que faça a biópsia e siga para a cirurgia, o estágio da doença já progrediu, “porque ela demora, às vezes, seis meses para conseguir tudo isso”. Vilmar Marques afirmou que “é por isso que a SBM bate nessa tecla do acesso”. O médico defende que a paciente tem que ter acesso facilitado na consulta com um mastologista, realizar a biópsia em tempo hábil e ter o tratamento definitivo também em tempo hábil.
Marques recordou que isso é garantido por lei. Porém, a Lei 12.732, de 2012, que instituiu prazo máximo de 60 dias para o tratamento de pacientes com câncer, ainda não é cumprida em geral. “A partir do diagnóstico, ela tem que ter o tratamento instituído em dois meses. Infelizmente, isso não é a realidade para as pacientes do SUS, de baixo poder aquisitivo. Por isso, a SBM está insistindo nesse tema do acesso, para que a letargia do sistema não interfira no prognóstico das pacientes com câncer de mama”, apontou Marques.
De acordo com o Ministério da Saúde, ”para que o prazo da lei seja garantido a todo usuário do SUS, é necessária uma parceria direta dos gestores locais, responsáveis pela organização dos fluxos de atenção. Estados e municípios possuem autonomia para organizar a rede de atenção oncológica e o tempo para realizar diagnóstico depende da organização e regulação desses serviços”.
Em Santa Catarina, de autoria do deputado Valdir Cobalchini (MDB) foi aprovado o projeto de lei na terça-feira, 10, que fixa o prazo máximo de 30 dias, a partir da data do diagnóstico, para início do tratamento de câncer na rede pública de saúde. A proposta representa, na prática, uma redução do limite de 60 dias de espera estabelecido pela legislação federal.
“O Projeto é destinado a assegurar e promover, em condições de igualdade, o acesso ao tratamento adequado e o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa com câncer. Por meio deste projeto de lei, se pretende criar um marco regulatório que seja alicerce para a atuação do Estado no enfrentamento da doença”, explicou Cobalchini.
A ideia da SBM é chamar a atenção da população e do poder público para a falta de acesso das mulheres brasileiras ao diagnóstico precoce e ao tratamento do câncer de mama. De acordo com a entidade, cerca de 60% dos casos chegam aos consultórios em estágio avançado, principalmente nas pacientes atendidas pelo SUS e isso se deve, principalmente, às dificuldades para agendar consultas e a mamografia, além da demora para receber o diagnóstico e iniciar o tratamento.
BOX 01
RECADASTRAMENTO DO CARTÃO SUS
Moradores de União da Vitória devem fazer atualização cadastral da Secretaria de Saúde. A medida é uma determinação do Ministério da Saúde. “Somos 57.517 habitantes e todos precisam fazer o cadastro até mesmo quem tem plano de saúde”, explica o Secretário de Saúde, Dr. Ary Carneiro Jr.
A atualização é exigência do Ministério da Saúde e faz parte da avaliação dos critérios para o repasse de recursos para os municípios da nova forma de financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS). “Segundo o IBGE, a população de União da Vitória é 57.517 habitantes, mas no sistema constam 42.231 pessoas cadastradas. Ou seja, cerca de 15 mil pessoas não estão cadastradas. Dessa forma o município poderá perder recursos para área de saúde, se não realizar essa atualização cadastral das pessoas residentes. Mesmo que o munícipe tenha plano de saúde ou mesmo declare que não usa o SUS, devemos realizar este cadastro”, afirma o Secretário de Saúde.
O cadastro também será feito pelos Agentes Comunitários de Saúde ou profissionais de saúde por meio de visitas às residências, mas a população deve procurar a Unidade de Saúde mais próxima. “É necessário realizar essa atualização em todos os cadastros, para ter uma base de dados de todos que residem no município, para facilitar o acesso as ações e serviços que venham a necessitar ao longo da vida”, destaca Ary Carneiro.
QUAIS DOCUMENTOS SÃO NECESSÁRIOS?
Para fazer a atualização do cadastro é necessário apresentar os documentos pessoais de todos os membros da família: RG, CPF, certidão de nascimento ou casamento, comprovante de residência, cartão SUS. “Todos os membros da família precisam ter CPF, inclusive as crianças, pois futuramente os sistemas irão relacionar ao número do CPF todos os procedimentos realizados nas pessoas”, ressalta Dr. Ary.
ATÉ QUANDO?
O prazo para atualização cadastral vai até o dia 1 de abril. “Queremos destacar que essa será uma necessidade de todos os municípios. A diferença é que União da Vitória está saindo na frente para que possamos cumprir 100% das exigências e garantir todos os recursos para a saúde, que são tão importantes”, afirma Santin Roveda.
BOX 02
• A mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama – é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Fora dessa faixa etária e dessa periodicidade, os riscos aumentam e existe maior incerteza sobre benefícios.
• A mamografia permite identificar melhor as lesões mamárias em mulheres após a menopausa. Antes desse período, as mamas são mais densas e a sensibilidade da mamografia é reduzida, gerando maior número de resultados falso-negativos (resultado negativo para câncer em pacientes com câncer) e também de falsos-positivos (resultado positivo para câncer em pacientes sem câncer), o que gera exposição desnecessária à radiação e a necessidade de realização de mais exames.
• O Ministério da Saúde recomenda contra o rastreamento com mamografia em mulheres com menos de 50 anos (recomendação contrária forte: os possíveis danos claramente superam os possíveis benefícios). Por isso, também as principais diretrizes e programas de rastreamento do mundo não recomendam o rastreamento de mulheres abaixo desta idade.
• O rastreamento com mamografia, mesmo na faixa etária recomendada, implica em riscos que precisam ser conhecidos pelas mulheres. Além dos resultados falso-positivos e falso-negativos, o rastreamento pode identificar cânceres de comportamento indolente, que não ameaçariam a vida da mulher e que acabam sendo tratados (sobrediagnóstico e sobretratamento), expondo-a a riscos e danos associados. As mulheres devem ser orientadas sobre riscos e benefícios do rastreamento mamográfico para que possam, em conjunto com o médico, decidir sobre a realização dos exames de rotina e exercer sua autonomia.
• A avaliação das Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama no Brasil é de que, na faixa etária de 50 a 69 anos e com periodicidade bienal, os possíveis benefícios do rastreamento superam seus riscos.
• Atualmente não se recomenda o autoexame das mamas como técnica a ser ensinada às mulheres para rastreamento do câncer de mama. Grandes estudos sobre o tema demonstraram baixa efetividade e possíveis danos associados a essa prática. Entretanto, a postura atenta das mulheres no conhecimento do seu corpo e no reconhecimento de alterações suspeitas para procura de um serviço de saúde o mais cedo possível – estratégia de conscientização – permanece sendo importante para o diagnóstico precoce do câncer de mama. A mulher deve ser estimulada a conhecer o que é normal em suas mamas e a perceber alterações suspeitas de câncer, por meio da observação e palpação ocasionais de suas mamas, em situações do cotidiano, sem periodicidade e técnica padronizadas como acontecia com o método de autoexame.
• A superação das barreiras para redução da mortalidade por câncer de mama no Brasil envolve não apenas o acesso à mamografia de rastreamento, mas controle de fatores de risco conhecidos e, sobretudo, a estruturação da rede assistencial para rápida e oportuna investigação diagnóstica e acesso ao tratamento de qualidade.
• Esforços nesse sentido estão sendo feitos e dependem do fortalecimento do Sistema Único de Saúde para garantia de acesso à saúde pública de qualidade ao conjunto da população brasileira.
Olá, como vai ?
Sua puplicação é interessante, poderia divullgar neste meu
site?
http://www.planosdesaudehdm.com.br
.
Um abraço.