SC permanece em alerta para chuvas intensas. Na região, nível do Rio Iguaçu preocupa; Entenda o que causou as precipitações

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Autoridades estão monitorando o nível do rio, cidadãos temem nova enchente

No mês de janeiro, ocorreram chuvas intensas em diversas regiões do Sul do País durante vários dias seguidos. Os acumulados passaram dos 100mm entre a Grande Florianópolis e o Litoral Sul. Foi o janeiro mais chuvoso dos últimos três anos, conforme a Defesa Civil de Santa Catarina. Houve registro de mais de 300m de chuva apenas na última semana em Florianópolis, sendo que eram esperados 250mm. No Vale do Iguaçu, levantam-se preocupações sobre o nível do rio, que no dia da confecção dessa matéria, 27, se encontrava com 4,85 metros às 16h.

O nível do Rio e o risco de enchentes

A reportagem do Jornal O Iguassú conversou com responsável pela Defesa Civil de União da Vitória, Douglas Malschitzky , que explicou mais sobre a situação das chuvas, “A Defesa Civil Municipal está em alerta, fazendo o monitoramento do rio e preparada em caso de necessidade de retirada de algumas famílias, caso o nível do Iguaçu continue subindo. O nível do rio está nesse momento em 4,80 [12:00 horas] metros, subindo cerca de 0,3 cm, menos de meio centímetro, por hora, e alguns momentos estabilizando o nível, porém a previsão é que a chuva continue no Estado do Paraná”, disse. Douglas informou que “O leito normal do rio é 2 metros, nível que estava nos primeiros dias de janeiro”. Para ele, o maior risco que as chuvas intensas apresentam é a enchente, onde ocorre a “retirada de mudança e toda a assistência as famílias que precisem de auxílio”, explicou sobre o processo de assistência a famílias atingidas pela enchente.

Entenda o que causou as precipitações

De acordo com especialistas, essa situação é causada por uma série de fatores. A explicação é de uma convergência de fluxos que trazem umidade, associada à atuação de sistemas de baixa pressão e uma maior temperatura das águas do oceano próximas à costa catarinense. Segundo o meteorologista-chefe da Defesa Civil estadual de Santa Catarina, Murilo Fretta, dois fluxos de umidade chegaram ao Estado nos últimos dias, um vindo da Amazônia, com direção noroeste, e outro vindo do oceano Atlântico. Eles foram impactados por dois sistemas de baixa pressão, denominados de cavado e vórtice ciclônico, que jogavam esta umidade para os níveis mais altos da atmosfera, provocando o aumento da quantidade de água precipitável. 

“Toda essa convergência estava principalmente sobre o litoral de Santa Catarina. O calor e o aumento da umidade favorecem o desenvolvimento de nuvens e a consequente queda da chuva. Outro fator que também influencia é o relevo da região”, explica Fretta.

Segundo o meteorologista, em Santa Catarina persiste a chuva ao longo desta semana, por conta da alta umidade e dos sistemas de baixa pressão. A diferença é que elas devem ocorrer principalmente em forma de pancadas e temporais, com a possibilidade de altos volumes em espaços curtos de tempo. As regiões da Grande Florianópolis, do Vale do Itajaí e do Litoral Norte seguem em alerta de risco máximo para deslizamentos.

“A orientação é que a população siga atenta aos avisos da Defesa Civil e comuniquem as autoridades ao menor sinal de perigo ou de alterações no solo. O momento é de atenção e temos nossas equipes mobilizadas para atender a população”, salientou.

Autoridades monitoram a situação climática

Equipes do Corpo de Bombeiros de Militar de Santa Catarina e da Defesa Civil estadual estiveram mobilizadas durante todo o mês para o atendimento das ocorrências relacionadas às fortes chuvas que caem sobre o Estado. A região mais atingida é a Grande Florianópolis, onde foram registradas pelo menos três ocorrências de deslizamento, uma delas com vítimas de soterramento. Foi confirmado que duas pessoas, mãe e filha, morreram após um deslizamento de terra e desabamento de um muro, no bairro Saco Grande, na Capital.

“Nós estamos alertas e prontos para atender as ocorrências no estado. O Corpo de Bombeiros Militar já está monitorando a situação de Santa Catarina nestes últimos dias e seguirá enquanto for necessário”, afirma o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, coronel Charles Alexandre Vieira, que também preside o Colegiado Superior de Segurança Pública. “Em caso de emergência as pessoas podem nos acionar pelo telefone 193. Reforçamos apenas o pedido para que as pessoas não fiquem em áreas de risco, não transitem em locais alagados e se antecipem para evitar tragédias, ainda pedimos para aquelas que estão em segurança, que fiquem em suas casas”, complementa.

As equipes do Governo do Estado seguirão monitorando a situação nos próximos dias em razão do encharcamento do solo, quando a probabilidade de ocorrências de deslizamento e desmoronamento aumenta.

Com as fortes chuvas que atingem principalmente as regiões do Planalto Norte, Litoral Norte e Vale do Itajaí, o Corpo de Bombeiros Militar e a Defesa Civil de Santa Catarina reforçam a necessidade de maior vigilância da população quanto aos riscos de inundações, deslizamento de terra, panes elétricas, entre outras ocorrências.

“Nós estamos alertas para atender as ocorrências que surgirem por conta das chuvas no estado. O Corpo de Bombeiros Militar já está monitorando a situação de Santa Catarina, junto às equipes da Defesa Civil no Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres, e está a pronto emprego para quando for necessário”, afirma o o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, coronel Charles Alexandre Vieira. “Em caso de emergência, as pessoas podem nos acionar pelo telefone 193. Reforçamos apenas o pedido para que as pessoas não fiquem em áreas de risco, não transitem em locais alagados e se antecipem para evitar tragédias”, complementa.

Orientações do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina:

– Não caminhe por áreas alagadas. A água pode estar contaminada, provocando doenças ou lesões, ou ainda esconder fios de energia elétrica que podem causar choques e problemas mais graves;

– Se a água estiver chegando próximo e ameaça entrar na sua residência, levante os móveis, eletrodomésticos e roupas, ou, se possível, cubra com lona. Separe um kit com remédios, algumas roupas e artigos de maior necessidade, como documentos, e, procure um local seguro para se abrigar. Caso seja necessário procure os abrigos municipais;

– Caso você tenha um local seguro e não alagado para se abrigar, faça uma reserva de alimentos, água potável e pilhas para lanternas;

– Pessoas acamadas, gestantes, crianças e idosos devem ser levados com prioridade para áreas seguras. Se precisar de ajuda, acione a Defesa Civil pelo fone 199 ou o Corpo de Bombeiros Militar pelo fone 193;

– Não transite de carro em ruas alagadas. Os motores de alguns veículos não são adaptados para inundações e acabam falhando;

– Se houver sinal de movimentação de solo, como muros que possam cair, árvores tortas ou caídas, rachaduras ou descida de terra com água, tipo enxurrada, saia do local de risco e acione a Defesa Civil para uma avaliação mais criteriosa;

– Turistas que estão em cidades atingidas pelas chuvas devem se antecipar para os deslocamentos evitando passar por áreas alagadas. Se tiverem voos agendados, precisam sair de casa com bastante antecedência para evitar contratempos;

– Seja proativo. Deixe o local com risco de inundação antes que isso não seja possível de ser realizado com segurança

– Evite áreas onde ocorreram desastres. Sua presença pode atrapalhar a atuação das equipes de emergência;

– Contate familiares e amigos e avise que você está bem.

Cuidados pós-chuvas

É preciso ter cuidado, mesmo após as chuvas, para evitar novas ocorrências, por isso é indicado para que a população não suba em telhados que estejam molhados, em árvores ou locais que estejam instáveis.

Nos casos de destelhamento a recomendação é que as pessoas não tentem subir em móveis, escadas ou no próprio telhado, para colocação de lonas, sem o equipamento de proteção individual, para atuação em altura. Uma opção mais segura é proteger os móveis com as lonas, ou criar uma proteção interna. Não tente reparar a rede elétrica por conta própria, chame um técnico, especialista no assunto.

Cortes de árvore:

O CBMSC realiza o procedimento de retirada de árvores quando estão interditando vias públicas ou quando há risco para uma residência. Nestes casos acione o 193, caso não se enquadre nestas situações, deve ser acionado um serviço particular.

Alertas

A Defesa Civil de Santa Catarina emitiu alertas com cerca de 24 horas de antecedência e reforça a importância do cadastro para o recebimento de alertas SMS. Para isso basta enviar uma mensagem de texto SMS para o número 40199 contendo no corpo do texto apenas o Código de Endereçamento Postal (CEP) do local que deseja ser monitorado.

Emergência

Em caso de emergência a primeira recomendação é que as pessoas que precisam de auxílio mantenham a calma e utilizem o telefone 193, que é o canal de comunicação com o CBMSC para as ocorrências que possam trazer risco à vida. Também podem acionar a Defesa Civil pelo telefone 199.

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