Saúde de União da Vitória inicia monitoramento com pacientes Pós-Covid

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A Secretaria de Saúde de União da Vitória iniciou na semana passada o monitoramento e pesquisa com os pacientes que tiveram Covid-19. As informações vão ajudar a Secretaria a entender melhor os dados da doença no município e também monitorar o caso Síndrome Pós-Covid e efeitos adversos que o paciente possa vir a ter depois do coronavírus.

Estão sendo enviados através do aplicativo de mensagens Whatsapp um formulário, onde o paciente deve responder algumas perguntas como há quanto tempo ele teve a Covid-19, se ele possui comorbidades e se apresentou ou apresenta algum sintoma depois de ter tido a doença. Junto com o formulário está sendo enviada uma sugestão de rotina pós-covid, que incluem orientações para quem está se recuperando da doença.

O monitoramento passou por uma fase de teste na última semana, e a partir de agora inicia o seu funcionamento efetivo, todas as mais de 7 mil pessoas que foram positivadas pela doença no município serão procuradas para participar do monitoramento. Para aquelas que não possuem acesso ao aplicativo de mensagem o contato será feito por telefone.

O contato está sendo feito exclusivamente pelo número (42) 8403-5817 e na mensagem está sendo feita a identificação como Secretaria da Saúde e todas as informações são sigilosas, sendo utilizadas apenas para fazer o monitoramento e levantamento dos dados relativos à doença.

“É muito importante que as pessoas que recebam o formulário pelo Whatsapp façam o preenchimento, para que possamos entender o perfil da doença, e também fazer o monitoramento dos pacientes que venham a ter problemas de saúde causados pela Covid-19”, afirmou o secretário da saúde, Fernando Ferencz.

Os profissionais das Unidades de Saúde receberam capacitação para fazer o atendimento de pacientes pós-covid, e as pessoas que apresentam sintomas após a recuperação da doença devem procurar a Unidade de Saúde mais próxima da sua residência, para receber o atendimento e encaminhamento de acordo com a sua necessidade, explicou o secretário.

APÓS INTERNAÇÃO POR COVID-19, PACIENTES ENFRENTAM DISTÚRBIOS DE SONO

Pesquisadores do Instituto do Sono apontam que pacientes internados com covid-19 podem apresentar distúrbios do sono como manifestação de estresse pós-traumático. Durante o período de internação, é comum a piora na qualidade de sono decorrente do atendimento médico em horários diversos, barulho e iluminação excessiva. E, após o retorno para casa, são relatados casos de pesadelos e dificuldades para retomar um sono sem fragmentação.

“O ciclo circadiano [espécie de relógio interno controlado pela luz] está interrompido, então manter um horário de dormir e acordar é fundamental para que ele possa ter melhora na recuperação”, aponta Priscila Kalil Morelhão, pesquisadora do Instituto do Sono. A definição de um horário para deitar faz parte do que se conhece como “higiene do sono”, que envolve uma série de regras para garantir uma noite reparadora.

“O sono é um comportamento essencial para a nossa vida. A gente precisa dormir para que os reparos musculares e reparos na memória ocorram. Se eu não tenho uma boa qualidade do sono, o meu sistema musculoesquelético pode ser afetado, pode ser, não necessariamente é, por atrofias musculares, além de questões como mau humor, ansiedade e depressão”, explica Priscila. Ela destaca que a boa qualidade do sono é fundamental para a recuperação completa de paciente que tiveram covid-19.

A pesquisadora orienta que o ideal é buscar ajuda profissional para que sejam avaliadas as medidas necessárias em cada caso, mas algumas ações podem ajudar pacientes que já estejam num estágio de maior autonomia. Além de ter horário regular para deitar e acordar, é importante evitar estimulantes a partir do fim da tarde, como café. Atividades físicas também podem ajudar na regulação do sono. “Nós recomendamos não fazer essas atividades próximo do horário de dormir, porque pode ter aumento da adrenalina.”

A ingestão de bebidas alcóolicas, também impactam na fragmentação do sono. Não é recomendado ainda o uso de eletrônicos, como televisão e celular, antes de dormir. “Todas essas medidas são importantes para que ele possa ter uma melhora da qualidade do sono e consequentemente uma melhor recuperação”, afirma a pesquisadora.

Em paralelo a essas medidas, profissionais de fisioterapia podem avaliar a necessidade de exercícios motores e cardiorrespiratórios.

O Instituto do Sono sistematizou alguns exercícios que podem ajudar pessoas com dificuldade no sono. Após receber orientação de um profissional, para agilizar o processo de recuperação, o paciente poderá realizar exercícios em casa duas vezes ao dia.

“A pessoa deve começar de forma lenta, bebendo água no intervalo dos exercícios e aumentando a intensidade à medida que sentir mais confiança. Os exercícios devem ser suspensos em caso de febre, palpitações, dor de cabeça e coração acelerado”, alerta o instituto.

PROJETO PILOTO

Após visitas em cinco hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) para avaliar o desempenho na assistência hospitalar em pacientes pós-Covid-19, o projeto-piloto “Reabilitação pós-Covid-19” constatou um aumento de 26% na evolução dos pacientes em relação à independência motora e funcional dos pacientes no SUS. Além de elevar para 120% o valor agregado da internação até a alta, ou seja, mais qualidade nos serviços de saúde prestados e melhor experiência vivida por eles.

A iniciativa é do Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), executada pelo Hospital Sírio Libanês. Os projetos implementados no Hospital Geral de Fortaleza (CE), Hospital de Base (DF), Hospital Municipal de Contagem (MG), Hospital Geral de Palmas (TO) e Hospital Geral do Trabalhador (PR), tem como objetivo trabalhar a reabilitação de pacientes críticos pós-Covid-19, implementar a alta segura, o giro de leitos e promover a retomada segura das atividades hospitalares eletivas no SUS.

Um dos desafios do projeto é implementar o trabalho das equipes multiprofissionais e capacitar esses profissionais em meio a pandemia. Na fase piloto, cerca de 250 profissionais foram capacitados em mais de 320 horas de troca de conhecimento mútuo. A equipe de intervenção é composta por: médico, especialista em gestão hospitalar, fisioterapeuta, nutricionista, enfermeiro, fonoaudiólogo e assistente social.

O “Reabilitação pós-Covid-19” tem duas fases, a primeira tem duração de dois meses de intervenção e a segunda consiste em quatro meses de monitoramento.

Exercício de respiração

Respire suavemente, usando o mínimo de esforço possível;

Inspire pelo nariz e expire pela boca, franzindo os lábios como se fosse apagar uma vela;

Tente liberar qualquer tensão em seu corpo a cada expiração;

Gradualmente tente respirar mais lentamente e fechar os olhos para se concentrar na respiração e relaxar.

Exercícios motores

Deite-se de lado na cama, dobre a perna de baixo e mantenha a perna de cima esticada;

Levante a perna esticada em direção ao teto;

Abaixe lentamente a perna em direção à cama. Se achar que é muito fácil, segure a perna para cima por 10 segundos.

Sentar e levantar

Sentar e levantar cinco vezes de uma cadeira.

Fortalecimento de ombro

Sente-se reto em uma cadeira ou fique de pé com os braços ao lado do corpo;

Levante o braço lateralmente até a altura do ombro e lentamente de volta ao seu lado;

Se achar que é muito fácil, segure um peso em suas mãos.

Exercícios de perna em pé

Fique de pé com os pés juntos, segurando uma cadeira firme para se apoiar;

Levante a perna de fora para o lado e retorne lentamente à posição inicial;

Repita o exercício levantando a perna para trás ou elevando o joelho para a frente.  Se achar que é muito fácil, repita os movimentos sem segurar na cadeira.

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