Fotos: Divulgação / SJC
Um grupo de 14 detentos da Penitenciária da Capital recebeu nesta sexta-feira, 12, o certificado de conclusão do curso de auxiliar administrativo. Além da redução da pena por meio do estudo, a capacitação reconhecida pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) representa mais uma possibilidade de reabilitação social e econômica para o preso quando ganhar a liberdade. No ano passado, cerca de 980 detentos participaram de 15 cursos do Pronatec no sistema prisional catarinense.
Na solenidade, o secretário de Justiça e Cidadania, Leandro Lima, destacou a importância da oferta de trabalho e de ensino no sistema prisional. “Nós, agentes penitenciários, não estamos aqui para oferecer nem dificuldades, nem facilidades. Nosso papel é garantir a execução penal de forma digna.” Leandro Lima fez um agradecimento especial ao agente penitenciário Nazário, que trabalha na área de ensino da unidade.
Há 1,5 ano a frente da unidade, o diretor da Penitenciária da Capital, Alexandre Brum da Silva, disse que atualmente existem 300 internos no ensino regular e 200 no projeto Despertar pela Leitura. Outros dois detentos foram aprovados no vestibular da Udesc e da UFSC. “A vida é feita de obstáculos, mas existem também as oportunidades que surgem para qualquer pessoa independente da sua origem ou classe social. É preciso saber aproveitá-las. Espero que o curso tenha valia não apenas para o mercado de trabalho mas para a vida de vocês,” concluiu.
Brum enfatizou que a oferta de ensino vem crescendo na unidade porque há uma equipe comprometida em dar condições e viabilizar a estrutura. “Existem três eixos nessa equipe: os servidores, os detentos e as famílias, que têm papel na motivação dos internos.”
“Me desviei do caminho”
Aprovado no vestibular de Biblioteconomia a Udesc, o detento Diogo Francisco Kuster, de 33 anos, foi um dos que concluiu o curso de auxiliar administrativo. Condenado há 14 anos por tráfico de drogas e associação para o tráfico, ele aguarda a manifestação da Justiça para começar o curso. “Eu estudei o que pude e estou me qualificando para retomar à vida quando sair daqui. Não quero que meus filhos conquistem as coisas pela dor, como eu fiz. Eu tive oportunidades porque minha mãe sempre me orientou, mas me desviei do caminho.”
Ao lado de Diogo, a sua mãe, Terezinha dos Santos Kuster, acredita numa mudança do filho. “Ele me decepcionou muito porque nunca faltou nada em casa para ele, mas eu já perdoei.”
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