Procedimentos de biosseguridade e prevenção são as melhores soluções para evitar Salmonella na avicultura

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A FACTA abriu nesta terça-feira (18) o Simpósio sobre Salmonella. O evento, que pode ser acompanhando de forma presencial e também on-line até esta quarta-feira, com tradução simultânea para o espanhol, tem como objetivo avaliar os fatores ambientais relacionados com a persistência de salmonelas nas granjas de frangos, os fatores que geram riscos e maior chance de falhas nos procedimentos de biosseguridade, privilegiando o importante papel da prevenção das salmoneloses.

Eva Hunka, membra do corpo técnico da FACTA, destacou na abertura a importância dos debates sobre Salmonella. “Este é um tema sempre atual. Há décadas falamos sobre ela e é sempre importante se manter atento a este patógeno”, afirmou.

A médica-veterinária e consultora, Nelva Grando, deu início aos trabalhos técnicos com o tema “Salmonela, porque o controle integrado é importante para o Food Safety”. Em uma comparação entre as políticas que temos no Brasil e Estados Unidos, ela destacou a importância da transparência sobre as informações sobre Salmonella. “A população norte-americana sabe e tem consciência. No site do USDA há grande transparência ao tratar do tema”, disse. “Antigamente tínhamos medo de falar sobre o patógeno. Ainda é um tabu no processo de criação, mas com o aumento das informações, clareza e transparência é mais fácil trabalhar para o seu controle”, destacou. “É preciso entender o porquê da contaminação e controlá-la, com cuidado e com a devida importância ao tema. “A grande dificuldade é estabelecer o grau de risco e eleger o de maior impacto na cadeia produtiva de frangos”, afirmou.

“A Salmonella é um indicador de higiene e qualidade reconhecido pela Organização Mundial de Saúde. O abatedouro não elimina a Salmonella presente na ave ou seja, reduzindo na cadeia, teremos assegurado o produto final. A indústria de alimentos é responsável por produzir alimentos seguros”, explicou Nelva Grando.

Logo após, foi a vez da zootecnista, Susana Cazerta, abordar o tema “Boas Práticas de Fabricação com destaque para Biosseguridade”. Ela abordou a segurança alimentar, perigos, as Boas Práticas de Fabricação e as Boas Práticas como ferramenta para o controle de Salmonella em fábricas de ração”. “O que define nossa linha de trabalho é a prevenção e é um pré-requisito para determinar as ações de BPF e alinhá-las com os diferentes setores das fábricas”, afirmou.

Segundo ela, o objetivo é criar barreiras sanitárias. “É preciso desenvolver um treinamento efetivo e constante. É importante que as pessoas se sintam responsáveis pela produção de alimentos seguros, entendendo de que forma elas podem afetar a segurança dos alimentos. Isto é o compromisso com o cliente, que é parte importante do processo de produção de alimentos e a liderança deve dar o exemplo”, disse.

Na sequência, a professora da Universidade Federal do Paraná, Jovanir Fernandes, destacou em sua apresentação “Salmonela e sua implicação na saúde intestinal das aves” que o intestino não é mais reconhecido apenas pela sua importante função associada aos processos de digestão e absorção, mas também pelo importante papel imunológico na defesa contra as agressões do meio externo. “A mucosa intestinal contém mais de 70% das células responsáveis pela resposta e defesa imune sistêmica. As superfícies mucosas do corpo – que compõem o sistema imune de mucosas, como as do trato respiratório e gastrointestinal, desempenham uma tarefa complexa – devem permanecer tolerante contra inócuos, fatores ambientais, nutricionais, e antígenos microbianos para garantir a função do órgão, mas também devem montar respostas imunes eficazes contra patógenos invasores”, disse.

De acordo com ela, no intestino, esse duplo papel é coordenado por uma microbiota diversificada e competitiva, um sistema estruturado e efetivo, com camada de muco enriquecida com proteínas, uma camada reativa de rápida renovação epitélio e um sistema imunológico adaptativo fortemente regulado. “Assim, a saúde intestinal contempla um conceito holístico, incluindo dieta, mucosa, microbioma e sistema imunológico”, afirmou.

Para fechar o primeiro dia, a Gerente de Treinamento e Zootecnista, Ana Paula de Lima Vilela, trouxe o debate sobre o tema “Trabalhando equipes multidisciplinares para o controle e prevenção de salmoneloses”.

Segundo ela, as empresas precisam treinar os colaboradores de forma adequada e constante. “É preciso entender como as empresas estão cuidando das pessoas. É preciso facilitar os processos e a comunicação, afinal, ela é uma chave que vai abrir para os processos”, apontou. “Faço aqui um alerta. Uma comunicação equivocada pode também ‘fechar’ o acesso a eles, que devem ser constantes e transparentes. Os gestores precisam sempre ter o hábito de olhar para as pessoas e estimulá-las a dar o seu melhor, todos os dias”, afirmou. “É importante valorizar e conhecer cada membro da equipe, onde querem ir como profissionais e até mesmo em sua vida pessoal. Assim aumentamos a chance de ter uma equipe motivada e feliz. É sobre muito mais que só trabalhar”, disse.

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