Prefeitura assina contrato para mil castrações pelo Castramóvel

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Aconteceu nesta quarta-feira, 14, a entrega e assinatura do contrato de funcionamento do Castramóvel em União da Vitória, celebrado entre a Secretaria de Meio Ambiente do município e o Centro de Apoio ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão (ISPAE) do Centro Universitário do Vale do Iguaçu –  Uniguaçu, o contrato prevê a castração de 1.000 (mil) animais em situação de rua, abandonados ou de estimação de pessoas em vulnerabilidade social.

Durante a cerimônia de assinatura o prefeito Bachir Abbas, afirmou da importância desse dia que ficará na história do município. “Hoje é um dia histórico porque começamos um trabalho que vai dar resultado, não é um trabalho que a gente vai fazer um gasto e vai ver o resultado”, afirmou o prefeito.

O secretário do Meio Ambiente, Antonio Nhoatto, relembrou o histórico do Castramóvel, desde que o veículo chegou ao município, até o momento presente, em que ele efetivamente vai começar a oferecer o atendimento a população do município e a importância desse serviço para toda a comunidade.

Nhoatto lembrou que o serviço de castração já vinha sendo solicitado há muito tempo, “é um pedido antigo dos protetores, e que há tempos vinham pressionando e solicitando e que agora a gente conseguiu destravar, mas é importante falar que esse é só o primeiro passo, existem outras medidas já sendo tomadas e sendo encaminhadas pra que não fique só nisso e que a gente possa aumentar ainda mais o trabalho de castrações e fortalecer o setor de defesa animal do município”, afirmou.

A protetora e voluntária da causa animal, do grupo Protetores sem Fronteiras, Marlene Goulart Jakubiw, que representou na solenidade os protetores animais, agradeceu emocionada a todas as pessoas que tornaram a vinda do Castramóvel possível, ela também agradeceu ao trabalho feito pela equipe da Defesa Animal e também aos protetores voluntários que lutam pela causa animal “quero agradecer imensamente ao trabalho de todos os voluntários da causa animal, são os verdadeiros guerreiros de Assis, que estão sempre na retaguarda, tirando dinheiro do bolso, fazendo promoções, levando cachorro para casa sem poder, acho que essa parceria vai aliviar para todo mundo”, afirmou a voluntária.

A vereadora Alandra Roveda foi uma das responsáveis pela vinda do programa, comemorou. “Depois de um longo período de espera enfim nós poderemos comemorar realmente o funcionamento do Castra móvel. Foi muita luta primeiro para a conquista da verba junto ao Deputado Alexandre Curi para aquisição do Castra Móvel, depois outra batalha para espera da desburocratização por parte da administração. Através do pedido das protetoras busquei incansavelmente que este instrumento de ajuda para nossa Cidade entrasse realmente em operação e é uma honra ver tudo tornar-se realidade, com políticas públicas em prol dos animais auxiliando famílias que necessitam desse serviço sem ter como arcar com o custo.  Dia de muita alegria e comemoração”, afirmou.

Funcionamento

O serviço de castração será realizado por profissionais do curso de Medicina Veterinária da Uniguaçu, com uma equipe formada por médico veterinário, auxiliar e acompanhado por alunos e a instituição tem um prazo de 30 dias para iniciar os procedimentos após a assinatura do contrato.

O coordenador do curso, professor João Estevão Sebben, explicou que inicialmente o Castramóvel ficará no Aeroporto Municipal, e será feita a castração dos animais do distrito de São Cristóvão, e posteriormente o veículo atenderá outras regiões do município.

Para fazer a castração o responsável pelo animal deve fazer o cadastro pelo (42) 3522-3266, e os procedimentos serão feitos com agendamento prévio, de acordo com cada região. O animal passará por avaliação prévia e, se apto ao procedimento, será realizada a cirurgia e toda a orientação ao dono do animal com relação aos cuidados pré e pós cirúrgicos.

Animais abandonados

“A maioria dos animais abandonados não é resgatada e sofre com fome, doenças, exposição ao tempo, riscos de atropelamento e traumas que interferem em seu bem-estar mental e comportamento”, alerta a médica-veterinária Cristiane Pizzutto, presidente da Comissão Técnica de Bem-estar Animal (CTBEA) do CRMV-SP.

Outra questão grave são os prejuízos à saúde pública. “O abandono impacta diretamente na vida das pessoas, pois animais nas ruas causam acidentes de trânsito, prejudicam o turismo e afetam a saúde pública –  devido às doenças que afetam tanto humanos quanto animais”, diz a médica-veterinária Rosangela Gebara, que integra a CTBEA/CRMV-SP.

Abandonar ou maltratar animais é crime previsto pela Lei Federal nº 9.605/98. Vale lembrar que uma nova legislação, a Lei Federal nº 14.064/20, sancionada em setembro de 2019, aumentou a pena de detenção que era de até um ano para até cinco anos para quem cometer este crime. Além disso, o rito processual passa à vara criminal, não mais ao juizado especial.

Embora não haja estatísticas oficiais, uma estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de 30 milhões de cães e gatos estejam em situação de abandono no Brasil.

Abandonos aumentam em dezembro

A escolha deste mês para a campanha de conscientização está relacionada ao fato de que, neste período do ano, os casos de abandono aumentam de forma expressiva a cada ano. “Acontece de famílias deixarem seus animais nas ruas, isentando-se da responsabilidade quando vão se ausentar para as viagens de férias e festas de fim de ano”, sinaliza Cristiane.

Segundo Rosangela, “trabalhos internacionais mostram que as principais causas de abandono são, em primeiro lugar, problemas no comportamento dos animais e, em segundo lugar, alterações na rotina de casa – aí entra a questão das viagens e mudanças de endereço.”

Mas, a pandemia também ajudou a aumentar esse número, destaca Rosangela. “Infelizmente soubemos que houve um aumento do número de abandono no início da pandemia, as pessoas ficaram com medo de que os animais pudessem transmitir o coronavírus. Na verdade eles não transmitem, algumas espécies são tão vítimas quanto a gente, podem pegar o coronavírus da gente, mas não transmitem. Mas, por causa de algumas notícias sensacionalistas, as pessoas abandonaram os cães e gatos”

A médica veterinária destaca que atualmente o abandono tem acontecido por questões financeiras, as pessoas estão ficando sem recursos para cuidar dos animais domésticos. “Agora temos visto um maior número de abandono por conta da crise socioeconômica, as pessoas estão mudando de casa, de estado, perdendo seus empregos, e infelizmente isso acaba afetando e muitas pessoas abandonaram os animais por conta desta questão”, lamenta.

Abandonar ou maltratar animais é crime previsto pela Lei Federal nº 9.605/98. Vale lembrar que uma nova legislação, a Lei Federal nº 14.064/20, sancionada em setembro, aumentou a pena de detenção que era de até um ano para até cinco anos para quem cometer este crime. Além disso, o rito processual passa à vara criminal, não mais ao juizado especial.

Doenças em animais abandonados

Animais nas ruas, sem os devidos cuidados de saúde e higiene, também podem desenvolver as zoonoses, ou seja, doenças infecciosas transmitidas de animais para seres humanos e vice-versa.

“Uma grande quantidade de animais nas ruas pode aumentar a incidência de algumas doenças que são transmitidas por vetores, por mosquitos, como a leishmaniose, doenças fúngicas, como é o caso das esporotricose nos gatos e a raiva, apesar que o Brasil tem um ótimo controle da raiva através da vacinação anual. Mas, em países onde não tem essa vacinação e grande animais nas ruas, acabam transmitindo a doença entre eles e às pessoas”, detalha Rosângela.

A veterinária alerta sobre a importância de manter os animais seguros. “É preciso manter a guarda responsável, castrar os animais, mantê-los dentro de casa e nunca abandonar. Se o animal tiver qualquer problema de comportamento ou saúde procure ajuda, mas nunca abandone, porque o abandono causa um extremo sofrimento ao animal. Os animais, principalmente os cães, têm uma cognição de uma criança de três anos. Então imagina pegar uma criança de três anos e abandonar no meio de uma estrada, numa praça, imagina como é o sofrimento psicológico e físico desse animal diante do abandono!”, compara Rosângela.

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