Porto União terá parques eólicos

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O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) emitiu a Licença Ambiental Prévia (LAP) do Complexo Eólico Calmon, com investimentos estimados em aproximadamente R$ 1 bilhão. O empreendimento é projetado para instalação nos municípios catarinenses de Calmon, Caçador, Timbó Grande e Porto União, sendo composto por 11 parques eólicos. 

De responsabilidade da empresa Eólicas de Calmon LTDA, a implantação do Complexo pretende concentrar vários aerogeradores destinados à transformação de energia eólica em energia elétrica. O empreendimento deve gerar quase dois mil empregos diretos e indiretos na fase de instalação e 146 empregos fixos na etapa de operação.

O Complexo Eólico de Calmon foi projetado com área total de aproximadamente 9,6 mil hectares e potência total de 256,5 MW com 95 aerogeradores de 2,7 MW cada. A localização das instalações dos aerogeradores foi definida de forma preliminar, considerando os dados de vento, topografia do terreno, dados meteorológicos, rugosidade do terreno e a curva de potência. O modelo e o posicionamento definitivo dos aerogeradores serão estabelecidos no Projeto Executivo do empreendimento, a ser elaborado na fase de instalação.

A LAP é a primeira de três licenças ambientais (Prévia, de Instalação e de Operação) que são necessárias para o início do funcionamento do empreendimento. O tempo estimado para a instalação do Complexo Eólico de Calmon é de 34 meses. A reportagem entrou em contato com a empresa e com o Ima para mais informações sobre o projeto, mas obteve reposta até o fechamento desta edição.

A empresa que fará o projeto é RDS Energias Renováveis Ltda, uma desenvolvedora de projetos de energia, cujo objetivo fundamental é produzir energia proveniente das fontes renováveis. A RDS posicionando-a de forma estratégica para a captação de novos potenciais renováveis desde a fase “zero” (greenfield). A especialidades da RDS é energia eólica.

A RDS Energia é um dos mais importantes players no setor eólico nacional, sobretudo no sul do país. A empresa quer procura desenvolvimento de projetos de energia eólica no Sul do Brasil e agregar experiência na construção e operação de usinas geradoras de energia eólica e solar.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o Brasil tem um potencial de geração de energia eólica estimado em cerca de 500 gigawatts (GM), o suficiente para atender o triplo da demanda atual de energia do país. Este número é mais de três vezes superior à produção de energia elétrica provinda de outras fontes, como a hidrelétrica, biomassa, gás natural, óleo, carvão e nuclear. A energia gerada com a força dos ventos ocupa o quarto lugar na matriz de energia elétrica nacional.

Cidades, estados e países em todo o mundo estão se comprometendo com economias baseadas em energia limpa de grande escala – até mesmo 100% de energia renovável. Só no estado de Nova Iorque, 4 emendas diferentes apresentam metas de 50% a 100% de fontes renováveis até 2040 ou antes.

Sua geração final de energia depende tanto do clima quanto de ciclos diários e sazonais. Mas estas fontes precisam ser “firmes” – ou seja, capazes de suprir energia de acordo com a demanda – para conseguirem substituir os recursos fósseis.

Associação Brasileira de Energia Eólica

A Associação Brasileira de Energia Eólica publicou, em seu site, o estudo “Impactos Socioeconômicos e Ambientais da Geração de Energia Eólica no Brasil”, realizado pela consultoria GO Associados que quantifica os já conhecidos impactos positivos da energia eólica. O trabalho analisa, por exemplo, os efeitos multiplicadores dos investimentos realizados pelas empresas, assim como o impacto dos valores pagos para arrendamentos de terras para colocação de aerogeradores. O estudo também fez uma comparação entre um grupo de municípios que recebeu parques eólicos e outro que não tem energia eólica, para avaliar o impacto da chegada dos parques no Índice de Desenvolvimento Humano – IDHM e no PIB municipal.

“No que se refere ao IDHM e PIB Municipal, os municípios que têm parques eólicos tiveram uma performance 20,19% e 21,15% melhor, respectivamente, para estes dois indicadores. Este é um resultado que mostra que não há dúvidas: a energia eólica chega e seus efeitos positivos multiplicadores impactam nos indicadores do município”, avalia Elbia Gannoum, Presidente da ABEEólica.

O estudo também estimou os efeitos multiplicadores do pagamento de arrendamento. “Este é um ponto importantíssimo do estudo, porque os arrendamentos são uma injeção de renda direta na região. Importante explicar que quando um pequeno proprietário arrenda um pedaço da sua terra para colocação de um aerogerador, ele pode continuar com suas plantações ou criação de gado. O pagamento de arrendamento se torna, então, um valor fixo para os proprietários que podem investir em sua própria terra e ampliar sua produção”, explica Elbia. (Com informações da Agência Estado e Associação Brasileira de Energia Eólica)

Energia eólica

Os ventos geram energia cinética no rotor da turbina eólica que a transforma em energia elétrica. A energia eólica pode ser produzida de maneira centralizada, os denominados Parques Eólicos, ou pode ser produzida de forma distribuída, para o suprimento de energia local ao consumidor residencial ou industrial.

A energia eólica é a solução sustentável de energia para um planeta em depreciação, é a preferência brasileira para o suprimento da demanda de energia, enquanto as usinas hidroelétricas se esgotam ou são ambientalmente inviáveis. Isto dá ao nosso país a segurança de um futuro energético limpo.

O nascimento da eólica no Brasil

Em 1992, no arquipélago de Fernando de Noronha, entrou em operação o primeiro aerogerador instalado no Brasil, resultado de uma parceria entre o Centro Brasileiro de Energia Eólica (CBEE) e a Companhia Energética de Pernambuco (CELPE), com financiamento do instituto de pesquisas dinamarquês Folkecenter. Durante os dez anos seguintes, a energia eólica pouco cresceu, em parte pela falta de políticas, mas principalmente pelo alto custo da tecnologia.

Durante a crise energética de 2001, houve a tentativa de incentivar a contratação de empreendimentos de geração de energia eólica no país. Criou-se então, o Programa Emergencial de Energia Eólica (PROEÓLICA). Esse programa tinha como objetivo a contratação de 1.050 MW de projetos de energia eólica até dezembro de 2003. Já se falava, então, da complementaridade sazonal do regime de ventos com os fluxos hidrológicos nos reservatórios hidrelétricos. Esse programa, no entanto, não obteve resultados e foi substituído pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, o PROINFA. Além de incentivar o desenvolvimento das fontes renováveis na matriz energética, o PROINFA abriu caminho para a fixação da indústria de componentes e turbinas eólicas no Brasil com exigências de conteúdo nacional para os aerogeradores fruto desse programa.

No nascimento do PROINFA, a tecnologia de geração de energia eólica ainda era muito cara e o desenvolvimento em leilões competitivos só viria mais tarde. No final de 2009, ocorreu o primeiro leilão de comercialização de energia voltado exclusivamente para a fonte eólica. Este leilão, denominado Leilão de Energia de Reserva (LER), foi um sucesso com a contratação de 1,8 GW e abriu portas para novos leilões que ocorreram nos anos seguintes. O 2º LER ocorreu em dezembro de 2009 e contratou usinas eólicas com início do suprimento em 2012 e cujo prazo dos contratos era de 20 anos.

Na curva de desenvolvimento e instalação da fonte eólica ao longo dos anos, é possível visualizar a trajetória supracitada e como a fonte eólica começa seu efetivo crescimento a partir do leilão ocorrido em 2009, sendo que as instalações começaram a se intensificar a partir de 2011. Esse gráfico denominado “Evolução da Capacidade Instalada” é encontrado no InfoVento, o infográfico da ABEEólica que reúne as principais informações atualizadas do setor.

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