O estudo será um dos assuntos abordados no “Seminário sobre Agrotóxicos nos Alimentos, na Água e na Saúde”, realizado pelo MPSC nos dias 25 e 26 de março. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) realizou levantamento da presença de agrotóxicos na água de abastecimento público de 100 municípios de Santa Catarina e identificou que 22 recebem água com resquícios de agrotóxicos. Ao todo foram analisados 204 princípios ativos de agrotóxicos. As operadoras do sistema de água pesquisam somente 27 substâncias, conforme o parâmetro indicado pelo Ministério da Saúde.
Dos 17 princípios ativos de agrotóxicos encontrados na água que chega aos municípios monitorados, sete são proibidos na União Européia devido aos efeitos negativos que podem provocar na saúde humana – atrazina, simazina, bromopropilato, metalacloro, permetrina, propargite, propiconazol. Entre os municípios está Porto União, que é abastecido pela água do Rio Iguaçu pela empresa paranaense Sanepar, assim como União da Vitória.
As amostras foram coletadas entre março e novembro de 2018, período de safras e cultivos, pelo Programa da Qualidade da Água Tratada, do Centro de Apoio Operacional do Consumidor (CCO) do MPSC, em parceria com a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (Aris) e a Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc). O monitoramento é realizado com recursos do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL).
A Doutora em Engenharia Química Sonia Corina Hess analisou os resultados obtidos nas amostras e produziu um diagnóstico que será apresentado no Seminário sobre Agrotóxicos nos Alimentos, na Água e na Saúde”, que acontece a partir dessa segunda-feira, na sede do MPSC, em Florianópolis. “Essa contaminação repercute em riscos à saúde dos consumidores, uma vez que possivelmente há outros agrotóxicos e poluentes presentes interagindo com os poluentes aferidos, e que não foram abordados nas análises, com efeitos imprevisíveis sobre a saúde da população exposta”, alerta Sonia , que é pós-doutora em Química e professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
As análises envolveram municípios na Grande Florianópolis, Oeste, Sul, Vale do Itajaí, Norte e Serra, que foram escolhidos com base na relação entre população, cultivo de alimentos e venda de pesticidas. O município com a maior variedade de agrotóxicos na água foi Rio do Sul, com sete substâncias diferentes, mas 13 cidades apresentaram mais de um princípio ativo simultaneamente.
Para a Coordenadora do CCO, Promotora de Justiça Greicia Malheiros da Rosa Souza, o resultado das análises aponta a necessidade de ampliação do monitoramento e a realização de pesquisa para identificação da origem de contaminação e adoção de medidas corretivas para diminuir os riscos ao cidadão. (Fonte: MP de Santa Catarina)
E o governo aumentando exponencialmente a liberação de novos agrotóxicos… Ops, agora são defensivos, não agrotóxicos.
Tenta fazer arminha pra ver se resolve.