O prefeito de União da Vitória, Santin Roveda, junto ao vice-prefeito Bachir Abbas e Aref Bakri, foram recebidos pelo Governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior, no início de dezembro onde recebeu da comitiva o convite para a inauguração da nova ponte sobre o rio Iguaçu, que vai levar o nome do ex-governador do Paraná, José Richa.
A reunião no gabinete do Governador, contou com a presença dos deputados Estaduais que representam União da Vitória, Alexandre Curi e o deputado e líder do Governo na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Hussein Bakri. Outro ponto destacado na reunião é que não haverá público devido à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).
O prefeito Santin Roveda, na rede social fez questão de escrever que o distrito de São Cristóvão, ‘fica logo ali’, enfatizando que o percurso entre a área central e os bairros que ficam no distrito está mais perto e trará economia para a população. A inauguração da Pointe será hoje, 22, com a presença do Governador do Estado.
Já o vice-prefeito e prefeito eleito de União da Vitória, Bachir Abbas, escreveu em sua conta na rede social a alegria de em breve fazer a entrega desta obra. “Estivemos em Curitiba entregando para o Governador Carlos Massa Ratinho Junior o convite para a inauguração da nova ponte em União da Vitória. Fico muito feliz em fazer parte dessa grande conquista para a nossa cidade. Essa obra é significativa e histórica para União da Vitória, O que era um sonho se tornou realidade e já nesse mês de dezembro será entregue para a população. Quando todas as forças políticas trabalham dentro de um só objetivo, quem ganha é a população. E é a população que vai ganhar com essa belíssima obra que vai ser entregue”, declarou Bachir Abbas.
Segundo Santin o projeto da ponte pensou na mobilidade, com o desenvolvimento e com o eixo de atração de investimento e geração de emprego para a nossa cidade. “Essa ponte é uma ponte que se demonstrou ser viável economicamente a mais ou menos trinta anos atrás. A gente entende que pessoas colocaram na pauta política, que muitas pessoas quiseram fazer, tiveram boas intenções, mas o que eu e o Bachir fizemos, foi uma grande parceria. Nós que passamos por três governadores, estivemos sempre ao lado para trabalhar e para ir atrás dos interesses da população. Quando eu fui apresentar o projeto para o Beto Richa, eu falei, seria muito legal que o teu pai Beto, que trouxe a ponte Domício Scaramela, logo depois da enchente de 1983, fosse realmente reconhecido agora nessa nova ponte que une o Centro ao grande distrito de São Cristóvão”, disse.
Em entrevista a esse diário no meio do ano, o prefeito Santin Roveda destacou que essa obra era a maior obra no estado e que para a sua conclusão, muitas pessoas foram importantes. “A ponte (José Richa) foi um trabalho a várias mãos, passou por 3 governadores, Beto Richa, Cida Borghetti e Carlos Massa Ratinho Junior, dando todo suporte, Valdir Rossoni (na época deputado federal licenciado e chefe da casa civil do governador Beto Richa), os deputados estaduais Hussein Bakri, Alexandre Curi e Bernardo Carli (InMemorian) entre outras pessoas que só tenho a agradecer. Me perguntam quem é o pai da Ponte, digo que tem vários, mas posso dizer que eu sou a mãe (risos). Eu sofri muito, meio que todos os dias da minha gestão, porque todo dia era uma mudança, entrave, readequação de projeto, desapropriações, mudança de valor do projeto que poderia ter, mas sem dúvida a minha “menina dos olhos” é a ponte, que não é só a ponte e todo aquele eixo de mobilidade que vem junto. Ela muda a vida e será um divisor de águas, literalmente para a nossa cidade”, disse na época.
Segundo informou Santin, a construção da ponte é um valor muito grande que gerou empregos sendo que no auge estavam 168 trabalhadores, “fora a construção civil girando. São 30 milhões gastos em União da Vitória num projeto grandioso”, completou.
O governador Ratinho Junior esteve no início do ano visitando as obras da Ponte, “A ponte é emblemática, porque resolve um problema de mobilidade urbana, vai trazer mais conforto e facilidade para os moradores que precisam fazer o caminho dos bairros para o Centro de União da Vitória”, disse Ratinho Junior. “Quando assumi o Governo a obra estava a 10% na construção. Quase 90% dos recursos foram pagos em 2019”.
Com a nova ponte, os condutores que saem do distrito de São Cristóvão, que tem mais de 25 mil habitantes, não irão mais precisar utilizar a BR-476 para acessar o Centro de União da Vitória, evitando congestionamentos e acidentes na rodovia federal, além de reduzir o tempo gasto em trânsito e a distância do trajeto em quase três quilômetros.
A PONTE
A nova conexão representa o fim de uma novela que se prolonga há 20 anos e o início de uma das intervenções viárias mais importantes da região Sul, polo madeireiro, industrial e universitário fundamental ao desenvolvimento do Paraná.
“União da Vitória se desenvolveu em torno do Rio Iguaçu ao longo de 100 anos e a nova ponte é emblemática para demarcar o avanço da integração regional. É uma obra fundamental para gerar qualidade de vida, atrair novos empregos, investimentos e melhorias urbanas, compromissos ancorados na agenda de desenvolvimento sustentável que estamos aplicando no Paraná”, afirma o governador Ratinho Junior.
“O distrito de São Cristóvão possivelmente vai abrigar uma área com mais indústrias, novas empresas, até porque já tem um aeroporto com voos regionais e pelo acesso facilitado ao Centro”, explica o prefeito. “O crescimento da cidade nos próximos anos vai passar por essa nova ponte”.
“Essa obra era esperada há muitos anos pela população porque vai facilitar a vida de milhares de pessoas. Ela trará conforto, praticidade e mais segurança aos moradores. Cerca de 90% do convênio foi quitado durante essa gestão”, destaca o deputado Hussein Bakri, líder do Governo na Assembleia Legislativa e ex-prefeito de União da Vitória. “O Governo do Estado tem um olhar voltado para a infraestrutura e solução de entraves do desenvolvimento regional”.
Os condutores vão observar que na lateral da via nos dois sentidos tem uma faixa destinada para os veículos de emergência sendo para o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Com este espaço dedicado para os veículos de segurança pública o atendimento será mais ágil ao passar pela ponte. Este mesmo espaço poderá ser utilizado pelos condutores se por algum motivo o automóvel apresentar problemas mecânicos, m as o condutor deve fazer a devida sinalização ao usar o espaço. Outra informação que se o condutor foi pego utilizando está via sem ter problemas mecânicos do veículo, vai ser multado como prevê o Código Brasileiro de Trânsito (CBT). A ponte José Richa, será exclusivamente para o uso de automóveis e motociclistas e é vedado a passagem de pedestres e ciclistas, sendo cabível a aplicação de multa se tal determinação for descumprida.
CONEXÃO
A ponte sobre o Rio Iguaçu será a quarta de União da Vitória e trará conquistas importantes para o município nas próximas décadas. A principal delas é a ligação rápida entre o distrito que concentra mais de 25 mil habitantes (população superior a 300 cidades do Paraná) e a região central, mas também será um eixo para acelerar o crescimento estratégico do município no sentido de Paula Freitas e da BR-476 (Rodovia do Xisto), onde está sendo planejada uma zona industrial.
A Ponte José Richa, como foi batizada, foi erguida exatamente ao lado da ponte Machado da Costa – a famosa ponte metálica, construída em 1907 como parte da estrada de ferro de 1,4 mil quilômetros que conectava São Paulo (Itararé) ao Rio Grande do Sul (Santa Maria).
A ponte conta com 14 pilares acoplados ao fundo do rio e 65 vigas de 1,70 metro de altura por 38 metros de comprimento. O curso das águas não foi alterado em nenhum momento durante a construção por conta da utilização da tecnologia de tubulão a ar comprimido, tipo de processo que permite acesso para escavação e fixação do concreto nas pedras sem risco de infiltração. A estrutura pesada foi projetada para suportar enchentes e facultar acesso a ambos os lados mesmo sob chuvas torrenciais.
A questão central do projeto é a mobilidade dentro de um município lindeiro a um rio, a integração dos bairros e a conexão com o Aeroporto Municipal José Cleto. As outras três pontes ativas (ponte férrea, Domício Scaramella e Manoel Ribas) atendem esse trecho em duplicidade e jogam fluxo interno intenso em uma rodovia federal (BR-469).
Até então, a travessia do distrito para o Centro só pode ser feita pela Domício Scaramella, distante cerca de dois quilômetros da cabeceira da nova ponte. Do Centro para o distrito o acesso é pela ponte férrea, mas em pista simples e que se mistura ao traçado histórico do trem.
Além da construção da estrutura, serão revitalizados 2.874 metros de vias existentes em seu entorno e implantados 1,7 mil metros de novas vias, bem como uma ciclovia com nível inferior à atual rotatória na Rua Coronel Amazonas (sentido Centro), possibilitando fluxo contínuo de carros e ciclistas, e parques lineares em ambos os lados com pista de caminhada.
Segundo cálculos municipais, cerca de 3,2 mil ciclistas transitam apenas nesse ponto do município todos os dias – 700 somente entre as 6h15 e as 8 horas. Eles ficarão com a ponte centenária exclusiva para as bikes e pedestres.
“A cidade é centenária e mesmo após todos esses anos ainda estava dividida. Em termos de infraestrutura era um problema. As pontes existentes foram adaptadas para esse fluxo, mas apenas minimizavam o problema. A nova é uma ligação importante e mostra respeito com essa região do Estado. Vai abrir novos horizontes, a cidade vai viver um novo tempo”, ressalta o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex.
A ordem de serviço da ponte José Richa foi assinada em 2018. As obras começaram em julho daquele ano, mas foram intensificadas apenas em 2019, depois da resolução de problemas no consórcio contratado pelo DER-PR para a execução.
Durante o processo de construção também foi detectado um problema com o gabarito (altura da ponte) porque o projeto original não previa navegação com barcos. Foi solicitada uma revisão e a ponte foi “erguida” durante a construção, o que permite utilização do rio que corta o Estado de Leste a Oeste para fins comerciais e turísticos.
DISTRITO
O distrito de São Cristóvão hoje é composto por nove bairros (Cidade Jardim, Sagrada Família, Nossa Senhora da Salete, São Braz, Bento Munhoz, São Sebastião, Bom Jesus, Ouro Verde e Nossa Senhora das Graças) e alguns conjuntos habitacionais, e sua população é maior, inclusive, do que aquelas de seis municípios vizinhos: Bituruna, Porto Vitória, Paula Freitas, Paulo Frontin, General Carneiro e Antônio Olinto
AS OUTRAS PONTES
A nova ponte será a quarta das principais pontes a integrar a malha rodoviária das Gêmeas do Iguaçu. Até então, os moradores do São Cristóvão precisavam atravessar a Ponte Nova, Domício Scaramella, para ter acesso ao centro. Das três pontes que antecederam a construção da ponte José Richa, a Domício Scaramella é a mais nova. Foi construída no mandato de José Richa, e inaugurada em 1986, após a famigerada enchente de 1983. Ela liga o centro da cidade com a BR-476 e liga o centro ao São Cristóvão, e foi nomeada em homenagem ao ex-governador, sendo fundamental para o desenvolvimento de União da Vitória e Porto União nas últimas três décadas.
Para os moradores do centro terem acesso ao São Cristóvão, além da ponte Domício Scaramella, também podem utilizar a Ponte Machado da Costa, mais conhecida como “Ponte de Ferro”. Ela foi inaugurada em 1906, sendo uma das primeiras pontes da região, e nela passavam os trens que atravessavam o Vale do Iguaçu. A área onde existia uma linha férrea deu lugar ao acesso para veículos, e após a inauguração da ponte José Richa, servirá apenas para tráfego de ciclistas.
Outra das pontes mais famosas da região é a Ponte Manoel Ribas, também conhecida como “Ponte Dos Arcos”, inaugurada em 1944. Foi nomeada em homenagem ao então governador do estado, Manoel Ribas, sendo a primeira ponte rodoviária da cidade, e se mantendo até hoje como um dos mais importantes acessos ao centro da cidade.