Pessoas em situação de rua participam até sexta em Florianópolis de curso sobre maricultura

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Eduardo Machado Batista é um dos participantes do curso – Foto: Júlio Cavalheiro/Secom

Sem uma fonte estável de renda para ele e a esposa, Eduardo Machado Batista mora nas ruas de Florianópolis. Com a chegada do verão, vislumbrou uma oportunidade para se inserir no mercado de trabalho: o aumento da procura por mão de obra para a maricultura. Nesta semana, ele e mais 11 pessoas participam de uma capacitação oferecida gratuitamente pela Epagri e pela Associação de Maricultores do Sul da Ilha (Amasi),  voltada para pessoas em situação de rua, selecionadas pela Prefeitura de Florianópolis, e que oferece conteúdo teórico e prático para o trabalho no cultivo de ostras e mariscos.

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As aulas ocorrem na Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), na passarela Nego Quirido e vão até sexta-feira, 18. Nos últimos dois dias, os alunos terão uma aula no Ribeirão da Ilha, para conferir de perto como funciona a maricultura, e receberão ajuda para elaborar um currículo. 

“Eu quero conseguir um trabalho para ter uma renda, e trabalhar com os mariscos é algo que quero fazer. Estou aprendendo ligeiro”, relata Batista.

No espaço utilizado como sala de aula, é possível perceber o empenho dos alunos. Eles ajudam uns aos outros, questionam os instrutores e se mostram otimistas quanto à possibilidade de conseguir trabalho nas próximas semanas.

Aumento na oferta de vagas

De acordo com o extensionista da Epagri em Florianópolis, Philipe Medeiros da Costa,  existe um acréscimo sazonal da demanda por para auxiliares de maricultura no verão. Nesse período, muitos profissionais da área buscam ocupação no turismo, abrindo oportunidades no cultivo de ostras e mexilhões.

“Eles são muito interessados, até na aula teórica demonstram curiosidade e vontade de aprender. Aqui eles ficam sabendo sobre as características da aquicultura marinha em Santa Catarina, quais espécies são cultivadas, como fazer o manejo para ter maior produtividade. O curso também contempla a parte prática, com montagem de long-line, de coletor de mexilhões e sementes, manutenção de lanternas, entre outras atividades”, explica Philipe.

Santa Catarina é responsável por quase toda a produção nacional de mexilhões, ostras e vieiras. De acordo com os dados do Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca (Epagri/Cedap), o estado produziu mais de 14 mil toneladas desses moluscos em 2018. Florianópolis participa com uma produção de aproximadamente três toneladas.

Conforme a presidente da Amasi, Tatiana da Gama Cunha, além de dar perspectivas para as pessoas em situação de rua, a capacitação cumpre um papel importante para a produção em um momento de necessidade de mão de obra. “O interessante é que o produtor pode contratar pessoas que já tenham noção do manejo, porque não é possível parar o trabalho para ensinar alguém. Um trabalhador que tem algum conhecimento passa a ter a preferência na contratação”, detalha Tatiana.

Informações adicionais para a imprensa
Renan Medeiros
Assessoria de Imprensa
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Fonte: Governo de SC

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