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PARENTES DE VELÓRIO

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O velório surgiu na idade média para evitar que pessoas fossem enterradas vivas, pois a medicina, na época, não era tão avançada como nos dias de hoje. Com isso, os médicos solicitavam aos familiares um tempo para ter a certeza que o defunto estivesse efetivamente morto. Conforme as crenças amadureciam, as pessoas passaram a “preparar” seus entes queridos para a passagem ao outro plano, pois muitos acreditavam que a alma permaneceria por perto do corpo. Já outros, ainda hoje, acreditam que o ente querido necessita se despedir dos parentes, mesmo morto. E assim, basicamente, nasceu o costume de velar os defuntos.
Mas, hoje, para que serve o velório? Qual o sentido do velório? Despedida?
Não sei! Só sei que quem fica lá 24 até 48 horas velando o defunto são os parentes que não se veem há muito tempo e por força deste, acabam transformando o momento em um grande encontro de família, que há tempo não se visitavam e aí fazem sacrifícios e até muita quilometragem para se despedir do parente morto.
Porém, em muitos casos, como não dá para festejar o momento, torna-se imprescindível um encontro de piadas, comer bolinhos, bolachas e beber café a noite toda. O engraçado é que, ao menos nos velórios, o defunto recebe tratamento de nobreza e bem altruísta, muitos elogios e se torna um parente adorado enquanto no caixão, mesmo os que não o viam há muitos anos – e quando lembravam em vida sempre o criticavam – de repente tudo muda com a maior facilidade.
A parentaia sempre arruma desculpas em vida para não visitar os outros parentes, porém, no velório, é necessidade e uma troca de desculpas e elogios falsos ou verdadeiros, na pretensa ideia de que os que em estado de luto fossem se confortar com as suas presenças ou talvez ajudar com suas orações na salvação do morto.
Agora, não deixa de ser um excelente momento para o encontros daqueles parentes que nunca se veem em vida, e somente conseguem se encontrar nos dias de velórios.
Que coisa! Agora me toquei, ficar todo este tempo queimando fosfato cerebral para escrever estas coisas. Desculpem-me os parentes, mas que é vero, é vero…

Até a próxima.

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