O aplicativo Paraná Serviços, lançado pelo Governo do Estado para facilitar a vida do trabalhador autônomo, com a intermediação entre o contratante e o prestador de serviços, atingiu em nove meses a marca de 30 mil downloads e já chega há 240 municípios do Paraná.
Criada pela Secretaria da Justiça, Família e Trabalho em parceria com a Celepar, a ferramenta agiliza a contratação de serviços. “O aplicativo é um incentivador da geração de renda rápida, com possibilidade de atender quem procura serviços com urgência e quem está disposto a ofertas céleres”, afirma o secretário Ney Leprevost. “Planejamos expandir cada vez mais o aplicativo para alcançar os 399 municípios do Estado”, destaca.
Atualmente, os 10 municípios que mais registram números de downloads são Curitiba; São José dos Pinhais; Colombo; Cascavel; Londrina; Pinhais; Foz do Iguaçu; Fazenda Rio Grande; Piraquara; Araucária. Dos 30 mil acesso, 87,8% são Android e 12,2% IOS.
“Atingir este número de 30 mil downloads até o final do ano era uma meta que o secretário Leprevost havia sugerido. Alcançá-la antes de dezembro nos motiva ainda mais”, afirma o assessor de Gestão Inteligente e Inovação da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho, André Telles.
100 CATEGORIAS
Lançada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior em março deste ano, a ferramenta disponibiliza mais de 100 categorias de serviços autônomos cadastrados.
Os serviços mais procurados são: marido de aluguel, diarista, pedreiro, eletricista, pintor, garçom, motorista, recepcionista, limpeza/auxiliar, babá, encanador, técnico de computador, cabeleireiro/manicure, cozinheiro/auxiliar.
MICROCRÉDITO
Outra funcionalidade do Paraná Serviços é a possibilidade de informações sobre microcrédito com a Fomento Paraná. Uma aba no aplicativo permite ao trabalhador cadastrar seu e-mail e receber informações sobre possibilidade de acesso a crédito de R$ 10 mil a R$ 20 mil para investir em capacitação ou estruturação.
Mais de 200 usuários se cadastraram em apenas 40 dias para conhecer essas alternativas de crédito para Microempreendedor Individual (MEI).
“Já temos registros de 585 solicitações para créditos. Oferecemos pelo aplicativo mais uma opção de serviço ao trabalhador, por isso quanto mais tecnologia tivermos para beneficiar, mais ganhará o empreendedor”, disse o diretor-presidente da Fomento Paraná, Heraldo Alves das Neves.
COMO FUNCIONA
Para o contratante, é preciso baixar o Paraná Serviços e pesquisar pelo serviço ou profissional de que necessita. A escolha é da preferência do contratante, ou seja, podem ser avaliadas as qualidades e habilidades do prestador. O aplicativo permite a troca de mensagens entre contratante e contratado, onde são acertados o orçamento e o pagamento de comum acordo.
Para o prestador de serviços, basta baixar o aplicativo e se cadastrar como disponível para ser contatado. Na aba do perfil, há possibilidade de personalizar o cadastro com um pequeno currículo e fotos dos trabalhos já realizado.
Tecnologia tem que ser voltada para sociedade, diz consultora em TI
Ela está na lista das 20 mulheres mais poderosas do Brasil, segundo a Revista Forbes, e em 2018 foi eleita uma das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes do mundo com menos de 40 anos. Com carreira consolidada na área de Tecnologia da Informação (TI), Nina Silva é uma das criadoras do Movimento Black Money, que tem sido a porta de entrada para a transformação de muita gente no mundo do trabalho, especialmente da população negra. “O movimento Black Money é um Hub de inovação tecnológica para a emancipação e a autonomia da comunidade negra no Brasil e no mundo”, define Nina.
Em entrevista ao programa Impressões, na TV Brasil, Nina Silva falou de educação financeira, empreendedorismo e tecnologia e lembrou como tudo isso está ajudando a mudar a realidade de muitos brasileiros.
Formada em administração, Nina nasceu numa das maiores favelas da América Latina. Virou consultora em TI, chefiou equipes, trabalhou em diversas multinacionais, inclusive fora do país. Depois de sofrer com a Síndrome de Burnout (provocada pelo excesso de trabalho), foi morar nos Estados Unidos. “Lá, comecei a observar que o meu problema não era sair do Brasil, o meu problema não era sair da tecnologia e sim entender que a tecnologia deveria ser mais inclusiva e mais realista. Porque a tecnologia tem que ser voltada para a sociedade. E o que é a sociedade senão todas as pessoas? E que essas pessoas são diferentes… Se a tecnologia não é feita por todas essas pessoas, ela nunca vai causar impacto em quem precisa alcançar”, afirma.
Nina ressalta a importância da população negra na economia do país. “A gente está falando de R$ 1,7 trilhão movimentados na economia”, 56% da população brasileira, cerca de 115 milhões de pardos e pretos autodeclarados”, acrescenta, citando dados do IBGE. Ela lembra que o acesso ao crédito a essas pessoas ainda é um desafio. “A gente está falando de uma maioria populacional que hoje representa dois terços dos desempregados do país e 53% dos microempreendedores, que não têm acesso a crédito nem a serviço financeiro”.
Foi a partir dessa constatação que surgiu a ideia de criar o Black Money, plataforma online que permite a conexão entre empreendedores e consumidores negros, um negócio de impacto social que gera lucro, emprego e renda. A iniciativa, que é uma espécie de centro de inovação, oferece treinamentos em gestão e tecnologia e tem produzido bons resultados. “Somos impactados diretamente por mês por 80 mil pessoas em relação às nossas redes, em mailing e eventos”, observa a criadora do Black Money. “A gente vem trabalhando educação e pautando empresas que, muitas vezes, querem divulgar as vagas e aumentar a diversidade dentro do seu corpo de trabalhadores. A gente se conecta tanto a essas pessoas que passam pelos nossos cursos quanto a essas empresas que querem absorver uma mão de obra que está em desenvolvimento e é qualificada”.
Atenta às mudanças, Nina sabe da importância de criar espaços institucionais para acompanhar os novos tempos tecnológicos e se reinventar num mercado competitivo. “Hoje, a tecnologia não consegue ‘sobra’ em algumas áreas. São áreas que, muitas vezes, têm uma especificidade ou então são muito novas, e a gente ainda não tem pessoas completamente formadas nessas áreas”. Por isso, ela defende o diálogo entre empresas e sociedade civil na construção de espaços de desenvolvimento conjunto. “O processo de desenvolvimento tem que ser contínuo. E não acharmos que as pessoas já têm que vir preparadas porque não vai ter preparação possível nesse mundo tecnológico, em que a cada hora você está obsoleto. A cada hora, uma coisa nova vem. Então, o que se faz com esse profissional? Você o coloca na rua ou trabalha a transformação e o desenvolvimento dele ao longo do período?”, indaga.