OUTUBRO ROSA: Trilogia da saúde permeia antes, durante e depois do câncer de mama

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Trilogia da saúde permeia antes, durante e depois do câncer de mama

Em homenagem à campanha do Outubro Rosa, especialistas da Jasmine Alimentos destacam que a doença pode ser evitada com adoção de hábitos simples

Recentes relatórios mundiais revelam que 2,3 milhões de novos casos de câncer de mama são diagnosticados anualmente. A taxa de mortalidade, por sua vez, é de aproximadamente 450.000 mulheres por ano. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer nas mamas é o mais incidente em todas as regiões, com as mais expressivas taxas nas regiões Sul e Sudeste. Apenas em 2022, foram estimados 66.280 novos casos, o que corresponde a uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres. Os altos índices também reforçam um novo marco: relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o câncer de mama se tornou o mais comum do mundo, superando o de pulmão, que foi, por anos, o primeiro do ranking.

Fatores de risco

A doença é causada por alterações genéticas, diretamente relacionadas à biologia celular. Os principais fatores de risco são: idade (comumente, a partir dos 50 anos), mutações genéticas (principalmente nos genes BRCA1 e BRCA2), menstruação precoce (antes dos 12 anos), nuliparidade, primeira gestação após os 30 anos, menopausa tardia (após os 55 anos), tecido mamário denso, terapia de reposição hormonal, uso de anticoncepcional oral e históricos pessoal e familiar de câncer de mama. Cabe destacar que a doença de caráter hereditário corresponde a apenas 5% a 10% do total de casos.

Fatores ambientais e comportamentais também representam riscos como: tabagismo, obesidade, alcoolismo, sedentarismo e exposição à radiação, agrotóxicos e dioxinas (poluentes orgânicos tóxicos ao ambiente provenientes de processos industriais e combustão).

Cabe destacar que, entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas, isto é, às mudanças provocadas no meio ambiente pelo ser humano, aos hábitos e estilos de vida, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Trilogia da saúde da mulher

  • Prevenção começa na despensa e geladeira

Um dos pilares do estilo de vida saudável é a alimentação. Ingerir alimentos de boa qualidade tem papel fundamental na manutenção da saúde, prevenção do tumor, e de doenças como obesidade, hipertensão e diabetes e , claro, o câncer de mama. Uma alimentação adequada e saudável inclui alimentos in natura e minimamente processados, que preservam as propriedades nutricionais dos ingredientes.

“O consumo rotineiro de frutas e vegetais leva ao aumento da ingestão de polifenóis, que são compostos bioativos que trazem diversos benefícios para a saúde, com efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes. O consumo pode assegurar maior resistência contra o crescimento de tumores cancerígenos”, explica a nutricionista e consultora da Jasmine Alimentos, Adriana Zanardo.

O controle do índice glicêmico também pode colaborar para a prevenção da doença. “Alimentos com carboidratos complexos, como cereais e grãos integrais, possuem maiores quantidades de fibras, as quais estão relacionadas com controle da insulina e dos estrogênios. A linhaça é considerada um alimento funcional devido a seus nutrientes com potentes funções antioxidantes e anticancerígenas, como ácidos graxos da família ômega-3 (principalmente EPA e DHA), ácido α-linolênico, lignanas e fibras, além de seu alto teor de magnésio, fósforo e zinco”, destaca.

Diferentes estudos apontam que seu consumo adequado pode auxiliar na saúde intestinal, no controle dos níveis de colesterol e na proteção contra o aparecimento e crescimento de tumores mamários. O principal componente da linhaça, que é estudado como anticancerígeno, é a lignana. Cerca de 95% deste fotoquímico possui estrutura bioquímica similar ao estrogênio, permitindo sua ligação nas células cancerígenas e diminuindo o risco de metástase.

  • Alimentação é aliada durante o tratamento de câncer de mama

É sabido que o tratamento oncológico contra o câncer de mama tende a ser invasivo e causar diversos efeitos colaterais na paciente, como sintomas gastrointestinais, alterações no apetite, enfraquecimento imunológico e cansaço. Ainda, é muito comum que os pacientes ganhem peso em razão de medicamentos, efeitos colaterais e questões emocionais. Por essa razão, manter uma alimentação saudável com boas quantidades e variedade de alimentos in natura é fundamental.

Dentre os grupos alimentares indispensáveis, citam-se as verduras e os legumes, priorizando os verdes-escuros, como brócolis, couve, espinafre, agrião e rúcula. Além de fibras, esses  ingredientes possuem boas quantidades de vitaminas A, C, E e K; e minerais como cálcio, ferro, magnésio e potássio. As frutas, em geral, são ricas em nutrientes, como vitaminas A, complexo B, C e E; minerais como cobre e fósforo; e compostos bioativos como betacaroteno, quercetina e antocianinas que atuam como anti-inflamatórios e antioxidantes. “Invista em banana, uva, manga, mamão, limão, cranberry, goji berry, maçã e abacate”, destaca a nutricionista.

As sementes e castanhas como linhaça, chia, semente de abóbora, castanha-de-caju, semente de girassol, castanha-do-Pará e gergelim possuem cobre, ferro, magnésio, selênio, zinco, gorduras insaturadas (ômega-3) e vitaminas do complexo B e E. Os grãos, leguminosas e cereais integrais como aveia, feijões, arroz integral, quinoa, amaranto, lentilha, grão-de-bico também conferem boas quantidades de vitaminas do complexo B, C, E, cobre, ferro, magnésio, potássio e fibras.

“O consumo diário de alimentos variados, em proporções adequadas e voltadas para as necessidades de cada mulher pode favorecê-la no controle do peso, na disposição para prática de atividade física, realizações de suas tarefas, no fortalecimento do sistema imunológico e na sua saúde mental como um todo. Ajustar a alimentação conforme os efeitos colaterais também é de suma importância”, explica Adriana.

  • Recuperação e cura: hábitos alimentares após o câncer de mama

O ambiente tumoral pode ser estimulado pelo excesso de tecido adiposo associado a níveis elevados de triglicerídeos, glicemia e insulina. O ambiente pró-inflamatório, causado pelo acúmulo de gordura, leva à liberação de substâncias inflamatórias, desregulação da leptina (hormônio da saciedade), alterações na insulina e aumento de peso, reforçando esse ciclo. Ainda, cabe destacar que mulheres já diagnosticadas com câncer de mama possuem um risco adicional de 30% para a segunda malignidade, denotando ainda mais a importância de uma alimentação saudável e regular.

Cada vez mais evidências confirmam que o consumo de carne vermelha processada pode aumentar o risco de câncer de mama. “Quando a carne vermelha é cozida em altas temperaturas são liberadas substâncias cancerígenas, dentre elas, aminas heterocíclicas, que estão relacionadas com atividade carcinogênica devido à sua interação com o estrogênio específico do tecido mamário. Acredita-se que o consumo regular de carne vermelha processada pode aumentar em até 9% o risco de desenvolvimento de câncer de mama”, destaca Adriana.

Até o momento, não existe um consenso sobre uma dieta específica para prevenção e tratamento do câncer de mama, entretanto, sabe-se que padrões alimentares saudáveis com alimentos ricos em compostos anti-inflamatórios têm eficácia comprovada na prevenção primária. “Algumas dicas valiosas são: escolher itens variados que contemplem todos os grupos alimentares, como proteínas, carboidratos, vitaminas, água e sais minerais. Alimentos com alto índice de fibra, como pães integrais e cereais, auxiliam na recuperação muscular. Inclua, no mínimo, duas porções de vegetais; e até três porções de frutas diariamente, pois são ricos em nutrientes. Vale lembrar que é preciso desenvolver um plano individualizado que atenda às particularidades e necessidades de cada paciente”, finaliza a nutricionista.

Cada tipo de câncer responde de modo diferente a um tratamento e demanda um padrão alimentar específico, devendo ser avaliado individualmente, em conjunto com o profissional de nutrição. É importante ressaltar que uma alimentação deficitária pode resultar em perda de massa magra, e  mais, criar um risco maior de infecções e complicações pós-cirúrgicas.

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