Nós vemos uma cidade pequena, presa na indústria da madeira e na agricultura.
Os outros vêem uma cidade com comércio forte, com muitas oportunidades, um pólo universitário que compete com cidades muito maiores, duas cidades que estão em franco desenvolvimento.
Nós vemos uma cidade normal, com aquelas construções históricas, aqueles prédios que fazem parte da nossa história, a Loja Olga, o Executive Center, o ‘prédio do Jacobs’, o Faerber…
Os outros vêem um paredão de novos edifícios que surgem sem prestarmos atenção, que hoje não existem e meses depois sobem preenchendo nosso centro de grandes edifícios. E não são só edifícios, são edifícios de alto padrão, são clínicas luxuosas, residências que chamam a atenção pelo acabamento e projetos.
Nós achamos que estamos parados no tempo, crescendo lentamente. Ficamos esperando um milagre para voltarmos a ser uma das cidades que mais cresciam
Os outros vem para cá e dizem como a cidade está crescendo rápido, quantos prédios novos, quantas coisas novas, lojas, clínicas, inúmeras opções restaurantes…
Nós vemos as nossas calçadas cheios de obstáculos e ruas com buracos.
Os outros dizem, como a cidade está linda, bem arrumada, com passeios novos e muitas ruas asfaltadas.
Eu me incluo algumas vezes no grupo do ‘nós’, que cobra muito e acaba não prestando atenção no que temos. Não que não devamos cobrar mais dos nossos políticos. Sim é preciso cobrar mais deles, mas precisamos também tentar ver as nossas cidades com outros olhos.
E quando vejo o grupo dos ‘outros’, que são visitantes que chegam em nossas cidades e se surpreendem com o que temos, busco me colocar no lugar deles e então vejo uma cidade com uma construção civil forte, com dinheiro (nem que seja de caixa 2/sonegado/não declarado), vejo uma cidade com consumidores em todas as classe sociais e não só ricos e pobres, vejo uma base de educação acima de muitas cidades maiores e mais ricas, vejo muita cultura, muita história que deve ser preservada e contada, muitas oportunidades no setor do turismo que ainda não foram exploradas… Tem muita coisa aqui que não prestamos atenção.
É preciso que haja mais valorização e confiança no que temos e somos. É preciso colocar isso como uma cultura na cabeça das nossas crianças. E temos diversos projetos neste sentido sendo planejados e executados já.