Produção de Erva Mate em São Mateus do Sul. Foto: José Fernando Ogura/ANPr - 01/2019

Maior produção do País, erva-mate envolve 100 mil famílias no Paraná

491 views
13 mins leitura

O Paraná concentrou 87% de toda a produção de erva-mate do País em 2018. Do total de 393 mil toneladas, 345,09 mil saíram do Estado, especialmente da região Centro-Sul, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor possui forte impacto social, garantindo emprego e renda para ao menos 100 mil famílias no Estado, informa a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.

São Mateus do Sul, novamente, foi o município que registrou o maior volume de erva-mate extrativa no ano, com 70 mil toneladas, o que representa 17,8% do total nacional. A cidade, sozinha, produz mais do que os dois outros Estados no ranking nacional, somados – Rio Grande do Sul (24,8 mil toneladas) e Santa Catarina (23 mil toneladas). O cultivo movimentou R$ 468,4 milhões no ano passado no Brasil.

São paranaenses, as dez cidades que mais produziram no ano passado. Além de São Mateus do Sul, se destacaram Cruz Machado (55.200 toneladas), General Carneiro (30.600), Bituruna (30.000), Paula Freitas (21.840), Inácio Martins (15.980), Palmas (14.342), União da Vitória (13.500), Irati (12.200) e Pinhão (9.500).

A erva-mate é o principal produto florestal não madeireiro e seu cultivo é totalmente agroecológico. Por ser plantada na maior parte do Paraná em áreas sombreadas, não exige desmatamento e nem emite carbono. O governador Carlos Massa Ratinho Junior destaca a implementação de políticas públicas para incentivar ainda mais o cultivo da erva-mate. “A ideia é fomentar, melhorar a renda das famílias, produzir alimentos cada vez mais saudáveis e fazer com que a agricultura familiar possa industrializar esses alimentos”, afirmou.

QUALIDADE

Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara ressalta a qualidade da erva-mate paranaense, caracterizada por uma grande produção em áreas com sombreamento. “Precisamos valorizar o esforço do Paraná, que cultiva o produto em ervais sombreados, o que garante um sabor menos amargo”, diz.

“Há um capricho todo especial dos nossos agricultores em relação ao adensamento também, o que nos permitiu ganhar um selo de qualidade, mostrando que aquela erva é um produto diferenciado de determinada região do nosso Estado”, completa. O certificado de qualificação foi entregue neste ano para os municípios de São Mateus do Sul, Antônio Olinto, Mallet, Rebouças, Rio do Sul e São João do Triunfo. Ao todo, 136 cidades cultivam erva-mate no Paraná.

ESCOLA

Como forma de estimular ainda mais o consumo da erva-mate no Estado, a secretaria de Educação e Esporte estuda a inclusão do chá na merenda escolar. A proposta já recebeu sinalização positiva do Governador Ratinho Junior e está em fase final de elaboração.

“Os números do IBGE são a prova da importância da erva-mate, especialmente para o Sul do Paraná. O potencial comercial do produto é enorme e precisa do apoio do poder público para se fortalecer cada vez mais”, diz o líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Hussein Bakri. “O Governo está trabalhando em várias frentes para ajudar na geração de emprego e renda a todos os envolvidos com a produção da erva-mate”, afirma ele.

CONSUMO

No Brasil, 96% do consumo da erva-mate é para chimarrão e 4% em chás e outros usos. O desafio, de acordo com Ortigara, é agregar valor e ampliar o mercado, já que a participação na grade de exportação brasileira ainda é pequena, reservando cerca de 10% da produção para a venda internacional.

“A erva-mate vem ganhando espaço no mundo pela diferenciação dos produtos que se permite fazer. Vai desde o tradicional chimarrão, passando pelos chás quentes ou gelados, até cosméticos e produtos de limpeza e higiene”, explica o secretário.

De acordo com Rogério Nogueira, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, o Paraná exportou 3 mil toneladas de erva-mate no ano passado. “90% da produção vai para o Uruguai, que tem uma produção insignificante”, disse.

Estado quer usar áreas próximas às linhas de energia para ampliar produção

O Paraná busca ampliar a produção de erva-mate usando áreas próximas às linhas de energia elétrica. O projeto de lei, de autoria do deputado estadual Hussein Bakri, tramita na Casa e foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A proposta estabelece uma faixa de segurança mínima de 15 metros de cada lado da rede e determina que a altura máxima das árvores não poderá ultrapassar 3 metros. “A medida vai incentivar outras culturas como o plantio da erva-mate, gerando renda para o meio rural”, explicou Bakri.

O projeto prevê que a poda das árvores será de responsabilidade do proprietário da terra, exceto nos casos em que houver risco de segurança, quando a Copel deverá ser acionada. Se as regras não forem cumpridas, a concessionária poderá podar ou mesmo retirar as árvores. O prazo para adequação à nova legislação será de 7 anos.

Segundo a justificativa da proposta, em algumas regiões do Paraná, a vegetação é responsável por mais de 50% das interrupções no sistema de distribuição de energia elétrica. Boa parte dos casos envolve o reflorestamento de eucaliptos, que, durante vendavais e tempestades, entram em contato com os cabos condutores e deixam casas e fábricas sem luz por várias horas. Há ainda a questão da segurança de pessoas e animais, agravada pelo risco de incêndios florestais.

Amsulpar

Conselho Gestor da Erva-mate do Vale do Iguaçu (COGEMATE), foi criado este ano junto com a frente parlamentar de atenção qualificada a erva-mate junto ao Governador Carlos Massa Ratinho Júnior.

O COGEMATE foi fundando com o objetivo de organizar e representar a cadeia produtiva do mate dentre os 9 municípios do Vale do Iguaçu que fazem parte da Associação dos Municípios do Sul do Paraná (Amsulpar), envolvendo cerca de 100 mil famílias que colaboram para que a região seja a maior produtora de erva-mate sombreada do País, exportando o produto para inúmeras nações da Europa e da Ásia, além dos Estados Unidos.

Bakri enalteceu que existe uma perspectiva de crescimento do setor que vai ao encontro ao movimento do Paraná. “Precisamos gerar emprego e renda e a erva-mate será um canal muito forte dessa orientação.”

Festa da Erva mate

A Associação dos Amigos da Erva-mate (IG-Mathe), de São Mateus do Sul em parceria com a prefeitura, promoveram a 1ª Festa da Colheita do Mate de São Mateus do Sul.

O evento alusivo ao início da colheita da erva-mate, seguindo as premissas da Indicação Geográfica (IG), período que acontece entre os meses de maio e setembro, uniu produtores, comerciantes, indústrias e inúmeras atrações que trouxeram à tona o simbolismo do Ouro Verde são-mateuense, a erva-mate.

Plantio próximo às linhas de energia elétrica

O projeto que regulamenta o plantio de árvores próximas às linhas de energia elétrica é de autoria de Bakri e a proposta estabelece uma faixa de segurança mínima de 15 metros de cada lado da rede e determina que a altura máxima das árvores não poderá ultrapassar 3 metros.

“Este projeto foi redigido em consonância com a Copel e com os órgãos ambientais. Há uma quantidade enorme de quedas de energia por conta de árvores que caem na rede e acabam causando acidentes graves, além de provocar prejuízos financeiros pela queda de energia. A medida também vai incentivar outras culturas como o plantio da erva-mate, gerando renda para o meio rural”, defendeu Hussein Bakri, que é Líder do Governo na Assembleia Legislativa.

O projeto prevê que a poda das árvores será de responsabilidade do proprietário da terra, exceto nos casos em que houver risco de segurança e a Copel deverá ser acionada. Se as regras não forem cumpridas, a concessionária poderá podar ou mesmo retirar as árvores. O prazo para adequação à nova legislação será de 7 anos.

Segundo a justificativa da proposta, em algumas regiões do Paraná, a vegetação é responsável por mais de 50% das interrupções no sistema de distribuição de energia elétrica. Boa parte dos casos envolve o reflorestamento de eucaliptos, que, durante vendavais e tempestades, entram em contato com os cabos condutores e deixam casas e fábricas sem luz por várias horas. Há ainda a questão da segurança de pessoas e animais, agravada pelo risco de incêndios florestais.

A regulamentação dessas regras é um anseio antigo da cadeia produtiva da erva-mate do Sul do estado. Há dois meses, por intermédio do deputado Hussein Bakri, o Cogemate esteve no Palácio Iguaçu e apresentou essa e outras demandas do setor ao Governador.

Vários dos pontos debatidos naquele encontro já estão sendo avaliados internamente pelos órgãos competentes dentro do Executivo estadual. A pauta inclui a criação do Arranjo Produtivo Local (APL); de uma zona franca; de leis estaduais de manejo sustentável, que amparem o cultivo do produto em meio à mata nativa; desenvolvimento de pesquisas acadêmicas; marketing institucional em cima do produto; fomento ao turismo; e a inclusão do chá ou suco de erva-mate na merenda escolar.

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

Publicação anterior

Campanha Nacional de Vacinação contra Sarampo teve início

Próxima publicação

36% dos brasileiros usaram nome de terceiros para fazer compras em 2018 mostra pesquisa da CNDL