Aconteceu durante toda a quarta-feira, 11 o lançamento do Livro Memórias de União da Vitória em tempos de Pandemia escrito por alunos da rede Municipal de Ensino de União da Vitória.
O lançamento aconteceu na Casa Vila Maria e foi exclusivo para os alunos autores, professores e familiares, que de forma escalonada e agendada foram até o local onde os alunos autografaram os livros.
Essa foi a primeira vez que a Casa recentemente reformada foi aberta para o público. No local, além de uma sessão de autógrafos, os alunos foram recepcionados pelo a Maestro Alceu Zonta tocando violino, puderam conhecer um pouco mais da casa, assistiram um vídeo que conta a história da Vila Maria e o trabalho do Professor Robson Castilho que expos suas flautas e musicalização para as crianças.
O livro contém 56 textos de alunos do 5º ano do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos e foi escrito durante o ano de 2020, em uma parceria entre a Secretaria da Educação e da Cultura.
O aluno Samuel Venkel de 12 anos é um dos autores que escreveu o livro, para o jovem autor participar do livro foi importante pois a escrita para ele é um prazer e uma das coisas que mais gosta de fazer, “eu estou muito feliz porque foi um momento muito diferente da minha vida, passar por esse tempo em casa, ter que usar máscara, essas coisas, e participar do livro me deixa feliz porque eu gosto muito de escrever”, afirmou o autor.
Para a professora Gizele Crêspo o momento do lançamento do livro dos alunos foi muito gratificante. “Mesmo restrito e com horário marcado para cada escola ser recebida, participamos do lançamento do livro “Memórias de União da Vitória em tempos de Pandemia” na Casa Vila Maria, onde teve como autores alunos do 5º ano e da Educação de Jovens e Adultos de nossas escolas que participaram no ano de 2020 do Concurso onde foram escolhidos textos que relataram sobre suas vivências durante a Pandemia. Estamos muito orgulhosos enquanto Escola e eu mais ainda por poder participar desse momento enquanto professora da Amanda Gabriela dos Santos e do Mateus Ciesielski, que tiveram seus textos escolhidos. Por motivos particulares, mesmo convidadas, as crianças não puderam comparecer. Mas teremos outro momento em que irão conhecer a Casa e receber o livro lançado. Parabéns Secretário de Educação, Ricardo Brugnago e ao prefeito, Bachir Abbas, e equipe organizadora pela iniciativa. Obrigada também a Neusa minha supervisora que acompanhou essa construção”, destacou.
Cápsula do tempo é guardada com as cartas dos alunos
Uma cápsula do tempo com cartas de alunos das escolas municipais de União da Vitória e de diversas autoridades locais foi enterrada e lacrada na quarta-feira, 11. A capsula foi guardada na Casa Vila Maria e só será aberta daqui há 20 anos.
A cerimônia aconteceu no lançamento do livro “Memórias de União da Vitória em tempos de pandemia”.
O prefeito Bachir Abbas, afirmou sobre a importância desse momento, principalmente para as crianças que estão vivenciando o momento histórico que todos passaram nos últimos dois anos. “O que vivemos nesse período de 2020 e 2021 é histórico e marcou todos nós, e quando essas cartas forem abertas daqui há 20 anos, as crianças já terão lindo nos livros tudo o que vivemos”, afirmou.
Bachir também afirmou que por meio da cápsula do tempo também será deixado um legado para as gerações futuras e antecipou a criação de um decreto, estipulando a data para a abertura da cápsula depositada e para que ao ser retirada em 2041, novas cartas sejam colocadas para a ação se perpetue no município.
Estudo aponta que com pandemia, 44% das crianças e adolescentes se sentiram mais tristes
Uma pesquisa feita pela Fundação Lemann em parceria com o Instituto Natura mostrou que 94% das crianças e dos adolescentes tiveram alguma mudança de comportamento durante a pandemia. Segundo os pais e responsáveis, 56% ganharam peso, 44% se sentiram tristes, 38% ficaram com mais medo e 34% perderam o interesse pela escola.
A pesquisa “Onde e como estão as crianças e adolescentes enquanto as escolas estão fechadas?” indicou que entre os que ficam sozinhos em casa são mais altos os índices dos que passaram a dormir mais, ficaram mais quietos ou têm mais dificuldades para dormir.
Quando avaliadas as crianças e adolescentes de famílias com renda menor, até dois salários mínimos, 59% tiveram ganho de peso, 51% passaram a dormir mais, 48% ficaram mais agitados, 46% ficaram mais tristes, e 35% perderam o interesse pela escola.
A pesquisa ouviu 1315 responsáveis por mais de 2,1 mil crianças e adolescentes (4 a 18 anos) matriculados na rede pública ou fora da escola, de todo o Brasil, entre 16 de junho e 7 de julho de 2021. O estudo também entrevistou 218 jovens entre 10 e 15 anos.
Comida
Quando avaliada a segurança alimentar, 34% das famílias afirmaram que a quantidade de comida foi menos que o suficiente, com destaque para as famílias do Nordeste (46%) e do Sul (18%).
Entre os que relataram insuficiência de alimentos, 63% são pretos e pardos, 63% das famílias ganham até um salário mínimo e 66% afirmaram que alguém da casa perdeu o emprego ou renda na pandemia.
A pesquisa também mostrou que as refeições das crianças e adolescentes eram melhores antes da pandemia: 81% dos pais disseram que era ótima ou boa antes do surto de covid-19, índice que caiu para 74%. Entre os que consideram a alimentação regular, a taxa aumentou de 16% para 23%; e o ruim se manteve estável em 2%.
Mais tempo nos eletrônicos
De acordo com a pesquisa, 10% das crianças e dos jovens passam o dia na casa de outras pessoas, metade deles na residência dos avós. Dos 90% que ficam na casa de seus responsáveis (pai, mãe, madrasta e/ou padrasto), 14% permanecem sozinhos no local ou apenas com irmãos, sem adultos responsáveis.
A pesquisa também mostrou que a rotina de atividades em casa mudou: 37% das crianças e adolescentes estão jogando videogame ou celular com mais frequência do que antes da covid-19 e 43% aumentaram as horas de TV.
Outro dado importante mostrou que 6% dos jovens entre 7 e 18 anos estão trabalhando, sendo maior o percentual entre os pretos (10%). Do total de jovens trabalhando, 60% começaram em 2021 e 74% são meninos. A idade média é de 16 anos, sendo que 9% têm entre 11 e 14 anos, 68% entre 15 e 17 anos e 23% têm 18 anos.
Jovens
Entre as crianças e adolescentes entrevistados, 75% disseram que sentem falta das aulas presenciais ou de algum professor e 60% sentem falta do convívio social e dos amigos. Aqueles que acreditam que terão o futuro prejudicado devido à pandemia são 66%. Pelo menos 40% sonhavam com profissões antes da pandemia e agora esse percentual é de 37%. Para 17%, o principal sonho agora é o de que a pandemia acabe.
“Isso mostra o papel da escola e desse ambiente na vida dessas crianças e adolescentes. Claro que é um espaço de ampliação de repertório e aprendizagem, mas também é de convívio e desenvolvimento pessoal, além de ser, para muitos, espaço de alimentação. Isso coloca muita luz no papel da escola e do retorno presencial das aulas”, afirmou a gerente do Instituto Natura, Maria Slemenson, que trata da articulação das agendas prioritárias da educação.
A pesquisa mostrou que 3% das crianças e adolescentes não estão matriculados na escola. Desses, 32% afirmaram não estar na escola por conta da pandemia e outros 32% afirmaram não encontrar vaga na rede pública de ensino. Além disso, 62% das crianças fora da escola têm entre 4 e 6 anos. Os estudantes que estão fazendo as tarefas recebidas são 92%, com 89% dos pais dizendo que acompanham as atividades feitas pelas crianças e adolescentes na escola e nas aulas on-line.
“Nós, da Fundação Lemann, acreditamos que a educação pública de qualidade muda a vida das pessoas e são elas que podem transformar o nosso país. Desde o início da pandemia, estamos trabalhando para apoiar as redes de ensino com estudos, dados, boas práticas e orientações diversas para que cada rede possa retomar as aulas presenciais e garantir que todas e todos possam aprender com qualidade, nas mais variadas realidades do país”, disse a coordenadora de projetos de Educação da Fundação Lemann, Barbara Panseri.
“Sabemos do tamanho das desigualdades de nosso país, sabemos que as crianças e adolescentes de menor renda, do Nordeste e negros e negras, têm menor acesso à internet de qualidade, e que o ensino remoto ampliou as desigualdades dos nossos alunos”, completou Barbara.