O senador Jaques Wagner (PT-BA) homenageou a líder e porta voz das religiões de matriz africana Makota Valdina, falecida ontem (19), aos 75 anos de idade, em Salvador (BA).
Professora, escritora e assistente do Terreiro Nzo Onimboyá, no Engenho Velho da Federação, onde nasceu, em 1943, e viveu até seu último dia, Valdina de Oliveira Pinto destacou-se como diretora da Federação Baiana do Culto Afro-brasileiro chegando à presidência do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra da Bahia. Também participou ativamente das lutas em defesa do Parque São Bartolomeu.
Para o senador, Makota Valdina é símbolo das lutas contra a intolerância racial e religiosa.
— Trata-se de um exemplo vivo de mulher negra e lutadora, incansável nas convicções mais nobres da verdadeira alma baiana, dona de uma autoestima e vistosa negritude que irradiava a todo ambiente em que se fazia presente, a revelar a história da nossa formação cultural, étnica e econômica, com a coragem e compromisso de uma Maria Felipa e nossas bravas mulheres protagonistas da verdadeira independência do nosso País, que se comemora na Bahia desde 2 de julho de 1823.
Ao encerrar seu registro de pesar, Jaques Wagner leu, em Plenário, nesta quarta-feira (20), duas frases de Valdina Makota:
A primeira delas: “Eu não quero que me tolerem. Eu quero que me respeitem o direito de ter minha crença”. E a segunda, que ele considera “fantástica”: “Não sou descendente de escravos. Eu descendo de seres humanos que foram escravizados”.
Source: Senado