Manter os ensaios de uma banda ou grupo musical em período de pandemia parece ser um desafio. E é esse desafio que o Instituto Sempre Incentivando Música (SIM) está enfrentando com muita determinação de seus integrantes e da diretoria. Em tempos de pandemia do coronavírus, toda ajuda é bem-vinda e a música pode ser uma grande aliada neste processo é o que indica o terapeuta e psicólogo, Flávio Fonseca, que lembra da importância do poder da música para a saúde. Segundo ele o poder terapêutico da música durante a pandemia traz uma série de benefícios. “Facilita a comunicação e ajuda na concentração. Neste momento que nós estamos atravessando, se torna ainda mais importante aproveitar esses benefícios da música”, declarou. O terapeuta citou pesquisas recentes que estendem esses benefícios na recuperação de parte da memória em pacientes com a doença de Alzheimer.
O SIM iniciou suas atividades em 2013, uma associação sem fins lucrativos com o objetivo de promover o desenvolvimento musical de crianças, jovens e adultos. Fruto do trabalho desenvolvido, surge a Banda Sinfônica do Instituto SIM, que no início contava com quarteto de clarinetes, quinteto de saxofones e grupo de percussão, todos formados com alunos do projeto e o quinteto de metais (grupo de professores) que vem difundindo a música de câmara com concertos didáticos nas escolas públicas e particulares da região.
Em 2018 a Banda Sinfônica do Instituto SIM passa a ser regida pelo maestro Anderson Fabrício Pereira que também é seu diretor artístico e conta atualmente com 30 músicos, entre alunos e professores. O Instituto SIM, que tem como sede o Armazém 2 da Estação Férrea de Porto União na Praça Hercílio Luz, inicia em 2019 um programa de reestruturação para melhorar os seus resultados.
Com o objetivo de realizar a integração social e produção cultural, o ano 2020 está sendo um ano de superação e novos desafios para o Instituto. Segundo a Presidente do Instituto, Renate Ihlendfeld, “devido ao surto da pandemia Covid-19, as aulas on-line de instrumentos de sopro e percussão tiveram início no dia 16 de março. Assim, como as aulas, os ensaios também ocorrem na plataforma digital”, explana ela. Em tempo de Pandemia não estão sendo realizadas as apresentações didáticas nas redes municipais de ensino, que o Instituto realizava em parceria com as prefeituras.
E desde o início da pandemia os integrantes do Instituto SIM vem recebendo orientações e fazendo suas aulas na modalidade on-line. “Lembrando que no momento estamos temporariamente nas dependências da UNIUV, sala gentilmente cedida pela universidade, enquanto nossa sede está em processo de restauração”, lembra ela.
Segundo Renate os alunos mostraram-se bastante receptivos e adaptaram-se com a nova reorganização realizada pelo maestro e coordenador Anderson. “Para que isso ocorresse de forma desejada, um novo planejamento foi necessário, assim como pesquisas e a elaboração de novo repertório para a Banda Sinfônica do Instituto SIM”, afirma.
Segundo o maestro as aulas estão acontecendo online, “por meio de plataformas ou redes sociais, quando há casos de instabilidade de conexão, o professor liga paro aluno para orientá-lo. Os alunos se adaptaram bem a nova realidade, é claro, nada substitui o presencial, mas estamos bem satisfeitos com o resultado”, explicou.
De acordo com ele hoje a maior dificuldade é a inclusão de novos alunos ao projeto. “Nessa fase, não temos como fugir do presencial, por que há uma série de fatores que o professor tem que demonstrar ao aluno. E tem o seguinte fato que, para tocar um instrumento de sopro utiliza-se a boca, e o uso da máscara é dispensável”, comenta.
Os integrantes do SIM estão publicando apresentações gravadas. “Estamos elaborando em vários formatos (quartetos, quintetos e a banda completa) vídeos, e publicando via redes sociais, e YouTube. Cada um grava sua parte em sua casa com o celular mesmo. Nos envia, editamos e publicamos. Esta semana será lançado mais um com a banda quase completa”, avisa o maestro.
A presidente do instituto comenta que é uma nova forma de aprender, “esta nova forma de aprender exigiu a criação e a edição via software de música para a reclusão em que cada músico grava em casa a sua função de uma mesma música e depois é capturada e editada para a continuidade final das orientações on line”, completa.
ITAÚ SOCIAL
A voluntária Irene Henriette Rulf Kretschek, é a responsável pela organização e participação de projetos do instituto. Segundo ela para atender suas finalidades estatutárias o Instituto SIM foca sua atuação em áreas amparadas por políticas públicas na cultura e arte, em defesa dos direitos da infância e juventude, na educação integral, na formação para o trabalho na área da cultura e na ação social. “Diante disso o Instituto SIM apresentou no primeiro semestre de 2019 ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA) de Porto União uma proposta de trabalho como parte da política pública de atendimento socioeducativo do município, oferecendo em espaço público a oportunidade de crianças, adolescente e jovens, de terem contato com a música, seja por meio de aprendizagem, ouvindo ou mesmo vivenciando situações relacionadas à arte e cultura. A proposta foi inscrita em agosto no Edital Fundos da Infância e Adolescência (FIA) 2019, promovido pelo ITAÚ SOCIAL e foi aprovada para receber recursos, o que ocorreu em dezembro. O Projeto SIM-FIA visa contribuir para o fortalecimento do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente: mobiliza a comunidade de onde provem o público que atende e articula um trabalho em rede entre diversos profissionais, setores e serviços locais”, descreve Irene.
Para o Instituto SIM como organização da sociedade civil sem fins lucrativos, de relevância social, que tem no voluntariado e na parceria público-privada um aporte fundamental, ter sido selecionada pelo Edital é uma oportunidade ímpar de desenvolvimento institucional.